quinta-feira, 24 de julho de 2008

CAMPANHA CONTRA O MAU CARATISMO !

Planos de Saúde, Mais uma pouca vergonha no Brasil, Ensinam para as pessoas que os impostos existem para arcar com os serviços básicos que devem ser oferecidos à população que os paga: educação, segurança pública, saneamento básico... saúde... etc. Entende-se, a partir daí, que a administração pública, por conta desses impostos, deva oferecer os serviços para a população, no caso aqui falemos especificamente sobre a saúde. O Brasil inteiro conhece o nível de saúde que é oferecido ao público, tradicionalmente, desde o velho INAMPS, que hoje tem a denominação de SUS: Filas gigantescas para marcar consultas, semanas e meses de espera, horas de cadeira (quando tem cadeira) nas salas de espera até que apareça um médico, pessimamente remunerado, para passar no máximo 5 minutos atendendo ao paciente, pedindo exames às cegas, já que pelo tempo dedicado à consulta não tem como se aproximar, ao menos, do que pode ser o problema do paciente. Mais algumas semanas, ou meses, esperando para marcar os exames, outro tempão para obter os resultados e mais um tempo maior para remarcar com o médico a fim de mostrar os resultados. Uma “via crucis” na vida do brasileiro, este que paga a maior carga tributária do mundo. Criou-se no País a cultura de que para você ter saúde “que presta”, é necessária a contratação de um plano de saúde particular, a preços elevadíssimos, mas... com a obrigação de continuar pagando os impostos. Ok, então o brasileiro contrata um plano de saúde, esperando ser bem atendido quando precisar e, de repente, vem a surpresa: o atendimento pouco difere daquele oferecido pelo SUS e em alguns casos chega a ser inferior. E aí perguntamos: Você será consultado logo que surgir um sintoma ou qualquer anormalidade de saúde? Não. Terá que folhear o livro de credenciados, com a decepção ao perceber que em sua cidade tem apenas um, dois ou até nenhum médico da especialidade tal, que atende àquele plano. Mas vamos que encontre. Liga para o consultório e recebe a informação da atendente: “Só temos vaga para consulta, pra daqui há dois meses”. Quando o médico atende, você vai ter direito a uma consulta completa e criteriosa, conforme recomenda a ética médica? É o que se poderia esperar, não é verdade? Afinal de contas, você está pagando um plano particular para isto, não é? Mas não é o que acontece. O atendimento, normalmente, é semelhante àquele do SUS, ou seja, o médico faz a consulta muito rapidamente, porque tem muita gente para atender, e ele tem que dar conta de qualquer jeito, a fim de cumprir a meta. Quem é o vilão desta história? O médico? É ele quem faz questão de ser displicente porque quer atender ao maior número possível de consultas a fim de faturar o máximo possível? Posso lhe garantir que não, embora todos sabemos que no universo médico existem também criaturas de caráter duvidoso, da mesma forma que existe em todos os outros segmentos profissionais e não temos como desconsiderar isto. A maioria dos médicos, assim como a maioria dos advogados, dos engenheiros, dos professores, etc... não tem desvio de caráter e gostaria, sim, de dar o atendimento mais digno e ético aos seus pacientes ou clientes. O grande problema neste caso é a indiferença e o descaso dos planos em relação ao profissional de saúde: a remuneração é a mais ridícula possível. Não sei se todos sabem, mas os médicos, assim como os odontólogos, são os profissionais mais perseguidos pelo chamado “Leão” do imposto de renda no Brasil. A Receita Federal parte sempre do princípio que eles são riquíssimos, que faturam muito alto, que obtém lucros extraordinários no desempenho das suas profissões e haja baixar o sarrafo neles, impiedosamente. (É importante que todos saibam que este escritor não é médico, portanto não está escrevendo legislando em causa própria). Algum bom advogado desempenharia as suas funções profissionais sob um honorário de 16 ou 20 reais apenas? Claro que não, a não ser que seja um profissional sem a menor qualidade, em estado de mendicância mesmo. Pois é. No Brasil insistem em que os médicos devam exercer as suas profissões, recebendo nesta faixa de preço, pelas suas consultas. Isto mesmo: consultas a 16, 20, 25 reais... etc. Já imaginou o que isto representa para um profissional que não tem o direito de errar porque, se errar e um paciente vir a óbito, em função do seu erro, ele estará acabado profissionalmente, além de responder por processos pesadíssimos, obrigado a pagar indenização humanamente impossível de cumprir, além de conviver a vida inteira com o ódio dos familiares do falecido? Você, que não é médico, submeter-se-ia a tamanho risco? É exatamente isto que