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¨A CADA DIA QUE VIVO, MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS, NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A FELICIDADE ¨. ( REDAÇÃO rogerlapan@pop.com.br ) ( fone: 11 73519511 )

sábado, 31 de janeiro de 2009

Postado por ROGER LAPAN às 1/31/2009 07:15:00 PM
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TOTAL ARRECADADO NOS PEDÁGIOS EM 2011 !

S E G U I D O R E S

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CAPELA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

DEPOIS DE 387 ANOS SÃO MIGUEL PAULISTA CONSEGUIU UM HINO, AGORA QUEREMOS A SUA BANDEIRA, E QUE SEJA FEITA POR PESSOAS QUE CONHEÇAM E AMEM NOSSO BAIRRO QUERIDO.
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O QUE É UM BLOG ?

Um blog é um diário pessoal. Uma tribuna diária. Um espaço interativo. Um local para discussões políticas. Um canal com as últimas notícias. Um conjunto de links. Suas idéias. Mensagens para o mundo. O seu blog pode ter a forma que você quiser. Há milhões de blogs, de todos os tamanhos e formatos. Na verdade, não há regras. Dito de forma simples, o blog é um site onde você está sempre escrevendo coisas. As novidades aparecem na parte de cima, para que os visitantes vejam. Em seguida, os visitantes fazem comentários sobre a novidade, acrescentam um link ou enviam emails, Ou não. Desde o lançamento do Blogger, em 1999, os blogs redesenharam a Web, dinamizaram a política, sacudiram a imprensa e deram voz a milhões de pessoas.E temos certeza de que tudo isso é mesmo só o começo. /ROGER LAPAN
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PADRE ALEIXO EM 1937 REZANDO UMA MISSA NA CAPELA !

PADRE ALEIXO EM 1937 REZANDO UMA MISSA NA CAPELA !
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ESPORTE CLUBE SÃO MIGUEL EM 1944 !

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AGÊNCIA DISTRITAL DA PREFEITURA EM 1955

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FOTO DO SANTOS F. C. EM 1957 NUM AMISTOSO NO CLUBE DE REGATAS NITRO QUIMICA !

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FOTO DO PÁTEO DO MERCADO DE SÃO MIGUEL NA DÉCADA DE 70

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FOTO DA ESCOLA D. PEDRO NA DÉCADA DE 60

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FOTO DO CALÇADÃO DE SÃO MIGUEL NA DÉCADA DE 80

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FOTO DA ESTAÇÃO DE TREM DE SÃO MIGUEL PAULISTA EM 1945

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BONS TEMPOS. . .
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DE URURAÍ A SÃO MIGUEL PAULISTA ! ( 386 ANOS )

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EDVALDO SANTANA - RUAS DE SÃO MIGUEL

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ANTONIO MARCOS - EU NÃO VOU DEIXAR VOCE TÃO SÓ !

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EDVALDO SANTANA - QUEM É QUE NÃO QUER SER FELIZ !

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VOCÊ APRENDE !

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HINO DE SÃO MIGUEL PAULISTA !

HINO DE SÃO MIUEL PAULISTA Letra: ADENÉIA CARVALHO SANTANA Música: MOISES OLIVEIRA DO NASCIMENTO - - - - - Ao nosso bairro queremos Um novo hino entoar Pelo progresso crescente A este povo mostrar Que nosso bairro querido Com seu nobre ideal De firmeza e bondade Segue sereno e bem leal São Miguel Paulista Bairro querido, nós te amamos Com as nossas esperanças Teremos paz e muito amor. Ururaí o seu nome Segundo Baquirivú E ao nosso São Miguel Paulista Devemos todo o louvor Com lealdade e homenagear. São Miguel Paulista Bairro querido, nós te amamos Com as nossas esperanças Teremos paz e muito amor. O nosso desejo, de vencer nos traz E sempre pra frente, vamos caminhar Com passos gigantes deste povo que porfia No trabalho e progresso Canta e vibra com amor.
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ROGER LAPAN
são paulo capital, zona leste são paulo, Brazil
Pra falar de São Miguel, Em meio a simples palavras, você pode encontrar um pedacinho do meu coração... Dentro de um texto qualquer, você pode entrar em meus pensamentos e pode até enxergar a minha alma. Lá...entre letras, parágrafos, vírgulas e pontos é onde mora a minha mais absoluta paz... A cada frase que escrevo, cada matéria que publico minha vida se renova, e eu me sinto feliz.
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SOBRE NOSSA CAPELA !

Depredada diversas vezes ao longo de sua história, a Capela de São Miguel Arcanjo é considerada um exemplo de arquitetura jesuítica. Ela foi restaurada, entre 1939 e 1940, sob a orientação do arquiteto Luis Saia. Até os dias atuais, o aniversário do bairro de São Miguel Paulista é comemorado na data da primeira reconstrução da capela, em 18 de junho de 1622. A Capela de São Miguel Arcanjo foi construída para contemporizar brigas entre tribos indígenas, que deixaram a Vila de São Paulo de Piratininga e migraram para a Vila de São Miguel de Ururaí, que na época já contava com considerável número de fazendas. Para continuar com o trabalho de evangelização dos índios, Além de ser considerada uma das mais belas construções católicas do Brasil, a igreja possui enorme valor histórico. Estudiosos apontam que José de Anchieta construiu uma capela em 1560 no mesmo local. Ela é ainda o primeiro patrimônio histórico tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), na década de 30.
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( O QUE É FAZER CRÍTICA ! )

As pessoas possuem uma noção errada do que seja crítica. Uns pensam que criticar é falar mal de alguém, ou de algum trabalho. Outros imaginam que fazer críticas é sempre se opor a alguma coisa, pelo fato de ser contra. Entretanto, existem muitas noções erradas do que seja crítica, ou simplesmente criticar, tendo em vista que se vulgarizou mal este termo. É, neste sentido, que se busca neste paper indicar a noção mais correta do que se entende por crítica, ou criticar, ao se ver que muitas pessoas desinformadas usam elegantemente esta palavra, crente de que está usando bem, no entanto, não sabem empregá-la. É importante que, quando se está usando um termo, a sua utilização seja primorosa, consciente, para que ela reflita, em verdade, o verdadeiro sentido da frase e do pensamento emitido. Esta palavra “crítica” possui sentido, exclusivamente científico, porque diz respeito a um diálogo entre duas pessoas que conhecem bem um determinado assunto, cuja crítica de um, faz melhorar o trabalho do outro. Não obstante, sem essa cooperação, não existe o progresso. Todo trabalho científico passa pelo crivo da crítica, quando se quer avançar nos conhecimentos, e na criatividade, para melhorar o status quo de uma humanidade. Pois, é aí onde entra a crítica para indicar as falhas ocorridas, com vistas ao progresso. As críticas acontecem somente no mundo científico, tendo em vista o grau de consciência existente, no meio da intelectualidade que sabe, que precisa verificar a coerência de seu trabalho, e os progressos conseguidos com a sua arte de escrever. A ciência só se desenvolve por causa da crítica, quando os companheiros do mesmo nível estiverem sempre participando dos trabalhos que foram executados pelos cientistas de todos os tempos, quer seja da Engenharia, da Medicina, da Economia, e de muitos outros segmentos do mundo da criação, e da inovação, que fazem parte dos avanços que o mundo intelectual tem dado. A crítica é uma contestação consciente dos fatos que estão sendo desenvolvidos. Porém, sem tal experiência e oposição, não se consegue enxergar os erros que facilmente se cometem, cujo sentido próprio do autor, não consegue captar tão prontamente. As coisas só avançam com as críticas que são os fundamentos necessários e suficientes do mundo científico, que necessita que alguém veja os erros para que saiba corrigi-los a tempo. Não se pode trabalhar com o mundo científico sem a devida utilização da crítica, porque é pela crítica que se conhecem os erros, verem-se as falhas, e se tenta corrigi-los para que se tenham maiores compreensões sobre os assuntos que estão sendo pesquisados. Muitos auto-didatas, leitores de jornais, penetras de conversas de calçadão, não aceitam a crítica, irritando-se quando alguém questiona qualquer posição mal colocada, ou qualquer pensamento mal construído. Todavia, o comportamento de um cientista deve ser o da observação, do ouvir, e saber extrair a melhor posição para o progresso de todos. Sem o saber ouvir, o espírito observador passa por muito distante, portanto, sem condições de participação no mundo da ciência que é simplicidade, humildade, e consciência para com as informações que vão se agregando à intelectualidade. A crítica não deve ser levada pelo lado pejorativo do caso, por exemplo: uma pessoa sem escrúpulos quer desmoralizar o trabalho, ou a atividade de alguém, inicia-se um processo de degradação dos pontos que não entende, dizendo-se fazer críticas, cuja verdade não procede. Este ato reveste-se de inveja, de ciúmes por não ter condições de praticar tal coisa, e chama-o de crítica que é uma palavra bonita, ou expressão nobre. É uma palavra da intelectualidade, isto é, de quem conhece bem determinado assunto e pode discutir tête-à-tête com quem a construiu. Sempre é bom não confundir um processo crítico, com quem quer esculachar um determinado trabalho, feito com muita investigação, e dedicação para levar à humanidade alguns conhecimentos para a compreensão da vida. Costumeiramente se ver alguém dizer: fulano de tal é crítico, ele fala de Deus e do mundo, ele comenta impiedosamente sobre as pessoas, ele é um falador, pois bem, este fulano não é crítico. Ele é tudo isto que foi dito, menos crítico, porque criticar significa outra coisa. Seria importante que as pessoas colocassem as palavras nos seus devidos lugares, e não procurassem aplicar qualquer termo em qualquer lugar, tal como se faz no dia a dia dos desinformados, que não querem se apresentar como analfabetos, fazendo pior do que se os fossem. Ouve-se falar normalmente que não se deve criticar ninguém, que se têm que aceitar as coisas tais como elas são, ter a verdade com muita humildade, mas não se pode deixar que isto aconteça em detrimento do progresso da ciência, paralisando a história. Não se pode deixar que os desinformados, ou até os informados que escrevem, ou proferem palestras possam colocar seus pontos de vista, e que todos os aceitem sem levantar suspeitas sobre tais colocações. Isto significa dizer, ouvir e calar tomando como verdade, aquilo que não se conhece, ou se conhece pouco. Nunca se deve aceitar as coisas como são, deve-se sempre procurar questioná-las, ou para entendê-las bem, ou para criar consciência sobre aquelas verdades, ou para senti-las com a segurança de quem está falando sobre aquele importante assunto. E é aí onde entra a crítica que é sempre salutar para compreender a realidade que cerca a humanidade que vive em um clima de verdades relativas que devem ser sempre questionadas para se tentar pelo menos, ter uma idéia da verdade absoluta, que é a verdade cósmica espiritual. No mundo atual, onde os jornais e a televisão, bem como o rádio leva ao ouvinte, ou leitor, ou telespectador, as mais diversas mensagens que conseguem nos bastidores da vida, ao serem algumas verdadeiras, e outras denúncias, algumas outras totalmente sem sentido, é que devem ser investigadas detalhadamente. Não há como negar a eficiência da crítica que deve ser feita para se apurar bem os fatos, e se terem resultados verdadeiros, pelo menos na concepção de todos aqueles que não enxergam muito longe em sua frente, dado o seu nível intelectual. Se não existisse a crítica, o mundo seria eivado de fofocas, de leva e traz, de mexeriqueiros, ou quaisquer coisas desses tipos, e isto não é científico, nem tão pouco se pode levar a sério conversas de calçadão, de ponta de rua, ou de comadre conversadeira. O mundo da ciência é um mundo de polêmicas, de dúvidas e de questionamentos sobre os assuntos que estão sobre polêmica, pois isto é bom, porque a verdade deve ser dita, ou descoberta hoje ou amanhã, tendo em vista que o fio do bigode de um homem como sinônimo de verdade é coisa do passado. Este refrão popular era bastante conhecido na convivência do povão, cuja moral era um ponto forte entre aqueles que faziam questão de andar dentro dos princípios da justiça, da retidão, e da seriedade como forma de cultivar o seu orgulho próprio. Dentro da ciência a antítese sempre existiu, as dúvidas sempre foram e são freqüentes, devido o caráter científico de tudo aquilo que aparece nos livros para ser verdades inconfundíveis, e aceitas por todos sem restrições. Costumeiramente vê-se alguém desinformado dizer isto é científico, entretanto, sempre não suporta, quando alguém faz uma crítica a qualquer assunto que diz respeito a um tema que ele não gostaria que fosse criticado. Isto parece dogma que deve ser rejeitado por aqueles que pensam. A inteligência do ser humano é uma louvação da criação de DEUS, e foi legado como princípio, considerando que o homem deveria questionar todos os problemas que existe, já que no mundo, planeta terra, não existe a verdade verdadeira, ou absoluta. Ao acreditar que DEUS é um assunto axiomático, é algo que vem como fé, o ser humano deve ser crítico por natureza, devido ao seu raciocínio, tal como delineou DESCARTE (1637): cogito ergo sum, pois a liberdade de pensar do ser humano começa a aparecer quando se utiliza bem o princípio da crítica. O cientista na expressão da palavra, não deve ter melindres, não deve ter vaidade de expor uma descoberta que é provisória, não deve ter orgulho de uma criatividade que não é de apenas uma pessoa, mas de muitos e muitos pensadores que questionaram e criticaram determinado assunto. O cientista critica com o objetivo de aprender, porque criticar significa observar, por em prática uma experiência, indicar o caminho menos não verdadeiro que um outro cientista está tomando, devido as suas inconseqüentes conclusões. Não dá para entender quando alguém diz que algo, que é uma verdade relativa, e não poder fazer crítica. Todavia, isto significa confissão de fé ao aceitá-la sem discussão, deve ser respeitado como ser humano que possui seu ponto de vista, e não quer que alguém lhe combata mesmo usando de seriedade. Finalmente, tentou-se com este artigo proporcionar alguma orientação quanto ao real sentido do termo crítica, tendo em vista que, o seu emprego, não tem a devida conotação indicada pela ciência, que é o de questionar, sentir as dificuldades de alguém, e mostrar os caminhos corretos de solução. O pensamento desenvolvido neste trabalho foi levantado por leitura, observação da lógica, e algumas intuições reflexivas sobre como as pessoas empregam este termo, os discursos contra o termo em análise, e o sentido real desta palavra. Finalmente, o importante é que aquelas pessoas que trabalham com ciência, que pregam nos diversos grupos de religião possam compreender o que é criticar, e possam, a partir deste paper, utilizá-lo em seu sentido verdadeiro, de contribuição para a ciência de todos os tempos.

