sábado, 12 de julho de 2008

PAUTA DO DIA ! ( SEM REDE E SEM RUMO )

A pane no serviço de banda larga da Telefônica que atingiu praticamente todo o Estado de São Paulo na noite da última quarta-feira, 2 de julho, trouxe-nos à tona duas grandes considerações importantes. A primeira delas, obviamente, é a confirmação da merda que é ter somente uma companhia controlando todo o tráfego de dados virtuais de todos os órgãos públicos e privados de nossa região. A segunda – um pouco mais séria – é a certeza de que nossa sociedade não consegue mais sobreviver sem a internet. Esses quase dois dias de ‘apagão’ foram suficientes para comprovar isso. Serviços essenciais ficaram paralisados, empresas não puderam cumprir seu expediente de forma normal e, a maioria de nós, teve que descobrir alternativas para não bater a cabeça na parede pelo fato de não pode bater papo no MSN e nem fuçar no Orkut. Mais do que uma ferramenta de trabalho, a internet adquiriu o mesmo grau de necessidade básica do ar, da água e dos alimentos. Sem ela, nós morremos. Vocês podem até achar que eu sou a única pessoa no mundo que demorou tanto para chegar a essa conclusão e eu assumo que a repercussão da pane me fez pensar em uma realidade que eu, até então, não tinha me dado conta que havia caminho para esse ponto. A certeza de saber que o motor de nosso cotidiano está preso em uma telinha de poucos centímetros de largura e correndo dentro de fios invisíveis me dá medo. A dependência é tamanha que uma das coisas de que mais se falou nesses dias foi do possível ressarcimento que a Telefônica deveria prestar para os usuários que passaram a quinta e a sexta chupando o dedo e da indignação de quem, mesmo depois da empresa declarar que estava tudo resolvido, ainda não conseguia fazer as pazes com a conexão do Speedy. Negar a internet ao povo virou crime. E, obviamente, esse é um patamar do qual não dá mais para retroceder. Outro dia, em uma conversa informal entre amigos, alguém comentou que o maior atentado terrorista que alguém poderia fazer no mundo atual não seria em torres, monumentos ou símbolos financeiros de nenhum país. Bastaria destruir o servidor do Google. Nada arrasaria mais a humanidade do que perder todos os dados salvos no Gmail. De qualquer forma, o incidente dessa semana serve como um alerta para que os profissionais da internet se estruturem para conseguir carregar o mundo nas costas. O legal disso é que, pelo menos por dois dias, a gente pôde matar a saudade de práticas bem antigas, como usar o fax, falar ao telefone, procurar alguma outra atividade no plano não-virtual e parar para uma conversinha com quem está do seu lado. Coisas que estão cada vez mais saindo de moda.