acontece com esse segmento profissional que ninguém defende, porque nem eles mesmos podem falar, haja vista o rigor com que são controlados pelos Conselhos de Medicina e órgãos superiores da classe, instituições essas nem sempre dirigidas por colegas compromissados com a dignidade e a ética. Tire um tempinho, você, e procure conversar com qualquer médico no Brasil, perguntando o que ele acha do tratamento dispensado aos médicos pelos planos de saúde e você saberá se este escritor está exagerando em alguma coisa. Existem planos de saúde que limitam o número de exames que um médico deve prescrever para um seu paciente, sem dar a menor importância para o quadro apresentado. Que se dane o paciente. Por exemplo: Se o médico precisa, por exemplo, pedir os exames Hemograma, Colesterol, Triglicerídios, Creatinina, Glicose, Urina, Uréia, Fezes, TGP, TGO, PSA (para os homens)... etc... se o atendimento for por um determinado plano, ele não poderá pedir tudo isto. E agora? Deixará de checar a possibilidade de um diabetes, por exemplo, porque terá que tirar o exame da Glicose da relação? Deixará de avaliar as condições da próstata do homem, porque tem que tirar o PSA? Não checará a situação do fígado, porque terá que tirar o TGP? Infelizmente, é o que acontece muitas das vezes!!!! E como acontece. Isto é um absurdo, uma vergonha e caso de polícia, que o governo deveria agir com todo rigor, mas ninguém faz nada porque sempre tem alguém muito PODERO$O em ação. O grande problema é que o consumidor não tem a quem recorrer, porque se recorrer ao PROCON estará diante de uma instituição meramente decorativa que só tem forças diante de “butecos”, padarias, pequenas e micro empresas, já que diante de bancos, companhias telefônicas, seguradoras, planos de saúde e outros grandes ele não resolve absolutamente nada. A grande alternativa é o Juizado de Pequenas Causas que, por incrível que pareça, neste país onde a JU$TI$$A só beneficia quem tem dinheiro, esta é uma justiça que funciona e eu vou até escrever sobre ela, em outro artigo, porque já a utilizei por 7 vezes e todas elas saindo vitorioso em brigas inclusive com graúdos. A grande providência deve ser tomada por você, assim que for fazer a consulta, principalmente quando se tratar de uma consulta em que você deseja ver como está o seu GERAL, ao manifestar ao médico que você deseja fazer uma checagem total, solicitando que ele peça alguns exames. Mas, que coisa mais absurda é essa? Então você está querendo dizer que o paciente deva dizer ao médico que exames ele deve pedir? Não é também uma invasão à ética e ao profissionalismo dele? Vejamos estas considerações: Você deve saber que muitos homens, sem sintomas nenhum, de repente se deparam com sérios problemas da próstata, muitas vezes em quadro irreversível. Se se preocupassem em consultar um urologista, rotineiramente, estariam prevenidos e se cuidariam, caso soubessem de alterações por um exame de PSA. Quem não faz exames termina correndo riscos. Outras pessoas podem estar desenvolvendo quadros de diabetes, que poderiam muito bem ser identificados no início, por exames de Glicose, obviamente pedido por uma boa avaliação médica. Alterações no fígado poderiam ser mostradas num exame TGP e TGO. O exemplos são inúmeros. Diante disto, já que você passa o ano inteiro pagando caro por um plano de saúde, apenas pagando, pagando e pagando, sem necessitar por mais de dois anos de uma consulta sequer, por quais motivos não se aproveitaria da situação de um consulta a um clínico para dar uma checada geral? A retirada do sangue será uma só para todos estes exames e saiba, também, que os planos de saúde pagam mincharia, também, para os laboratórios de análises clínicas. Portanto, não tem o menor sentido que descuidemos do preventivo, correndo o risco de mais tarde, talvez, termos que gastar muito mais com o curativo. Não confundir isto com hipocondria, porque médico sensato nenhum vai alimentar neurose em paciente desequilibrado. A grande e lamentável realidade é que os planos de saúde só querem receber, receber e receber, mas tudo fazem para que você não use os serviços. Como tem gente que adora fazer os outros de trouxa em nosso País. As obrigações que eles impõem aos clientes de terem que pedir autorizações para a realização de alguns exames, com aquelas desculpas sem vergonha de que “não podemos autorizar agora, porque o sistema está fora do ar” é uma das formas que utilizam para matar no cansaço e dá certo, porque muita gente termina desistindo. Aproveito a oportunidade para informar aos meus amigos que essa desculpa de que “o sistema está fora do ar”, na grande maioria das vezes é coisa inventada, propositadamente, para empresas inescrupulosas