( AS ORIGENS DE SÃO MIGUEL PAULISTA )

No local onde os nativos chamavam de Ururaí, o padre José de Anchieta, em 1560 fundou São Miguel. Que já denominou-se São Miguel do Ururaí. Foi levantada uma capelinha, e só em 1622, foi contruída a Igreja de São Miguel, a capela resiste até hoje. Habitavam São Miguel os índios Guaianazes, que com a expulsão dos jesuítas de São Paulo e do Brasil, desapareceram. Em 1625 São Miguel passou a ser distrito. Mesmo no início do Século XX, haviam muitos traços de aldeia Indígena em São Miguel; com suas construções rudimentares e pequenas ao redor da igreja também se deteriorando. Nesta época o produto de sustento dos habitantes era o da extração do Tietê da areia, barro para feitura de telhas e tijolos, usados na contrução da cidade que crescia movida pelas riquezas geradas pelo café e pelas indústrias. Não faltou uma grande indústria a São Miguel, na década de 30 a Cia. Nitroquímica chega e com sua instalação, começa as grandes mudanças. A Vila Nitro Operária surge. A ferrovia dá mais um empurrão no progresso do bairro. Chega vários imigrantes não só de outros países, mas também do norte e nordeste. E começa surgir os traços da miscigenação, e a população indígena deixa de ser raça pura. Já na década de 60, o bairro de São Miguel Paulista, começou a se destacar, mostrando não ser só im dos bairros mais antigo e sim um dos mais populosos; já contava com quase 90 mil habitantes! Como toda sociedade vive em ciclos, chegou o momento em que as fábricas começaram a fechar, e o comércio sofreu um baque. São Miguel passou a ter características predominantemente residencial. Também conhecido como bairro "dormitório", visto que mais 60% de sua população trabalha em outras regiões da cidade. Diz-se que é um bairro "horizontal"; tem apenas 8 edifícios, sendo que 4 deles são comerciais. Os outros são 2 residenciais de alto padrão, e os demais de padrão médio. Oferece muitas opções a quem mora no bairro. Desde o trem, uma complexidades de linhas de ônibus, que levam a várias regiões, da capital e de outros minicípios, e ao metrô mais próximo (Itaquera), além de ter fácil acesso a rodovias como Ayrton Senna, à Via Dutra e à Marginal Tietê. Oferece escolas municipais, estaduais, uma universidade, delegacia de polícia ( 22° DP), pronto socorro e hospital (Tide Setúbal e Hospital e Maternidade São Miguel Paulista) e vários super mercados, um mercado municipal. O reconhecimento do valor histórico, tardou mas veio em parte; a capela velha de São Miguel só foi tombada em 1973 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), e mesmo estando protegida desde 1938 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), não salvou-se. A capela, de arquitetura jesuíta do século 17, ainda contêm raridades em seu interior, como o oratório e a arcaz (móvel em forma de arca), da metade do século 1600. Mas quanto aos fatos não há argumentos, os sinais de abandono e descaso estão expressos nas pichações, nas estruturas abaladas (rachaduras, reboco caindo), fora o telhado que não resistiu a última festa de aniversário do bairro, onde muitos membros da "comunidade" se alojou sobre ele para ver as festividades. Os pontos históricos, não são os únicos tesouros do bairro. A cultura também. Um reduto cultural, surgiu no final da década de 70, abraçou os jovens filhos dos imigrantes estrangeiros, nortistas, nordetinos, mineiros, e muitos de origem humilde fundaram o Movimento Popular de Arte (MPA) de São Miguel Paulista. Promovia-se musica, teatro, e amostras de arte poesias, pinturas e fotografias. Destacou-se apartir de então, a praça padre Aleixo Monteiro de Mafra. Hoje muito conhecida como a praça do Forró. Com poucos recursos, tendo em vista que o projeto MPA, resistiu e persistiu com recursos próprios. Deixou o exemplo de que as opções culturais e de lazer, podem trazer bons índices no comportamento dos jovens, nesta região nas últimas décadas são bem mais baixas que em outras. Para ter idéia da força que os movimentos culturais tem hoje, até por terem certo apoio (não é ainda a atenção ideal, muito mais pode ser feito com apenas um pouco de boa vontade política), mas vários projetos conseguem apoio, custeamento de implantações, se bem que os que mais colaboram são as instituições não-governamentais. Os rappers conseguiram batalhar bem mais que um espaço por exemplo, para falar da realidade da peiriferia, e das projeções que querem para o futuro. Organizam eventos não só para arrecadação de roupas alimentos, mas divulgação a nossa cultura, até rádio comunitária e candidato próprio eles conseguiram. A sociedade já reconhece e busca na cultura e lazer opções saudáveis de união, divulgação, conhecimento e reconhecimento do talento individual e coletivo.

( O CERCO DE PIRATININGA ! )

Foi em 9 de julho de 1562 que a nascente São Paulo dos Campos de Piratininga - alçada à condição de vila apenas dois anos antes - resistiu ao ataque feroz e determinado de uma coligação de nações indígenas Nove de julho é provavelmente o dia mais importante da história de São Paulo. Ao contrário do que julga o senso comum (e a historiografia tradicional, essa que batiza ruas e avenidas e determina feriados), porém, o 9 de julho que de fato definiu o destino da cidade não ocorreu em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, mas 370 anos antes. Foi em 9 de julho de 1562 que a nascente São Paulo dos Campos de Piratininga – alçada à condição de vila apenas dois anos antes – resistiu ao ataque feroz de uma coligação de nações indígenas (carijós, guaianás, guarulhos e tupiniquins rebeldes) contra suas frágeis defesas e paliçadas incipientes.O vilarejo foi salvo por dois de seus mais genuínos pais-fundadores: o errático e misterioso João Ramalho, cara-pálida tornado índio, primeiro homem branco a habitar o planalto, e o sogro dele, Tibiriçá, o Vigilante da Terra, morubixaba, principal líder tupiniquim e que se aliara primeiro ao próprio Ramalho (dando-lhe a filha Bartira como mulher),, depois aos guerreiros e colonos portugueses desembarcados em 1532 e, a seguir, aos jesuítas, que começaram a chegar em 1552. Quem desferiu o ataque foi Jaguaranho, ou Onça Feroz, espécie de Crazy Horse tupiniquim. O jovem e impetuoso guerreiro possivelmente agiu sob ordens de seu pai, Piquerobi, o Lambari Verde, líder da aldeia rebelde de Ururaí localizada onde hoje fica São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo). O confronto adquire tons ainda mais dramáticos quando se sabe que, além de pai de Jaguaranho, Piquerobi provavelmente era irmão de Tibiriçá e do outro líder tribal que também se aliara aos jesuítas, o velho Caiubi, ou Flecha da Madeira. As fatalidades da Guerra de Piratininga não se encerram no fragor de uma luta fraticida. O fato de São Paulo ter sido salva não só por Tibiriçá mas por João Ramalho configura uma ironia. Afinal, mesmo sendo o pioneiro inconteste na ocupação do planalto, Ramalho fora excluído do processo “civilizatório” da região logo após a chegada dos jesuítas. E essa exclusão se dera de forma tão completa que Santo André, onde Ramalho vivia, foi suprimida por ordem do governador-geral Mem de Sá, sendo incorporada a Piratininga menos de dois anos antes do ataque que poderia ter arrasado a frágil cidadela dos jesuítas. João Ramalho e os jesuítas encontravam-se em lados opostos desde sempre. Em 1552, os filhos mamelucos do patriarca ameaçaram de morte o padre Leonardo Nunes, quando o primeiro jesuíta a subir a serra expulsou Ramalho da missa que celebrava na pequena ermida de Santo André, já que ele fora excomungado. Embora o padre Manoel da Nóbrega tenha conseguido, mais tarde, contornar o conflito e obter se não o apoio, pelo menos, certa neutralidade de João Ramalho, seus interesses sempre foram divergentes. Ainda assim, no momento em que seu pequeno colégio e a vila que o circundava correram risco de ser varridos do mapa, os padres se viram forçados a recorrer a Ramalho. E, embora tenha vivido mais 18 anos após o ataque, ele nunca viria a ser mais do que mero vereador no vilarejo que salvou da devastação. De todo modo, o personagem mais trágico, grandioso e paradoxal da Guerra de Piratininga foi Tibiriçá, o principal líder tupiniquim do planalto. A príncipio, ele decidira acolher e incorporar a seu grupo, como genro, o primeiro branco a dar com os costados em seu territorio tribal. Ninguém sabia quem João Ramalho era ou de onde viera. Mas todos logo souberam que ele havia chegado: pouco depois de desembarcar no lagamar de São Vicente, por volta de 1508, o enigmático estrangeiro tornou-se líder informal dos tupiniquim e Tibiriçá não tomava decisão sem consultá-lo. Na década de 30, influenciado por Ramalho, Tibiriçá firmou aliança também com o primeiro contingente de portugueses a chegar ao atual estado de São Paulo: o grupo liderado pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa, futuro donatário da capitania e fundador de São Vicente. Mas o acordo mais duradouro, significativo e problemático estabelecido pelo líder tupiniquim foi selado com os jesuítas. Tibiriçá não só permitiu que Nóbrega e Anchieta fizessem um colégio em suas terras como ajudou a “erguê-lo com as próprias mãos”, tornando-se “fundador, benfeitor e conservador da Casa de Piratininga”, de acordo com o relato de Anchieta. A conversão foi tão completa que, depois de alistar-se como um dos primeiros catecúmenos, o chefe indígena aceitou o batismo, adotando o nome de Martim Afonso Tibiriçá. Mais tarde ele seria nomeado pelo Conselho Real membro da influente Ordem de Cristo, originária da antiga Ordem dos Cavaleiros Templários – sinal de prestígio inequívoco, e além de tudo rentável, já que o posto implicava recebimento de uma “tensa”, ou pensão. Ao contrário do que sustenta ou insinua a historiografia tradicional, porém, é evidente que Tibiriçá sempre agiu em defesa dos próprios interesses e, por extensão, dos de sua tribo. Não foi um mero joguete, um peão no tabuleiro da conquista colonial. Ao associar-se respectivamente com Ramalho, Martim Afonso e os jesuítas, julgava obter vantagens estratégicas, políticas e bélicas. A questão é que o tiro saiu pela culatra. Primeiro, resultou no recrusdecimento dos ancestrais conflitos dos tupiniquins com os guaianás, carijós e tamoios. A seguir, em um rompimento interno, que confrontou o grupo de Tibiriçá com o de seu “irmão” Piquerobi e do filho deste, Jaguaranho. Por fim, como bem colocou o historiador John Manuel Monteiro, a aliança revelou-se “muito nociva” para Tibiriçá: “As mudanças nos padrões de guerra e as graves crises de autoridade, pontuadas pelos surtos de contágios, conspiraram para debilitar, desorganizar e, finalmente, destruir os tupiniquins”, escreveu o autor de Negros da Terra. O início do fim de Tibiriçá e de seu povo desenrolou-se de forma dramática. Contrariados com a completa submissão do morubixabas aos desejos dos jesuítas, um bando de rebeldes tupiniquins – possivelmente oriundos da aldeia de Ururaí, que era comandanda por Piquerobi, e sob a liderança de Jaguaranho – aliou-se a outras nações indígenas e desferiu, em 9 de julho de 1562, um ataque-surpresa ao povoado jesuíta, erguido na confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, o exato local onde antes fora a taba de Tibiriçá. Aos gritos de “jukaí karaíba!” (morte aos portugueses!), os indígenas, de acordo com o relato do padre José de Anchieta, “deram de manhã sobre Piratininga com grande corpo de inimigos, pintados e emplumados e com grandes alaridos, aos quais saíram logo a receber os nossos discípulos, que eram muito poucos, com grande esforço, e os trataram bem mal, sendo coisa maravilhosa que se encontravam às flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios. E, o que é mais, dois filhos, que eram cristãos, estavam conosco contra seu pai, que era contra nós. De maneira que parece que a mão de Deus os apartou e os forçou a fazer isso sem que eles o entendessem”. Segue o relato do padre: “As mulheres dos portugueses e os meninos, e também dos mesmos índios, recolheram-se a maior parte à nossa casa e igreja, por ser um pouco mais segura e forte, onde algumas das mestiças estavam toda a noite em oração com velas acesas ante o altar, e deixaram as paredes e os bancosbem tintos de sangue, que se tiravam com as disciplinas (o costume de açoitar-se como forma de penitência), o qual não duvido que pelejava mais rijamente contra os inimigos que flechas e arcabuzes”. “Tiveram-nos em cerco dois dias, dando-nos sempre combate, ferindo muitos dos nossos. Mas dos inimigos foram muitos mais os feridos e alguns mortos, dentre os quais um que foi nosso catecúmeno, e fora quase capitão dos demais, o qual, sabendo que todas as mulheres se haviam de recolher à nossa casa, e que aí havia mais que roubar, veio dar combate pela cerca de nossa horta, mas aí mesmo achou uma flecha que lhe deu pela barriga e o matou, dando-lhe a paga, que ele nos queria dar, pela doutrina que lhe havíamos ensinado.” Os historiadores que se dedicam a estudar a Guerra de Piratininga supõem que o “quase capitão” citado por Anchieta fosse o jovem Jaguaranho – dedução baseada no relato do também jesuíta Simão de Vasconcelos, que afirmou que o agressor “era filho de Araraig”, corruptela de Ururaí, nome da aldeia chefiada por Piquerobi. Se, a exemplo dos Estados Unidos, a indústria cultural brasileira produzisse mitologia com base na própria história, seria instigante e revelador assistir a filmes e peças, ou ler romances e contos sobre a fundação de São Paulo e, mais ainda, sobre o episódio-chave de 9 de julho de 1562. Em obras conservadoras, Tibiriçá surgiria como herói abnegado e cristão, um “índio bom”, ao passo que Jaguaranho seria o selvagem sanguinário e cruel, o “índio mau”. Nas versões mais rebeldes, o quadro se reverteria: a Tibiriçá caberia o papel de “pelego”, um nativo acovardado e submisso, enquanto Jaguaranho seria alçado ao posto de líder tribal revolucionário, espécie de Che Guevara tupiniquim, de flechas e plumas. No drama real de vidas humanas, em meio a complexidades muito maiores, Tibiriçá e Jaguaranho saíram derrotados. As decisões que tomaram, com toda a carga de emoção, angústia e reflexão que certamente exigiram, resultaram em um mesmo e único fim: os dois morreram, vitimas de suas próprias escolhas, e, com eles, exauriram-se as duas únicas e estreitas alternativas disponíveis para os tupiniquins – uma aliança frágil ou o conflito desigual com os europeus. A morte de Tibiriçá, como a própria vida, revestiu-se de sobretons pesarosos e alegóricos. Contagiado em um dos tantos surtos epidêmicos que, após o surgimento dos aldeamentos jesuíticos, grassaram no planalto de Piratininga, o Vigilante da Terra morreu “de peste” – vitimado por “câmaras de sangue” – apenas cinco meses após a Guerra de Piratininga, no dia de Natal de 1562. Seu “passamento” na data em que se comemora o nascimento de Cristo evidentemente não passou despercebido pelos jesuítas, sendo mesmo saudado como uma dádiva de Deus para um devoto tão fervoroso e distinto. Em carta ao superior da companhia, Diego Laynes, redigida em 16 abril de 1563, o padre Anchieta anotou: “Morreu nosso principal e grande amigo e protetor Martim Afonso, o qual depois de se haver feito inimigo de seus próprios irmãos e parentes por amor a Deus e à sua Igreja, e depois de lhe haver dado Nosso Senhor a vitória sobre seus inimigos, estando ele com grandes propósitos e muito determinado a defender a causa dos cristãos, e nossa Casa de São Paulo, que ele bem sabia haver sido edificada em sua terra por amor dele e de seus filhos, quis Deus conceder-lhe o galhardão por suas obras, dando-lhe uma doença de câmaras de sangue, da qual não havia melhora. No dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, morreu para nascer em nova vida de glória, como esperamos. Foi enterrado em nossa igreja, com muita honra”. O corpo de Tibiriçá permaneceu sepultado entre os alicerces da primitiva igreja de São Paulo até 1896, quando uma tempestade fez desabar o prédio secular e mal conservado. Os restos mortais do líder tupiniquim foram transferidos então para a igreja do Coração Sagrado de Maria. Em janeiro de 1933, o eco dos canhões de outra guerra paulista – a Revolução Constitucionalista de 1932 – ainda podia ser escutado, quando, “por iniciativa de vários paulistas ilustres, com cooperação do clero e do Instituto Geográfico de São Paulo, foram os ossos do chefe índio trasladados para a cripta da nova catedral paulista”, a Sé. O padre e historiador Fernando Pedreira de Castro, presente à solenidade, descreveu-a: “Aos 25 de janeiro de 1933, às 14 horas, o vigário geral dom Gastão Liberal Pinto, o doutor José Torres de Oliveira, presidente do citado instituto, e outras pessoas, receberam das mãos do padre Vicente Conde, a dita urna de mármore, a qual, depois de devidamente examinada e verificado seu conteúdo, foi de novo lacrada e trasladada com o acompanhamento de todos os presentes, para a cripta da nova catedral, tendo sido depositada numa das câmaras mortuárias ali existentes, ao lado das que abrigam os ossos dos bispos de São Paulo e do regente Feijó”. Pedreira de Castro registrou ainda que, “ao abrir-se-lhe a sepultura, os ossos impressionaram a todos pelo tamanho e solidez. O cacique era de alentada estatura, robusto, dotado de força hercúlea”. Entre os que se alinharam à procissão estavam alguns dos maiores historiadores paulistas de então, como Afonso Taunay, Alfredo Ellis Jr. e Aureliano Leite, dispostos, como o padre Pedreira, a transformar Tibiriçá em uma espécie de paulista primordial, o pai de todos. “Tibiriçá foi o sal da terra que se transfundiu e se perpetuou em centenas de milhares de criaturas, as quais se vêm espalhando, desde os primeiros dias coloniais até hoje, não apenas nessa poderosa unidade da federação, como em demais territórios brasileiros, tal qual, para o Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; para o Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais; para Oeste, Mato Grosso e Goiás”, discursou Aureliano Leite. No momento em que São Paulo lutava contra o resto do Brasil, o discurso não poderia ser mais revelador. Exatos 400 anos após sua morte, Tibiriçá continuava servindo de exemplo e metáfora – e sendo vítima até dos que o julgavam um herói. Em 25 de dezembro de 1962, para relembrar o quarto centenário do falecimento do morubixaba, o jornal O Estado de S. Paulo convidou paulistas eméritos para homenageá-lo. Entre os textos está o de Álvaro do Amaral, que afirma: “Ao se estudar a personalidade de Tibiriçá, chefe dos índios dos Campos do Piratininga, fica-se entusiasmado com suas qualidades morais, de que deu provas insofismáveis. Realmente, para um representante dos nossos silvícolas tão atrasados, que demonstravam ter o desenvolvimento intelectual próprio das mais selvagens raças humanas, é de estranhar encontrarem-se as inúmeras ocasiões em que demonstrou seu caráter reto, sua inteligência lúcida e seus sentimentos cristãos”. Ao contrário dos demais tupiniquins, cujas cinzas foram sopradas pelo vento, seu “cacique” ganhou uma tumba cristã. Foi o único nativo ao qual se concedeu a suposta honraria. Mas quem pode garantir que no pomposo jazigo ele encontrou a paz de que não teve em vida? De todo modo, o silêncio ao qual Tibiriçá foi relegado durante as recentes comemorações dos 450 anos da cidade nascida do solo de sua aldeia tampouco o terá ajudado a encontrá-la.

( HISTÓRIA DA CIDADE DE SÃO PAULO ! )

Historicamente, credita-se a sua fundação aos jesuítas que desbravaram a Serra do Mar até a região de planalto onde hoje conhecemos como Centro Velho da capital paulista. No dia de 25 de janeiro de 1554, Manoel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o Colégio de Jesuíta (atual Pátio do Colégio) numa região cercada pelos rios Anhangabaú e Tamanduateí, fundando, assim, o povoado de São Paulo de Piratininga. Em 1560, o povoado tornou-se vila. No entanto, devido ao seu isolamento comercial e solo inadequado para a produção de bens de exportação, a Vila de São Paulo de Piratininga não era atraente para os objetivos dos colonizadores portugueses. Iniciou-se, assim, as atividades de exploração do interior da colônia pelos bandeirantes. Ainda que não tenha contribuído para o crescimento econômico de São Paulo, a atividade bandeirante foi a responsável pelo devassamento e ampliação do território brasileiro. Em 1711, a Vila conquistou o título de Cidade. No entanto, só em meados do século XIX, após a Independência do Brasil, São Paulo obteve destaque como capital de província e local de importantes atividades políticas. Esse desenvolvimento se tornou mais acelerado com a atividade cafeeira, por volta do ano 1880. Os rendimentos do café geraram um bom volume de capital, desenvolvendo os negócios da cidade e possibilitando o investimento na implantação de uma indústria que ainda era inexistente naquela época. Além disso, esse poder conquistado às custas das lavouras cafeeiras foi decisivo para que São Paulo mantivesse, ao lado de Minas Gerais, a posição mais alta no governo brasileiro durante as primeiras décadas do século XX. Esse período ficou conhecido como "República do Café com Leite". São Paulo foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrido entre 11 e 18 de fevereiro no Teatro Municipal da cidade. Durante os sete dias ocorreu uma exposição modernista no Teatro e nas noites dos dias 13, 15 de fevereiro e 17 ocorreram apresentações de poesia, música e palestras sobre a modernidade. A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas idéias totalmente libertada, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno. Com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque e a Revolução de 1930, alterou-se a correlação das forças políticas que sustentou a "República Velha". A década que se iniciava foi especialmente marcante para São Paulo tanto pelas grandes realizações no campo da cultura e educação quanto pelas adversidades políticas. Os conflitos entre a elite política, representante dos setores agro-exportadores do Estado, e o governo federal, conduziram à Revolução Constitucionalista de 1932. A derrota de São Paulo e sua participação restrita no cenário político nacional coincidiu, no entanto, com o florescimento de instituições científicas e educacionais.Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, a sua área urbanizada passou a aumentar em ritmos acelerados, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. O grande surto industrial se deu durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura e às restrições ao comércio internacional, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento muito elevada até os dias atuais.