levarem vantagens de alguma forma. Essa estratégia é velha. Os planos de saúde mais caros Conforme todos sabem, existem alguns planos que cobram bem mais caro no Brasil, inclusive sob a argumentação de presença em todo o território nacional e, por conseqüência (não poderia ser diferente) pagam um pouco mais pela consulta ao médico. Por causa disto, algumas pessoas se iludem, achando que se contratarem um deles, terão tratamento 5 estrelas, médicos com dedicação total em consultas aprofundadas e completas, como se fosse uma consulta particular. Mas não é nada disto. Os valores dos honorários normalmente são tão ridículos que, ainda que obtenham um acréscimo, que seja até o dobro, continuam a ser muito aquém do que seria satisfatório a um profissional de nível. Talvez você diga: - “Mas eu conheço médicos que, mesmo atendendo pelos planos de saúde mais baratos e pelo SUS, dedicam-se atenciosamente aos seus pacientes”. Isto é verdade, mas eu também sei da existência de jogadores de futebol de times da terceira divisão que se dedicam ao clube e correm os mesmos 90 minutos do jogo que correm o Kaká, o Robinho e outros grandes craques. Será tudo igual? Imagine-se na assustadora experiência de um infarto e pergunte-se, sinceramente, se você se sentiria confortável e em tranqüilidade em ter o atendimento de um inexperiente médico, recém saído da faculdade, ainda que dedicando-se à especialidade da Cardiologia, sabendo que poderia ser assistido por um profissional muito mais experiente, com alguns anos de cirurgia e muita vivência em UTIs. Não adianta nos tentar iludir e olhar esta questão de forma simplória, porque não é. A coisa é muito mais complicada do que se pode imaginar e não se pode questioná-la utilizando de sofismas. Experiência é experiência em qualquer área da vida, bagagem é bagagem, competência é competência e não podemos nos vestir da demagogia em achar que tudo é igual. Do mesmo jeito que o Kaká, o Robinho, o Ronaldinho e outros craques não entram em campo se não ganharem alguns milhões de dólares, os grandes advogados não advogam por honorários irrisórios, os grandes arquitetos não projetam por mincharia, os grandes médicos também não podem se sentir confortáveis consultando por 20 reais. Salvo raríssimas exceções. Qual é a saída, então? Qual a melhor alternativa? Contratar plano de saúde caríssimo, achando que vai ter o melhor atendimento?Não. A melhor alternativa (opinião pessoal minha) é contratar um plano dos mais baratos, que atenda a internação e aos exames e negociar com o seu médico de confiança os valores da consulta. Por exemplo: Se a consulta particular do médico está na faixa dos 150 reais, com certeza você poderá negociar com muitos deles, creio que talvez a maioria, na faixa dos 75 reais. É claro que ele lhe dará um atendimento bem melhor e mais detalhado porque 75 reais não são 20 reais. Partindo do princípio que você precisará consultar um cardiologista ou um urologista uma vez por ano, ou um oftalmologista de três em três anos, será que não vale a pena? O problema é muito mais sério do que podemos imaginar e, como vários outros, só pode ser resolvido se o próprio povo tomar conhecimento destas realidades e começar a conscientizar todo mundo a agir energicamente diante dos fatos. Ficar esperando que deputados resolvam, que alguma providência venha do Congresso e que as instituições reguladoras tomem providências, está provado que não adianta nada neste País. Lamentavelmente muitas instituições que supostamente defendem determinadas classes são dirigidas por elementos que se perpetuam nos cargos, muito bem remunerados porque, mafiosamente, defendem interesses de gente muito poderosa, tanto é que as classes reclamam, reclamam, reclamam e nada acontece. Este país só começará a tomar vergonha na cara, o dia em que muitos brasileiros mudarem de estratégia e pararem com essa palhaçada de apenas serem inimigos de político A ou B, inimigos do partido X ou Y e ficarem com essa onda boba de “fora Fulano, fora Cicrano”. Quem não se lembra do “Fora, Collor!!!”, “Fora FHC!!!” e agora o “Fora, Lula!!!”? vai resolver o quê? Eu fico achando graça quando vejo certos e-mails chamando o Lula de apedeuta e outras adjetivações, como se no grau de escolaridade dele resumisse toda a histórica pouca vergonha da política brasileira. Quanto brasileiro bobo.E ainda há outros, mais idiotas ainda, que se escandalizavam com os “palavrões” citados pela Dercy, na televisão, resumindo a imoralidade na expressão dela, quando a pior imoralidade existe de forma muito sutil e falada com vocabulário muito nobre, por engravatados de moral mergulhada na lama.Recorramos à inteligência, Brasil. Indignadamente. Alamar Régis Carvalho