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Você com sua parcimônia, sua inteligência, sua vida diária, somados aos percalços políticos, os desmandos que maculam a nação brasileira acha que o País tornou-se uma nação independente? Ao contrário do Brasil, as nações latino-americanas, após a independência, adotaram a república como forma de governo. Devido a essa nuance nenhum país queria reconhecer o Brasil como independente, pois continuava com a deletéria monarquia e continuava no poder, ou no comando do governo um imperador português. Em 1825 o México reconhece a independência brasileira. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 1824. Tomaram essa decisão, pois eram contrários ao colonialismo europeu e tinham interesses em estender sua influência sobre o continente americano, aliás, queriam mandar em tudo e em todos. Portugal, esse sim, nunca desejou e não aceitava o Brasil como independente, foi preciso à pronta imediação da Inglaterra para que se chega-se a um acordo. A independência do Brasil só foi reconhecida através do toma lá, da cá. Em troca de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas, moeda inglesa na época, a ser paga a Portugal, então se tornou possível o reconhecimento da independência brasileira. Em contraponto, seria concedido a D. João VI o título honorário de imperador do Brasil, o que aconteceu em 1825. Diga-se de passagem, que para pagar a indenização exigida pelos portugueses, o governo brasileiro contraiu empréstimo junto à Inglaterra, era a primeira dívida externa brasileira de grande porte. O Brasil aumentou suas dívidas e a Inglaterra saiu lucrando com a transação financeira, depois de Portugal, Inglaterra e demais países europeus reconheceram a independência do Brasil. Esse processo visava sempre o lucro e vantagens econômicas sobre o Brasil. Outro aspecto que deve ser colocado é que a Inglaterra exigiu como reconhecimento da independência, que o Brasil acabasse com o tráfico negreiro rapidamente. Um tratado foi assinado entre os dois países em 1826, e em 1831, decretou uma lei, declarando livres os escravos importados da África, a partir da data em alusão. Com certo desprezo a lei ficaria restrita ao papel, além disso, a Inglaterra negociava com D. Pedro I a renovação do Tratado de Comércio de 1810. É dando que se recebe, diz o clichê popular, por essa decisão outros países exigiram o mesmo direito dado a Inglaterra, os 15% de impostos pagos pelas importações brasileiras. Houve uma enxurrada de produtos estrangeiros na nação brasileira. Quase tudo que o brasileiro consumia era importado. No Primeiro reinado, as exportações foram bem menores do que as importações, fazendo com que o país passasse por tremendas dificuldades e para cobrir a grande brecha nos cofres teve que contrair famigerados empréstimos com bancos estrangeiros. Como podemos denotar existe um desvirtuamento na história da independência do Brasil, como nos foi repassada nos bancos escolares. Essa herança de Portugal ainda reflete na economia brasileira nos dias atuais. Mesmo assim, o dia 7 de setembro não pode passar em branco vamos alçar nossa bandeira e pedir graças ao Altíssimo que nossa pátria seja abençoada e agradecermos as coisas boas que tivemos direito de usufruto, e que as mazelas persistentes possam ser execradas para sempre da vida e da sociedade brasileira. Ficamos a meditar: no Blog do Noblat foi publicada a seguinte notícia: “Jobim ameaçou demitir comandante do Exército se fosse desautorizado por nota”: Crise entre ministro e militares começou com lançamento do livro sobre a ditadura ‘Direito à Memória e à Verdade’ Tânia Monteiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ameaçou demitir o comandante do Exército, Enzo Peri, e todos os generais do Alto Comando que se juntassem em um ato de contestação de sua autoridade. A ameaça, explícita, foi feita na sexta-feira da semana passada, em Brasília, e compôs um cenário de crise em que Jobim e o Exército mediram a força política de cada uma das partes, no rastro da solenidade de lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade, no Palácio do Planalto. Na solenidade, Jobim avisou que não admitiria ataque à publicação e, se alguém reagisse, “teria resposta”. O livro foi editado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e dá a versão da comissão especial do Ministério da Justiça para os mortos e desaparecidos do regime militar (1964-1985). O aviso era parte de um jogo político que começara a ser jogado pela manhã daquela quarta-feira, durante reunião do ministro da Defesa com o comandante interino do Exército, general Luiz Edmundo Maia Carvalho - ele substituía Enzo Peri, que estava na Argentina. Horas antes do lançamento do livro, Carvalho, que é chefe do Estado-Maior do Exército, procurou Jobim para dizer que os militares estavam insatisfeitos com a decisão de o governo fazer a solenidade no Planalto, transformando o livro em um documento oficial. O Estado apurou que a conversa começou amena. Jobim chegou a argumentar com o vice do Exército que, se os militares continuassem a reagir contra as contestações de certos grupos da esquerda à Lei da Anistia, isso poderia gerar até uma revisão da legislação. A conversa foi se alongando e ficando tensa porque o general adotou um tom de advertência para a possibilidade de os militares da ativa criticar o livro. Jobim então lhe disse que não toleraria reações e, se elas ocorressem, responderia à altura. E pediu ao general que acalmasse a tropa. A cerimônia do lançamento do livro, no Planalto, marcada para as 15h30 de 29 de agosto, só começou às 17 horas. Boa parte do atraso se deveu ao tempo gasto na negociação de Jobim com Lula para definir como iria responder de público à pressão que havia recebido pela manhã, no encontro com Carvalho. Jobim pediu autorização a Lula para discursar na solenidade. Informou o que queria dizer e como seria dito. O discurso chamaria para si a atenção dos militares, mas serviria para, ao mesmo tempo, evitar que o problema se alastrasse para o Planalto e outras áreas do governo. O recado do ministro foi dirigido especialmente a Carvalho. Ao fim da solenidade, chegou a ligar para um general gaúcho, seu conhecido, para saber como estava à reação entre os oficiais mais novos. Pediu cooperação para evitar mais problemas. RECADO Para mostrar que não aceitavam o (“cala-boca”) do ministro, os generais decidiram, dois dias depois, fazer uma nota com algum tipo de manifestação pública. Ao fim da reunião, que começou às 13 horas e só terminou às 17 horas, decidiram, por consenso, que deveriam fazer um texto sem agressividade - só para marcar posição. O encontro dos 15 generais do Alto Comando, convocado por Enzo Peri, que regressara da Argentina, foi pautado por Jobim. Momentos antes do início da reunião, ele mandou um assessor ligar para o Quartel-General do Exército e avisar que não admitiria ofensas e contestação da autoridade. E, se isso ocorresse, demitiria o comandante e quem ficasse do lado dele na contestação. Depois de quatro horas de muita discussão, os militares decidiram, por unanimidade, emitir uma nota amena, mas apresentando a posição da Força sobre a Lei da Anistia. “Os fatos históricos têm diferentes interpretações dependendo da ótica de seus protagonistas”, dizia a mensagem do Alto Comando. Diante do recado de Jobim, por volta das 19 horas, o comandante do Exército decidiu submeter-lhe a nota oficial. O ministro considerou o texto “aceitável” e só trocou o tempo de um verbo. Onde estava escrito que a Lei da Anistia “produz a indispensável concórdia”, Jobim mandou escrever “produziu”. Antes de sua divulgação, o ministro ligou para Lula, leu o texto, e disse que, por ele, estava tudo bem e o episódio estava encerrado. No dia seguinte, Jobim viajou para o Haiti na companhia dos comandantes Enzo e Saito. Mas, o que sabemos que não foi bem como está explícito no blog do citado jornalista. “A mediocridade da política brasileira é mestra em criar crises. O lançamento do Livro deletério, no Palácio do Planalto, provocou mais uma delas. Tudo se encontrava na normalidade dentro das Forças Armadas, quando, para abafar o julgamento da quadrilha, que assaltou e assalta o Brasil, fabrica-se a crise. { }... Fica claro para todo o Brasil: as Forças Armadas estão vivas e não mudaram o seu pensamento na defesa da Democracia e no Combate a qualquer regime de exceção, como tentaram, em 1964. na nota do Comandante do Exército diz: “ Não há Exércitos distintos. “Ao longo da história, temos sido o mesmo Exercito de Caxias, referencia em termos de Ética e de Moral, alinhado com os legítimos anseios da sociedade”. “Estamos Vivos”. O senhor - Ministro da Defesa está cutucando onça com vara curta. Sua posição política não é eterna e ficar ameaçando a dignidade de uma força que desde o descobrimento do Brasil vem lutando em defesa de nossa pátria, não é atitude ética e o poder não dura para sempre. Quando Lula sair em que se transformará Jobim fora ou dentro da política. Só Deus sabe. Precisamos de união e que a calmaria volte a reinar em nossa pátria tão sofrida e esculachada por políticos desonestos e ambiciosos e que os bons políticos possam trabalhar para reintegrar o Brasil na condição de pátria amada e de valores reconhecidos interno e externamente e que possamos sempre afirmar!Essa é a nossa pátria amada Brasil. Ministro Jobim perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. O bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos. Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranqüila. Ajuda aos que te sustenta a moradia. Esquece os que te sugam, subtraem, enganam com promessas escusas, pois somente a Lei Divina os julgará. A cada ação corresponde uma reação e a cada Causa um efeito contrário. ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

( ISABELLA NARDONI. MAIS UM CRIME SEM RESPOSTA OU A SOLUÇÃO AOS OLHOS DE TODOS??? )

Vamos refletir em cima do que nos foi passado até agora e em tudo o que vimos pessoalmente na cena do crime, no caso da menina ISABELLA NARDONI, de cinco anos e tentar chegar a um consenso lógico, ou pelo menos, nos colocar no ângulo da visão bestial do criminoso e montar o quebra cabeças cujas pedras, no enorme tabuleiro, se acham totalmente desencontradas. De certo, temos que ela realmente foi morta no sábado, dia 29 de março, por volta de 23h e 39 minutos, após ser jogada do 6º andar, arremessada, de cabeça para baixo, ou mais precisamente do apto 62 do Condomínio do Edifício Residencial London, situado na Rua Santa Leocárdia nº. 138 na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. É fato notório que a queda ocorreu a partir da janela do quarto dos irmãos dela (Cauã, de 11 meses e Pietro, de 4 anos), por parte de pai, advindos da união dele com ANNA CAROLINA TROTA JATOBÁ. O apartamento do Condomínio do Edifício London é um prédio novo, recém entregue e de alto padrão. Cada unidade possui 88 metros quadrados, 3 quartos, sala ampla, cozinha e varanda. A área de laser, logo à entrada, ostenta todas as comodidades para quem gosta de viver bem: churrasqueira, salão de jogos, salão de ginástica, sala de massagem, sauna, quadra poli esportiva playground e, nos fundos, um muro de 4 metros de altura, com cerca eletrificada. Moderno circuito interno de televisão, monitora todas as dependências 24 horas por dia. Isso leva a conclusão óbvia que ninguém entra ou sai, sem ser visto ou identificado. Não é necessário dizermos que o apartamento 62, palco de toda essa brutalidade pertence a Alexandre Nardoni, cidadão formado em ciências jurídicas, porém, não exerce a profissão, vive as custas e a sombra do pai que, por sinal, é também um profissional do ramo do direito. No mesmo andar, sua irmã Cristiane Nardoni é proprietária do apartamento nº. 63.
De palpável, além de tudo o que já foi esmiuçado, nada nos sobra, nada nos resta, que possamos agarrar e chegar a uma conclusão positiva, clara, séria, que não deixe dúvidas pairando no ar. De certo, sabemos que uma princesinha, cinco anos, 21 quilos e 500 gramas, antes de ser friamente lançada pela janela, foi barbaramente torturada. Em seguida, o assassino a asfixiou, ela que tinha toda uma vida pela frente não mais poderá reunir seus amiguinhos para festejar seu aniversario que ocorreria dia 18 de abril. É quase certo que, diante das evidencias, e pelo rumo das investigações (apesar da seriedade com que vem sendo conduzido o caso pelo brilhante delegado de policia Doutor Calixto Calil Filho, do 9º Distrito Policial, na Rua dos Camarás, no Bairro do Carandiru, e da delegada assistente, Dra. Renata Pontes), mormente todo esse trabalho exaustivo, com depoimentos sendo colhidos dia e noite, alguns deles no mais completo sigilo, tudo leva a crer, dentro em pouco engoliremos mais um crime atroz e bárbaro que, certamente deverá ficar impune, como os de João Hélio, Vinícius, Gabriela Cristina, e, agora, por último, da menina Madelene MC Cann e tantos mais que aconteceram por ai e não chegaram ao conhecimento da mídia. Bem sabemos, daí para o esquecimento completo é questão de tempo. Basta um jogo de futebol, um final de semana prolongado... De certo temos ainda, a sociedade paralisada, estarrecida, de pernas e mãos atadas, voando nas asas de um mistério que teve inicio no 6º andar e cujo trajeto não foi além dos 20 metros (a distancia do 6º pavimento até o jardim onde Isabella terminou a sua trajetória) deixando em todos nós o apogeu de uma morte sem razão aparente, o troféu funesto e mesquinhamente sinistro de um acontecimento assemelhado ao de um longa metragem de péssimo gosto. De certo, temos um pouquinho mais: a figura fria do criminoso, alguém que até agora não apareceu; um terceiro elemento, um suspeito de rosto não revelado, uma figura retórica, que se move oculta, que se mantém cercada por pesadas nuvens de fumaça e, neste exato momento deve estar em casa assistindo a tudo pela sua tela plana, e rindo, talvez, quem sabe, saboreando uma cervejinha gelada e curtindo um churrasquinho em companhia de amigos. Essa terceira pessoa, a nosso ver, NÃO EXISTE. Pode ser fruto da imaginação de certos indivíduos, entre aspas, que insistem em manter a farsa, que perseveram em continuar mentindo, enganando, intentando levar as evidencias para sendas onde tudo caia no esquecimento e acabe em pizzas. É sabido, por todos, que o Tenente Neves, comandante da operação que esteve no local, procedeu a uma varredura minuciosa em todos os apartamentos, nela incluída revistas em armários, guarda-roupas, áreas de serviços e clarabóias. Referida devassa se estendeu também às unidades não ocupadas, cujas chaves ficam na portaria aos cuidados de um porteiro. Restou evidente, nessa operação, que nenhuma porta, ou fechadura, veio a ser arrombada, como igualmente nenhuma pessoa alheia ao conhecimento dos moradores transitou pelo prédio.
Nessa confusão toda, de certo, sabemos que o casal Alexandre Carlos Nardoni, de 29 anos e Anna Carolina Trotta Peixoto, de 23, continua atrás das grades desde 5ª feira p.p., dia 03 de abril, prisão que ocorreu por volta das 16h40, após os dois se apresentarem “espontaneamente” a Justiça. Ressaltamos que essa prisão se deu depois de um circo magistralmente bem armado, onde o ápice do espetáculo trazido ao respeitável público culminou com a notícia de que os advogados de ambos, encabeçado pelo Doutor Ricardo Martins fecharam um acordo com o juiz do 2º Tribunal do Júri de Santana, Doutor Mauricio Fossem e com o representante do Ministério Público, Doutor Francisco Cabraneli. Ora, se o senhor Alexandre não tem nenhuma culpa, nem tampouco sua esposa Anna Carolina, não havia necessidade de uma manada de advogados (isso mesmo, manada) promover um estardalhaço dos diabos e, em seguida, pactuar qualquer tipo de acordo, seja com o delegado, com o juiz ou com o promotor. Se os dois, realmente, não têm nada a esconder, nada devem, estão “limpos”, são, portanto, marionetes, bodes expiatórios, em todo esse triste e vergonhoso episódio, evidentemente um único representante do direito teria sido suficiente para desempenhar o papel de defensor. Paralelo a isso, se nada devem, nada temem, nada receiam, para que recorrer a “acordos”? Acordos, geralmente levam os cidadãos a pensar em, primeiro plano, em falcatruas. Acordos, num segundo patamar, induzem os manés da vida a imaginar que pai e madrasta morrem de medo, estão intranqüilos, se aquietam se borram, e temem represálias ou uma possível condenação futura. Até o presente momento, pelo que nos foi empurrado garganta abaixo, tudo leva a crer e as investigações não sinalizam ou não apontam caminho diferente: existe algo ungido de sujeira grossa, vemos um amontoado de lixo escondido por detrás das cortinas. Persiste na atmosfera, um ar rarefeito, com algo de muito grave se arrastando pelos bastidores, algo considerado fétido, que, até onde conseguimos alcançar, se amontoa imensamente monstruoso. A sua constituição, como um todo, deve permanecer encoberto e trancado a sete chaves. Acordos, dimensionados por outra ótica, cheiram a dinheiro sujo, a mutretas, a modificações de conversinhas por debaixo dos panos. Acordos são brechas que certos causídicos (regiamente recompensados por polpudos honorários) deles se utilizam visando favorecimentos ilícitos, induções de má-fé e incorreções fantasiosas junto aos representantes do judiciário e, num plano mais complexo, descambam para uma somatória de opiniões contrárias, no sentido de denegrir a imagem já bastante agastada do judiciário, que inclusive, diríamos, anda as raias da total falta de credibilidade por parte da população. Acordos, num lanço espúrio, exalam o odor inexpugnável de jogadas ensaiadas, além de atonar planos bem traçados e estratégias buriladas por cabeças imaginativas, mentes que sabem exatamente como usar os códigos e as leis a seu favor, e, nesse bolo, delas se beneficiarem a bel prazer. O final dessa desordem a galera imagina, dispensa comentários: culpados e devedores, assassinos e salafrários acabam inocentados diante dos tribunais que lhes clamam a carcaça. Devemos ter em conta que são literalmente através de acordos previamente temperados, que a impunidade toma vida e forma, aflora e avança, cresce se e expande a olhos vistos. De certo, temos mais de cem depoimentos tomados, dezenas de perícias feitas no local do crime, com possíveis retornos a ela. A polícia alega nesse juntar de peças, que 70% da cena do crime se conclui fechada, pronta, faltando apenas 30% para ser elucidado todo o mistério. Isso tudo é uma farsa. A policia mente, as testemunhas se contradizem, os familiares empurram pra barriga, enfim, há todo um pandemônio construído para a trama, para o enredo terminar em nada. As informações que a policia diz ter em mãos, parece manipuladas, espoliadas, lavadas, divorciadas, portanto, de espelharem a verdade que o Brasil inteiro espera, a verdade sem rótulos, sem maquiagem, a verdade nua e crua. Se o senhor Alexandre, voltamos a repetir, não teve nenhuma participação na morte da filha, de igual sorte, a madrasta Anna Carolina é politicamente inocente, se a queridinha irmã Cristiane não vomitou a frase “MEU IRMÃO FEZ UMA GRANDE BESTEIRA” ou teria sido uma “GRANDE MERDA”, não vemos necessidade de toda essa procrastinação, de toda essa enrolação, de todas essas jogadas ensaiadas de cenas marcadas, com câmeras, luzes, diretores, produtores e, igualmente, não valoramos motivos palpáveis para dar prosseguimento a essa palhaçada tecnicamente bem engendrada, onde, a cada minuto, a cada novo dia, surgem, no picadeiro entrançados e diferentes “disse-disse”, bem ainda, atores novos contracenando com velhas raposas, todos na esperança de subir, crescer e se firmar no papel que lhes foi atribuído pelos autores dessa comedia infame. A morte da pobre e indefesa Isabelle, na verdade virou mídia, deu o IBOPE que todos esperavam. Fez sucesso, se suplantou, engoliu as emissoras rivais com suas traminhas de água com açúcar. Os autores agora, querem fazer de todos nós, telespectadores e integrantes dessa turba de desesperados, um bando de apalermados e bufões. No contra fluxo, atentem para a programação vista a todo instante. É só ligar a tevê. Desde o início da novela, um forte esquema de segurança se posicionou em estado de alerta para conduzir, pelas ruas da cidade, em viaturas da PM e da Policia Civil, os dois possíveis acusados. O trânsito nas imediações do 9º Distrito Policial, do 77º DP e do 89º DP, paralisou horas a fio. O fórum de Santana fechou. As ruas paralelas tiveram o acesso desviado. Formou-se um verdadeiro caos urbano. Um pandemônio de informações desencontradas surgiu em todos os programas levados ao ar, ao vivo, em rede nacional. A encenação foi tanta e tamanha, que pouco ou quase nada se falou do seqüestro de um membro da família do cartunista Maurício de Souza, o pai da Mônica e do Cebolinha e, antes dele, da menina Lucélia, mantida em cativeiro pela empresaria Sílvia Calabrezi. Sem mencionarmos o fato de que até o diretor geral do Departamento de Policia Judiciária, de São Paulo, o brilhante delegado Doutor Aldo Galiano, mostrou a cara, tomando a linha de frente, como bucha de canhão. Estamos batendo nessa tecla, porque segundo a própria imprensa (escrita, falada e televisada), em nenhum outro caso de tamanha ou igual envergadura tivemos o brilhante policial fronteiriço ao palco das investigações, ainda que para tentar passar um mínimo de credibilidade e respeito à população. Mas, afinal, nesse conjunto de pequenas doses que nos servem do remédio da inércia, gostaríamos de colocar as seguintes indagações: qual das crianças teria gritado, “pára pai, pára pai?” Pietro de 4 anos ao ver o pai batendo na irmãzinha, ou a própria vítima, a Isabella ao ser espancada? Quem subiu com a menina, o pai, a madrasta, um terceiro elemento? Quem permaneceu no carro? E por quê? Por que a família tão querida e unida não subiu com todos seus integrantes? Onde está a fita com a gravação das imagens mostrando o instante exato da chegada do Ford K de propriedade de Alexandre no interior da garagem, e a movimentação das pessoas que o ocupavam, até o minuto fatídico que culminou com a morte da Isabella? O porteiro de plantão não presenciou essa chegada? Nada viu de anormal? Até quando, meu Deus, até quando vão nos fazer de babacas e bobos da corte? Até que ponto pretendem tapar o sol com a peneira e continuar a atirar excrementos em todo nós? Por que o senhor Alexandre não ligou para o socorro, para o bombeiro, ou para o resgate? Por que, antes de qualquer outra atitude normal de um ser humano perfeitamente situado no tempo e no espaço fez uso do telefone para se comunicar, primeiramente com o pai, o sogro e a irmã? Só falta agora, para completar essa sacanagem toda, o Tribunal de Justiça dar o veredicto final, e vai dar, acreditem, isso é tão certo como Deus no céu. POIS BEM, COM A COLOCAÇÃO DO LINDO CASAL DE POMBINHOS, NA RUA, ACHAMOS DE BOM ALVITRE QUE OS DEFENSORES DO CASAL PEÇAM A PROTEÇÃO POLICIAL PARA QUE NADA DE RUIM OU DE MAL ACONTEÇA A ELES. POIS É, AMIGOS, A NOSSA QUERIDA POLICIA CIVIL, A PARTIR DA SOLTURA DE ALEXANDRE E ANNA CAROLINA PASSAM, A SER A BABÁ OFICIAL DOS DOIS. Por derradeiro, não devemos esquecer, em nenhum momento que isso aqui é Brasil, um país de corruptos e baderneiros que se vendem por uma cesta básica. Para terminar, vamos deixar um apelo veemente aqui registrado. Por favor, senhores da lei, senhores representantes da INJUSTIÇA, perdão, JUSTIÇA, não nos subestimem. Não faça de nós, meras bestas e patetas. Melhor colocando a oração: não só a nós, mas os milhares e milhares de pais, mães, avós, os trocentos cidadãos de brio e vergonha espalhados em cada canto deste mundão sem porteiras, enfim, a sociedade como um todo. Mostrem logo a verdade. Para que continuar alimentando essa palhaçada? Essa babaquice está fazendo mais sucesso que “Duas Caras”, da Rede Globo. Não acham os ilustres envolvidos no caso da menina Isabella (e aqui abrimos um parêntese) para nos dirigirmos diretamente aos assassinos... Não seria de bom alvitre, uma vez que estamos todos contaminados pela síndrome da cara de pau, e uma vez que já nos acostumamos a levar na bunda, todos nós vamos participar, depois dessa balela toda, de um torneiro de ferraduras?!...

( DEPENDÊNCIA E MORTE DA CLASSE MÉRDIA ! )

Sete de Setembro. Dia da Independência do Brasil? Mentira! Melhor contar outra piada de português. Nesta anedota histórica de brasileiro só quem acha graça é o inglês da Oligarquia Financeira Transnacional que nos controla desde de 1822. Mesmo com o brado retumbante do famoso Grito retórico do Ipiranga (que hoje é um canal dragado e de água podre), o Brasil é uma rica colônia de exploração pós-moderna mantida artificialmente na miséria por poderes globais externos. Até quando aceitaremos tal estigma? Eis a questão. Uma questão para ser resolvida com Vontade Política e Disposição Patrótica. Patriotismo é a consciência objetiva do amor e devoção à Pátria. Difere completamente do nacionalismo – que é um sentimento ideologicamente induzido, e não produzido pela decisão individual sábia e soberana. Hoje é dia de lembrar e observar que o Brasil tem de evoluir. O Estado Nacional precisa ser reinventado e reestruturado com base na Autodeterminação e na verdadeira Democracia – que é a Segurança do Direito Natural. A missão do brasileiro esclarecido e patriota é defender e praticar os Objetivos Nacionais Permanentes: Soberania, Paz Social, Integridade do Patrimônio Nacional, Integração Nacional, Progresso e Democracia (que é a base para os demais). É necessário sempre destacar que os Objetivos Nacionais Permanentes dependem da afirmação e da defesa do interesse do País, da preservação da integridade do território nacional, da projeção internacional do Estado brasileiro, da consolidação de seu potencial econômico e militar e do desenvolvimento integral da Nação, sobretudo em termos de cidadania. O primeiro passo para a correção de tantos desvios no Brasil é a conscientização da realidade. O segundo passo é a formulação objetiva de um Projeto Nacional autônomo, até hoje não formulado por qualquer grupo político tradicional para o Brasil. O terceiro passo é fazer tal plano virar realidade. Em suma, temos de colocar ordem no caos. A História se escreve com soluções de sucesso. E não enxugando gelo de problemas, ou, simplesmente, falando mal de sucessivos e criminosos desgovernos entreguistas, corruptos e incompetentes que reinam por aqui há séculos. Os ignorantes entreguistas daqui sofrem da “Síndrome do Diplodoco”. A doença foi catalogada por um patriota brasileiro, especialista em Inteligência e assuntos militares, que tem a curiosa alcunha de “Zeca Diabo” (porque ostenta uma careca igual a do personagem de “O Bem Amado”, de Dias Gomes). Royalties para o Zeca. O Diplodoco viveu 150 milhões de anos atrás, no período Jurássico. O bicho é um dos dinossauros mais conhecidos. Pesava umas 38 toneladas. Tinha 45 metros de comprimento. Um rabo enorme! Pelo menos 5 metros na altura dos quadris. Seus pés eram largos e gigantes. O herbívoro que viveu na América do Norte parecia um elefante. Só que era burro!O tal bichão levava uma enorme desvantagem tática na luta pela sobrevivência. Seu tamanho lhe tornava muito lento nas reações. Seu reduzido cérebro (lhe confere uma triste ignorância ou incapacidade de pensar a própria realidade existencial). O curioso é que o gene do Diplodoco parece inoculado nos brasileiros otários. O ilustre saurópode em formato de dupla viga vivia um drama moral. Pequenos predadores comiam o imenso rabo do Diplodoco. E o idiota do bicho nem sentia ou percebia. O rabo era sua arma letal. Quando os predadores maiores apareciam, ele lhes dava uma “chicotada fatal”. Até que, uma hora, devorado pelos bichinhos, na hora da reação, lhe fazia falta o rabo comido. Resultado: o Diplodoco acabou extinto. O Governo do Crime Organizado, com a conivência dos Diplodocos Tupiniquins, pratica sua ideocracia contra as expressões do poder político, econômico, jurídico, militar, científico-tecnológico, cultural e psicossocial do Estado brasileiro. Aos brasileiros diplodocos são impostas (e aceitas pela maioria néscia), idéias, conceitos, ideologias e ideocracias fora do lugar – que afrontam nossa realidade objetiva e atrasam nosso desenvolvimento como Nação. Assim, somos impedidos de exercer a verdadeira liberdade de pensar e agir no interesse da Pátria. Historicamente, somos uma plataforma de transferência de recursos naturais e financeiros para o exterior. Por aqui impera o entreguismo, definido como um conjunto de idéias, ou interesse político, que preconiza entregar à exploração do capital estrangeiro transnacional os recursos naturais do País e sua própria economia. Resistir parece inútil. A cada mês, o Brasil entreguista registra recordes de fusões e aquisições de empresas. Até agosto, o entreguismo movimentou US$ 62,3 bilhões de dólares. Só em 2007, o valor foi de US$ 59 bilhões. Adivinha quem mais ganha dinheiro com tais operações? Os banqueiros internacionais, é claro. O líder em operações de fusão e aquisição no Brasil é o Credit Suisse. Em segundo lugar, vem o Citi. Em terceiro, o Banco Rothschild. As informações são da Thompson Reuters Markets. A Oligarquia Financeira Transnacional sabe tudo... E um pouco mais... Os Governadores Reais do Brasil – os banqueiros e grandes corporações transnacionais - têm pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas, políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses transnacionais. Os controladores internacionais do Brasil sabem como transformar poder em cada vez mais dinheiro. O método de colonização no globalitarismo é mais que manjado. Em países sem soberania, autodeterminação e independência como o nosso, a Oligarquia Financeira Transnacional patrocina seus ideólogos ou ideocratas para que promovam pelo menos quatro instrumentos básicos de controle, dominação ou manipulação. 1) A oferta de dinheiro (via monetarismo) 2) Os meios de comunicação de massa. 3) O “crime organizado formal” (sinônimo de violência, terrorismo e corrupção). 4) As “legislações” globais padronizadas. O falecido sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho, em seu livrinho “Como Fazer Análise de Conjuntura (1990), nos ensinava que: “O capital transnacional é um dos principais atores de nossa economia política. Ele está presente em posição estratégica nos setores fundamentais da economia. Controla os setores industriais mais dinâmicos e praticamente determina a natureza e os rumos de nosso processo econômico”. Betinho foi mais explícito ainda naquele começo de década de 90: “O Estado brasileiro está sendo dirigido por atores políticos que não têm condições de se apresentar clara e diretamente à sociedade, porque respondem aos interesses do capital transnacional instalado no País”. O entreguismo denunciado por Betinho só se agravou daquela época até agora. A Síndrome do Diplodoco explica. É Freud... A classe média brasileira vive hoje o mesmo drama do extinto dinossauro que não percebia a ação de seus verdadeiros predadores, que lhe comiam o rabo gradualmente. O popular chefão Lula da Silva, em sua marketagem diária, exalta que o "Brasil vive um momento especial, em que as coisas estão acontecendo rapidamente". Na mesma linha de engodos, o presidente Henrique Meirelles destaca que o Banco Central (por ele gerenciado em favor dos banqueiros nacionais e internacionais) tem incentivado a expansão do mercado de capitais, por meio do crédito. Meirelles ainda tira onda com a cara dos otários diplodocos tupiniquins: “Só este ano, o crédito cresceu 30%. Quer incentivo melhor que esse?”. Incentivo melhor para quem? Para os banqueiros, é claro. A classe média diplodótica é iludida pela farra do crédito pretensamente fácil. Em 31 de julho, o Alerta Total informou que nada menos que 37 milhões e 759 mil brasileiros estavam altamente endividados e com dificuldades mensais para quitar empréstimos bancários ou financiamentos de longo prazo. Só na modalidade de crédito consignado, onde o valor devido é descontado mensalmente no contra-cheque, existem 24 milhões e 914 mil pessoas penduradas. A maioria é formada por aposentados e pensionistas do INSS, e por servidores públicos civis e militares que apelam ao crédito (nada) fácil, com juros e taxas abusivas, por causa dos salários ou proventos defasados. As dívidas acumuladas por cidadãos e empresas já atingiam, no final de julho, o alarmante valor de R$ 360,9 bilhões. O diplodoco endividado terá seu rabo, brevemente, comido pela voracidade dos banqueiros. Estudos reservados do Banco Central, que o Palácio do Planalto estrategicamente esconde da sociedade, indicam que o Brasil tem uma grande bolha de crédito prestes a estourar. O quando e o como vão depender da velocidade e da intensidade da crise econômica mundial que já é uma realidade objetiva. Em tese, nenhuma blindagem agüenta um calote generalizado sobre um volume de empréstimos que já chega a 36,5% do PIB (Produto Interno Bruto, ou tudo que é produzido em nossa economia). Mas os banqueiros alegam que o sistema tem saúde para suportar o calote. Será que tem mesmo? Quem vai pagar para ver? A classe “mérdia” vai. O Alerta Total também denunciou em 31 de julho que, nos maldosos bastidores do mercado financeiro e do Congresso, já circulam informações de que ilustres membros da cúpula petista já descobriram uma fórmula para se dar bem se a crise econômica estourar. Escritórios de advocacia, de pessoas muito próximas ao chefão Lula, usando e abusando de tráfico de influência, já fecharam um acordo com grandes bancos e financeiras para um esforço de recuperação do crédito que será dado em breve como perdido. O esquema de cobrança terceirizada – que em princípio é inconstitucional – seria remunerado com a comissão de 30 por cento do valor que fosse recuperado de grandes devedores. Nos bastidores, afirma-se que o negócio é muito melhor e rentável que o ajuizamento de ações judiciais ou administrativas para receber indenizações políticas (a chamada “bolsa dita-dura”). Enquanto os diplodocos vão pagando a conta para os banqueiros, que drenam as riquezas da sociedade, o desgoverno perdulário dos socialistas tupiniquins vai “aparelhando” ainda mais a máquina estatal. Lula vai gastar, em 2009, R$ 128,5 bilhões só com a folha de pessoal do Poder Executivo, que já ultrapassou a marca de 1 milhão de servidores ativos. O número era de 780.975 no final do governo Fernando Henrique Cardoso (2002). Já em abril passado, chegava a 997,9 mil servidores. Houve um crescimento de 27%. Pagando impostos cada vez mais elevados, que jogam a carga tributária para perto ou acima dos 40%, os diplodocos tupiniquins da classe mérdia ajudam a financiar a política de concessão de reajustes de salários e criação de milhares de cargos na administração pública. Desde 2003, o governo Lula criou 91.413 cargos, segundo dados do Ministério do Planejamento apresentados no projeto de lei do Orçamento da União para o ano que vem. Em 2009, o desgoverno pretende manter o ritmo de crescimento da máquina pública: quer criar mais 15.076 cargos e contratar até 50.302 novos funcionários, só no Executivo. Desse total, 19.423 serão para substituir o pessoal terceirizado, principalmente em setores como limpeza e transportes. Eis a triste relação de dependência financeira e morte gradual da classe mérdia brasileira que merece um 7 de setembro de verdade para comemorar. Quem sabe este dia não demora a chegar? O negócio é “Pensar Brasil” e agir depressa. Antes que comam o rabo do dinossauros ignorantes./ Por Jorge Serrão

( LAMPIÃO TERIA MESMO SIDO UM BANDIDO )

Certamente você já deve ter ouvido falar no nome de Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião, aquele que teve ao seu lado a figura da Maria Bonita. O cinema brasileiro e a televisão já mostraram vários filmes, mini série e comentários acerca da vida dele. Todos retratando-o como um bandido, um cangaceiro matador, um sanguinário. Desta forma o seu nome foi passado para a história e desta forma a cultura brasileira o absorveu, partindo do princípio que as pessoas recebem tudo o que vem nas enciclopédias, nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão e na boca do povo como sendo a verdade absoluta. Poucas pessoas se dispõem e perguntar a si mesmas: Será que foi assim mesmo que aconteceu? Será que o personagem enfocado foi isto mesmo? Há muito comodismo nas pessoas comuns, há muita preguiça de raciocínio, há muita falta de disposição para aprofundarmos nas coisas em busca daquilo que chamo “verdade verdadeira”.Calma, gente, não estou aqui querendo afirmar que Lampião tenha sido um santo não, apenas quero convidar os meus leitores a me acompanharem em uma linha de raciocínio. Mas é bom você já ir se acostumando a entender que o fato de alguém se disponibilizar a questionar se uma pessoa foi ou não foi bandida não quer dizer necessariamente que queira dizer que ela tenha sido necessariamente santa. Qualquer pessoa inteligente sabe que existe o meio termo, ou seja, o termo comum, aquele que tanto eu como você que me lê estamos inseridos: não somos bandidos mas também não somos santos. Vamos questionar um pouco em cima da figura do Lampião e compararmos com uma série de outros casos, inclusive muitos havidos nos dias atuais e até no momento em que estamos vivendo. Quando eu era garoto, criado no interior da Bahia, as primeiras versões que me foram passadas acerca da figura do Lampião era de que ele era mesmo um bandido, sanguinário, que sangrava as pessoas, cortava pescoços, matava impiedosamente da forma mais cruel que se pode imaginar. Lembro-me dos filmes que assistia nos velho Cine Conquista e Cine Glória da cidade de Vitória da Conquista: “Lampião o Rei do Cangaço” e vários outros. Todos relatando a sua história como um bandido, conforme entendia e entende a cultura brasileira. Mas lembro-me que, na mesma Vitória da Conquista, tive oportunidade de ouvir várias pessoas, idosas, que viveram no seu tempo, algumas até que conviveram com ele, em conversas com adultos afirmarem taxativamente que ele nunca foi bandido, nunca foi uma pessoa má. Recordo-me muito bem e lucidamente da fisionomia daquelas pessoas que falavam durante horas sobre o lendário Lampião, com absoluta isenção de ânimo, sem qualquer teatralização, sem qualquer interesse político e demonstrando absoluta honestidade no que estavam dizendo. Acontece que na época, garoto ainda, ingênuo absoluto, sem saber ainda nada sobre as estratégias do mau caratismo... aliás, eu nem sabia nada sobre mau caratismo, não imaginava nem que isto existia... jamais teria condições de questionar determinadas coisas e sempre fazia como faz a maioria das pessoas: ficava com o comum, com o que todo mundo diz. Jamais passava pela minha cabeça a probabilidade de terem razão aqueles que abriam a boca para afirmarem que Lampião não fora um bandido. Os tempos se passaram, cheguei à fase adulta, passei a conviver com adultos, fui pessoa de destaque em alguma coisa, ou seja, fiz algo além do que faz a pessoa comum, convivendo com gente de todo canto, de Norte a Sul do País. Tive outra experiência notável e muito marcante que me deu uma experiência extraordinária acerca da formação cultural dos povos: Fui diretor de um grande veículo de comunicação de massa, uma emissora de televisão, sobretudo uma emissora afiliada da Rede Globo, numa época em que a própria Rede Globo era mais poderosa do que é hoje, haja vista que naquele tempo só existiam praticamente dois poderes em termos de televisão em rede no país: Globo e Tupy, sendo a Globo muito mais forte e influente. Esta experiência me marcou muito, quando a mim, na condição de diretor, era determinado a badalar, (falando bem e elogiando) pessoas que eram possuidoras de absoluto mau caráter, mas que tinham muito dinheiro, influência e poder, naquela época em Belém do Pará, onde eu vivia, e também, determinado a usar a televisão para “derrubar”, ou seja, falar mal e denegrir a imagem perante o público de pessoas outras que não eram más e, muito pelo contrário, eram pessoas de bem, honestas e íntegras, mas que não se submetiam a fazer parte de determinados sistemas. Eu sofria com aquilo e não tive condições de continuar mais na televisão. Não dava mesmo. O grande problema é que o povo se deixa levar por todas as estratégias que são feitas pelos manipuladores da informação, produtores da cultura equivocada. Mas voltemos a questão do Lampião. Contavam os velhos que ele, lá pela década de trinta, havia se revoltado contra as ações criminosas e covardes dos poderosos da época que exploravam os pobres e indefesos, que abusavam das filhas dos outros, das jovens esposas dos mais pobres, explorando-as sexualmente e ficavam impunes porque compravam polícia, padre, juiz e todo mundo. Raciocinemos e perguntemos a nós mesmos se tem ou não tem sentido as alegações dos velhos nordestinos: Qualquer pessoa sabe que os poderosos sempre exploraram os mais fracos, em todas as épocas da humanidade. Agora mesmo estamos acompanhando aquela novela da Globo, “Cabocla”, que mostra um “coronel” poderoso que resolveu tomar as terras de uma família pacata e fez um grande mal ao patriarca da família. Todo mundo sabe que, mesmo nos dias de hoje, se um filho de rico resolve estuprar uma jovem, dirigir um carro sem carteira e atropelar pessoas, dirigir embriagado e provocar mortes no trânsito, queimar índio e mendigo ou qualquer ato de vandalismo, ele vai fazer isto sem problema algum... ou melhor, vai enfrentar problema por algum tempo, até que a imprensa e a opinião pública esqueçam o ocorrido. A família, que é rica, vai comprar os mais poderosos advogados, aqueles que têm poderosas influências dentro dos Fóruns, que conhecem juízes, desembargadores, promotores, donos dos cartórios, chefe da distribuição, oficiais de “justiça” e tudo que farão justiça à sua moda. Estou mentindo? Estou exagerando? É ou não é assim a realidade? Vejam bem, isto acontece nos dias de hoje, quando temos uma sociedade bem mais informada, veículos de comunicação bem mais eficientes, variados e abrangentes, câmeras escondidas do Jornal Nacional e do Fantástico de olho em tudo, imaginem na década de trinta Havia uma época em que marido batia a vontade em mulher e não acontecia nada contra ele. Se algum vizinho ou parente se atrevesse a reclamar, ele colocava um revólver na cintura e ninguém falava mais nada. Acontece ainda, mas em pequenas cidades de interior. Nas grandes cidades já existem delegacias da mulher e meios de proteção que de certa forma até funcionam. E na década de trinta? Ainda mais no Nordeste, quais os direitos que as pessoas tinham? Existiam as câmeras do Fantástico para flagrar o prefeito da cidade roubando e denunciá-lo para todo o Brasil, deixando sem ação até os demais poderosos da sua região que se dispusessem a defendê-lo? Nada disto existia. Os poderosos agiam mesmo conforme os seus interesses, sem qualquer preocupação com conseqüências. Tudo era abafado e ninguém se atrevia a abrir a boca, sob pena de ser morto. Até padres e bispos, adeptos de idéias inquisitoriais, faziam o que queriam, exploravam as pessoas, as mantinham sob ameaças e pressões, retirando delas o que bem entendiam. Sinceramente eu acredito na argumentação de que o Lampião não tenha sido um bandido, como afirmam, embora existam, de fato, pessoas más, que matam por matar, por prazer, por sadismo, por perversidade e por instinto terrorista como muitos bandidos que nós vemos aí cometendo os crimes mais bárbaros e dando entrevistas dizendo que não se arrependem do que fizeram. Usemos a nossa imaginação, com inteligência, façamos uma regressão no tempo, e tentemos viver aquela época, visualizando as cenas como ocorriam. Determinados poderosos com medo de serem mortos, a qualquer momento, pelo bando do Lampião, que pegava de surpresa e matava mesmo, isto não resta a menor dúvida, começaram a usar as suas influências, sobretudo o seu poderio econômico, junto aos delegados, aos comandantes de polícias, juízes, promotores, governantes, deputados, prefeitos etc. para que eliminassem aquele elemento e seu “bando” que os ameaçava. Nessas alturas já estava envolvida, também, a imprensa e toda a opinião pública que já estava com a “cabeça feita” pelos interesses maiores. Conseguiram! Mataram o homem, sua mulher e todo o seu bando. E daí, o que deveria constar nas matérias de jornais? A verdade? Os porquês da existência dos revoltosos? Não, nada disso. Teria que constar o que eles queriam que constasse. “Lampião foi um bandido! fez tudo aquilo sem motivo nenhum, todo mundo era muito bonzinho com ele, a polícia era boazinha, os coronéis da época eram todos bonzinhos e ele, somente ele, era o bandido”. Algum jornalista seria louco de publicar algo que contrariasse a esses interesses? Voltemos aos dias de hoje. Sabemos que determinados jornais e emissoras de rádio e televisão estão nas mãos de determinados políticos poderosos que, obviamente, pertencem a algum partido político contra ou a favor do governo, seja ele municipal, estadual ou federal.
Exemplifiquemos alguns casos: No Pará um complexo enorme de comunicação pertence ao Jader Barbalho; no Maranhão, o maior complexo de comunicação pertence à família do José Sarney; no Ceará o maior complexo de comunicação pertence ao Tasso Gereissati; na Bahia ao Antonio Carlos Magalhães, em grande parte de São Paulo ao Orestes Quércia e por aí vai. Algum jornalista que trabalha num órgão de imprensa desse, que está ali porque precisa do emprego que é o sustento seu e da sua família, é maluco de publicar alguma coisa que politicamente é contrário aos interesses do patrão? Nunca! Eu vivi isto, gente! Eu vi o que sofria o velho jornalista Augusto Pinho, responsável pelo jornalismo da antiga TV Guajará de Belém, então afiliada Globo, subordinado a mim, mas que era obrigado a retratar o jornalismo segundo as conveniências dos donos da televisão. Lembro-me que nenhum telejornal ia ao ar sem antes a dona da TV revisar todo o script, chegando a cortar coisas que ele escrevia e remendar outras. Hoje a coisa continua exatamente do mesmo jeito. Embora sabendo, repito, que existem psicopatas, pessoas doentes e que verdadeiramente estão inseridas no mundo como espíritos bem atrasados, bárbaros, que matam sorrindo, que se aprazem em ver sangue derramando, não acredito que todos os que chegam a perderam a cabeça, a ponto de tirarem a vida do semelhante, sejam necessariamente bandidos. Você tem idéia do que existe de gente provocando, sabotando, boicotando e prejudicando abertamente outras pessoas, a ponto de levá-las à loucura? Tem idéia da quantidade de mulheres que, na frente de todo mundo, chama os seus maridos de cornos, dizem abertamente para todo mundo ouvir que ele é um incompetente, que ela transa com outro, que ele é um bosta mole e coisas do gênero, em provocações terríveis, a ponto de levá-lo à loucura? Tem idéia da quantidade de advogados que, abusando do poder judicial, humilha, extorque, pressiona, angustia e mantém sob o seu cabresto uma pessoa, contra a qual ele tem uma ação, na ameaça de, a qualquer momento, mandar um oficial de “justiça” tomar tudo o que a vítima têm, conseguido a custa de muito suor durante anos e anos? Tem idéia do que faz alguém que tem uma fotografia ou um vídeo comprometedor de outra pessoa, contra essa, extorquindo, pressionando, humilhando, explorando e torturando de todas as formas, sob a ameaça covarde de mostrar aquelas fotos e aqueles vídeos a público? Tem idéia da pressão que faz um determinado empresário, em cima de uma jovem adolescente a fim de possuí-la sexualmente, sob pena de demitir o seu pai do emprego que é o único sustento para a família? Enfim, gente, os exemplos são inúmeros! Todos nós vimos isto todos os dias, na vida real e na televisão. Nem todo mundo tem equilíbrio, resistência e preparo espiritual suficiente para agüentar tanta máfia, tanta pressão, tanto boicote, tanta sabotagem, tanta crueldade e tanta sujeira praticada por pessoas covardes e canalhas que explicitamente estão dispostas a lhe destruir. Já que estamos abordando uma questão para reflexão de pessoas que raciocinam, façamos uma pergunta a nós mesmos: Será que aquele terrorismo maluco promovido pelo Bin Laden e seus simpatizantes não tem motivo nenhum? Será que ele resolveu ter todo aquele ódio sem mais nem menos? Foi, sem dúvida alguma, um absurdo e uma atitude extremamente covarde que vitimou milhares de pessoas inocentes, entre as que estavam nos aviões e as que estavam nos prédios, no episódio de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, que me fez inclusive derramar lágrimas quando vi, pela televisão, aquelas torres desabando, já que costumeiramente eu sempre estava no alto de uma delas, toda vez que ia a Nova York; mas será que não teve, ou ainda não tem, gente muito desequilibrada espiritualmente provocando, humilhando e fazendo de tudo para que os promotores daquele lamentável ato terrorista fizessem aquilo? Será que os noticiários que chegam até nós retratam as “verdades verdadeiras”? Talvez você que me lê tenha conhecimento dessa verdade verdadeira, mas eu não sei qual é. Continuo aqui morrendo de pena das vítimas, lamentando tudo o que aconteceu, pedindo a Deus que não volte a acontecer mais qualquer coisa parecida com aquilo, mas não vejo o menor esforço, em termos de medidas sensatas e racionais, para evitar que algo semelhante volte a acontecer, talvez até em proporções maiores. Muito pelo contrário, continuo a ver o Estados Unidos produzindo mais e mais filmes mostrando destruições de Nova York e do seu povo. Parece que eles adoram isto. A grande verdade é que todos nós devemos, em respeito à nossa própria inteligência, não nos deixar levar pelos que tentam impor “verdades” unilaterais para nós e, muito pelo contrário, exercitarmos os nossos miolos no sentido de questionarmos a nós mesmos em cima do “O que há por trás disso?”. Voltando ao caso do Lampião, reafirmo aqui: Eu não o qualifico como santo, em absoluto, porque ninguém é santo, mas também não me submeto ao ridículo de, porque todo mundo diz, eu também deva sair por aí afirmando que ele fora bandido. Vejo muita coerência e sensatez nos que me disseram, quando criança, que ele não fora o que disseram para a história do Brasil. Matou gente, sim; esfaqueou, sim; degolou, sim; tirou a vida de semelhantes, mas só Deus e muitos que conviveram com ele sabem das razões que o levaram àquilo. Cuidado com a máfias e os interesses de muitos canalhas que proliferam por este mundo..

( NOSSAS BURRICES QUE NÃO QUEREMOS VER ! )

Eu costumo dizer em algumas palestras que faço e no meu programa de TV: “Enganar os outros é uma questão de desonestidade, mas enganarmos a nós mesmos é uma questão de burrice”.Que me desculpem as pessoas mais eruditas e conservadoras que não gostam desse tipo de linguagem que utilizo, mas para as coisas ficarem bem claras, de forma que possam ser entendidas por todas as camadas da população, principalmente por aquelas que não dominam o palavreado rebuscado e a escrita em nível de Academia Brasileira de Letras, as explanações têm que ser desenvolvida dentro de um linguajar popular, com o uso das palavras que são entendidas facilmente, de Norte a Sul do País, por qualquer pessoa. Nós vivemos a praticar tantas burrices, em nossas vidas, que até dá pena de nós mesmos. Certa ocasião eu dizia em uma coluna que escrevia no jornal “O LIBERAL”, de Belém do Pará, alguma coisa que fora reproduzida na coluna de jornal mais lida da capital paraense, na época, assinada pelo meu amigo jornalista Luiz Paulo Freitas: “Existe aquela pessoa que sofre porque, de fato, alguém fez algo que lhe machucou, feriu e fez doer mesmo. Creio que esse tipo aí deve chegar a uns 15 por cento da população. Existe também o que sofre porque foi atacado e não teve, ainda, condição de entender que os agressores são os maiores sofredores, pelas suas mutilações morais. Vamos quantifica esse tipo aí em 25 por cento. Mas tem a maioria que sofre porque é besta mesmo”. É isto mesmo. Sofremos e fazemos os outros sofrerem, porque somos bestas, parecemos ingênuos e verdadeiras crianças desinformados diante de certos fatos da vida. Você vai já entender onde quero chegar e porque estou dizendo isto: Vamos lá. Com certeza, absoluta, você já assistiu a vários filmes, daqueles que contam histórias antigas, onde consta um dos filhos do rei, que monta estratégia criminosa para assassinar o próprio pai, movido pela ambição, para assumir o trono. Lembra-se de algum filme desses? Vários filmes já passaram que mostram coisas assim. Lembra-se do tempo do Cinemascope e do Tecnicolor? Mas o sem vergonha do filho do rei faz o serviço muito bem feito, sempre às escuras, envolvido com gente do mais baixo nível e tão bandida quanto ele, de uma forma que ninguém percebe que foi ele quem matou o próprio pai. Ainda chora, com o maior cinismo do mundo, nos funerais, prometendo em discurso que vai mandar apurar, com muito rigor, para colocar “os assassinos” na cadeia. Para a sua estratégia ficar muito bem feita, sem deixar rastros, o que faz? Aponta um inocente qualquer, como sendo o assassino, prende-o e mata-o, diante dessa coisa boba chamada povo. Não é assim? Só as pessoas que estão no cinema, assistindo ao filme, sabem que ele é o verdadeiro assassino. Ninguém, entre os personagens da história, sabe. Outro exemplo: De repente surge a notícia que determinado cidadão faleceu. Estão comentando que ele morreu vítima de um infarto fulminante, apareceu um laudo médico dizendo isto no atestado de óbito, a imprensa divulgou esta versão, todo mundo acreditou que ele morreu mesmo de infarto. Mas a verdadeira causa mortis não foi bem essa. Ele foi envenenado, pela própria esposa, algumas vezes com a conivência dos próprios filhos, ambiciosos pela apólice do seguro que fez, que lhes dá dinheiro demais. Na verdade era um homem correto, íntegro, de princípios morais elevados, muito regrado e que não permitia que a esposa e os filhos cometessem os abusos que sempre quiseram cometer, os desperdícios, os gastos excessivos, as esnobações e os exageros de todas as espécies. Ele era um obstáculo para a “liberdade” da família, ou melhor, para os excessos que muita gente confunde como sendo liberdade. Alguém duvida que isso acontece aos montes? Você já ouviu falar de pessoas que vão a restaurantes e colocam uma barata morta no prato, depois da comida servida, e fazem escândalos, para serem vistas por todos os freqüentadores da casa, com objetivo único de prejudicar aquela empresa? Existe esse tipo de coisa. Você já ouviu falar de órgãos de imprensa, rádio, televisão e jornal de algumas cidades, que deliberadamente criam reportagens para denegrir imagens de empresas, na maioria das vezes pertencentes a empresários da mais alta dignidade, só porque essas não podem ou não querem destinar verba publicitária para eles? Todo dia a televisão mostra filmes policiais, daqueles carregados de violência (eu não assisto, mas existem aos montes) onde os bandidos sempre têm o cuidado de se vestirem com luvas cirúrgicas nas mãos, para não deixarem registradas as suas impressões digitais, tratam de cobrirem os rostos, para não não deixarem vestígios, não serem reconhecidos por vigilantes e por câmeras? Eu quero dar muitos exemplos, sem importar agora se a matéria vai ficar grande ou não. Quero que muitas pessoas reflitam bem o quanto insistimos em ser ingênuos, diante das estratégias sem vergonha dos mafiosos e canalhas. Você sabe muito bem como e porquê Jesus morreu daquele jeito, não sabe? Os mafiosos da época, principalmente os interesses religiosos, levaram o povo idiota na conversa, convençeram a todos de que ele era um homem perigoso, agitador, conspirador, blasfemador... enfim, um bandido, todo mundo foi na conversa, e o que aconteceu? Quase por unanimidade o Barrabás foi libertado e ele condenado à morte! Morreu para nos salvar? Conversa fiada, ele foi assassinado por causa da invigilância e, desculpe-me, a burrice do povo. Quantas e quantas novelas a televisão nos mostra, sempre com aqueles personagens criminosos que fazem todo tipo de armação para provarem a todos que criminosos são os outros e não eles? E sempre as estórias são conduzidas com muita gente inocente sofrendo, sendo caluniadas, discriminadas, repudiadas por toda a sociedade, inclusive pela própria família, mofando na cadeia e até morrendo em verdadeiro abandono? E os policiais que colocam maconha ou cocaína no bolso de inocentes para caracterizarem flagrantes delitos, levando tanta gente que nunca se envolveu com tóxico algum para a cadeia? E aqueles políticos que, de repente, ficam milionários, passando de pessoas simples a possuidoras de emissoras de televisão, rádios, jornais, concessionárias de veículos... e ainda contratam advogados para impetrarem ações judiciais contra todos aqueles que se atrevem a questionar a legitimidade da sua riqueza? Você tem idéia de quanto custa uma simples transferência de concessão de canal de televisão, numa cidade de médio porte, no Brasil? Não pense em menos de cinco milhões de reais, só a concessão, sem equipamento, sem prédio e sem coisa nenhuma! Aí aparece o deputado, o senador, o ex-prefeito, ex-governador... dono de um canal de TV na capital e mais dois no interior. Quantos e quantos professores, altamente eficientes, decentes, íntegros e corretos, não são afastados de grandes colégios e faculdades, sob argumentações e “justificativas” as mais ridículas possíveis, porque discordam das artimanhas sem vergonha de diretores e reitores bandidos? Quantos e quantos médicos, altamente sérios, competentes e honrados não são afastados de clínicas e de hospitais, sob “justificativas” safadas dos que lhes demitem, porque são fiéis ao compromisso de tratar da saúde das pessoas acima de tudo, não se submetendo ao mercantilismo exagerado dos que vêem o dinheiro acima de tudo? Quantos e quantos juízes e desembargadores, altamente sérios e honrados, não são afastados, aposentados prematuramente, ameaçados e até mortos por não se submeterem às sutis pressões dos milionários dos crimes que exigem absolvição de bandidos envolvidos em ações judiciais, que trabalham pelos seus interesses? Se não se submeter às máfias forenses e as cachorradas cartorárias, tá frito!!! Gente! Nós estamos vendo todos os dias, nos relatos de todas as histórias de todos os povos, como agem os mafiosos, os canalhas, perturbados espiritualmente, frustrados e recalcados que não medem esforços em praticar crimes, os mais cruéis possíveis, contra os seus desafetos e aqueles que dificultam de alguma forma as suas ações imundas. Como é que nós continuamos e viver sem procurarmos observar profundamente a intimidade de cada ação, os interesses de cada ação, o que há por trás de cada ação? Será que temos preguiça de raciocinar, queremos fingir que não vemos e gostamos de enganar a nós mesmos? Observemos alguns detalhes na história da humanidade: Todos os homens e mulheres que foram destaques em alguma atividade nobre, humanitária, no campo da caridade, da educação descomprometida e do Amor ao próximo foram perseguidos, sofreram calúnias, processos de difamação e intrigas, foram presos, humilhados, torturados e até assassinados! Sócrates foi assassinado! O incompetente, medíocre, invejoso e incapaz, da sua época, não conseguia conviver com uma expressão espiritual e inteligente tão elevada quanto aquela. O que levou Jesus a ser assassinado, também, foi a diferença de nível espiritual, em relação àqueles que vivem no mar de lama da imoralidade. O que levou Mahatma Gandhi a ser assassinado? A diferença espiritual que também incomodava a muita gente! Johnn Kennedy, a partir do momento em que começou a preocupar-se em utilizar o poderio econômico e a tecnologia avançada dos Estados Unidos para auxiliar os povos dos países mais necessitados, foi assassinado! Ninguém fala sobre as coisas belíssimas que aquele homem fez! Quem se lembra da “Aliança para o Progresso”, dos primeiros anos da década de sessenta, quando os americanos mandavam milhões de toneladas de alimentos, inclusive para o Brasil, para matar fomes, principalmente no nosso Nordeste? É verdade que muitos corruptos em nosso país, na época, aproveitavam-se para vender os alimentos que deveriam ser doados para os mais carentes. Mas o projeto foi belíssimo e ninguém fala sobre ele! De vez em quando aparece um para dissertar sobre aquele estadista americano, mas apenas procurando difamá-lo e atingi-lo de todas as formas. Inverteram o conceito cultural das pessoas, acerca daquele homem! Saiba, Presidente Lula, que se o Kennedy estivesse aí hoje, o seu projeto “fome zero” receberia uma grande contribuição. Martin Luther King também foi assassinado, porque era um Pastor Protestante honesto, íntegro e decente, que em vez de praticar o mercantilismo religioso, a exploração pelo “dízimo” e a comercialização da “fé”, optou por fidelidade a Jesus, lutando pela Liberdade em todos os seus aspectos e contra os preconceitos. Johnn Lennon, enquanto estava na “porralouquice” pelo entusiasmo da juventude, empolgado com o estrondoso sucesso, não foi incomodado por ninguém, a não ser pelas tietagens, para beijá-lo e agarrá-lo. Quando, após um certo amadurecimento espiritual, começou a cantar pela paz e pela liberdade, o que aconteceu? Foi assassinado! Os exemplos contam-se aos milhares e talvez milhões! E aqui no Brasil, quem não conhece a história de sofrimentos do admirável Dom Hélder Câmara? Refiro-me apenas às perseguições políticas?
Não gente! Ele foi violentamente perseguido pela própria igreja católica, porque não comungava com as idéias inquisitoriais de muitos elementos do clero, não discriminava ninguém, amava as pessoas independentemente das suas rotulações religiosas.
Irmã Dulce também “comeu o pão que o diabo amassou”, sofrendo pressões terríveis por parte de gente da sua própria igreja! Ao acolher um mendigo nas ruas de Salvador, ela não queria saber ser era católico, protestante, espírita, umbandista ou candomblecista. Era uma autêntica Cristã, por isto sofreu. Nenhum, dos influentes da igreja católica, que torturaram Dom Hélder ou Irmã Dulce, apareceu para dizer claramente que era responsável pelas dificuldades proporcionadas a eles, sempre utilizavam-se de testas de ferro, comparsas e outros pilantras para realizarem as suas ações criminosas. Tinham que continuar se apresentando como “bonzinhos” para os outros. Quando Jesus utilizou o “Sepúlcros! caiados por fora e podres por dentro!” estava se referindo, exatamente, a esses que torturam e se mostram como bonzinhos.Os incompetentes sempre se incomodaram com os elevados e vão continuar se preocupando, porque a incompetência e a falta da capacidade para produzirem alguma coisa lhes doem! Quantos odeiam a Xuxa! Ela é alguma bandida? Cometeu algum crime hediondo? Comete algum tipo de erro mais grave que os que cometem as pessoas que a odeiam? Claro que não! É uma pessoa humana que chora, que sorri, que senta-se em um vaso sanitário, que soa o nariz, que acerta e que erra. Por que é odiada por muitos? Por inveja, gente! Tem gente que não suporta o Romário, o Paulo Coelho, o Pelé, o cantor X, o atleta Y... Por que? Porque eles são bandidos? Não, gente, por inveja! Você tem idéia das dificuldades que o Paulo Coelho enfrentou para ter uma cadeira da Academia Brasileira de Letras? Afirmou-me um amigo da ABI (Associação Brasileira de Imprensa, fundada pelo grande Barbosa Lima Sobrinho), que teve gente na Academia que esteve praticamente infartado, de raiva, quando viu o Paulo conseguir a vaga. Por que, gente? Ele escreve livros ensinando alguém matar, roubar, fazer mal ou cometer algum delito? Claro que não! O problema foi INVEJA! Pois o homem é hoje o maior escritor do mundo! Uma sua matéria sobre a recente guerra do Iraque, constituiu-se no texto da internet mais lido em todo o mundo. Isto incomoda a muita gente, principalmente a escritores que mal são conhecidos no bairro onde moram.Não quero aqui dizer que nenhum dos citados é santo, apenas constatar um fato já constato por Jung e outros mestres da Psicologia há um século atrás e hoje constatado cada vez mais até mesmo por Psicólogos não tão experientes assim: A inveja é uma desgraça! O invejoso e incompetente é capaz de fazer coisas terríveis, quando se vê diante de alguém melhor que do ele. Existe uma orientação na Bíblia que diz o seguinte: “Quando você encontrar alguma pessoa mais poderosa do que você, trate de destrui-la”. É impressionante, mas a Bíblia determina isto! Aquele que tem o conjunto de livros que forma a Bíblia (qual delas?) como sendo a “palavra” de Deus, vai fazer isso, porque, segundo a sua ótica deturpada, foi Deus quem mandou!!!
SUGERINDO O RACIOCÍNIO Partindo do princípio que todos nós sabemos de tudo isto, todos nós vimos os filmes, assistimos às novelas, tomamos conhecimento de todas as sabotagens, chantagens, pressões e ameaças que muitos têm feito em relação a todos os que produzem ou produziram de bom, em toda a história da humanidade, que sentido tem a gente continuar a dar crédito ao que se veicula de mal em relação a alguma pessoa, instituição, idéia ou coisa? Nenhuma pessoa verdadeira honesta, íntegra, correta e decente fala mal de ninguém! Está provado, cientificamente! Toda e qualquer pessoa que se dispuser a falar mal de alguém, a denegrir a imagem de alguém, a contribuir para prejudicar alguém, seja de que forma for, com certeza absoluta é uma pessoa de mau caráter, é uma pessoa comprometida moralmente, por mais que faça o maior esforço do mundo para ninguém perceber, visualmente falando, o mar de lama em que vive mergulhada intimamente!!! Quem duvidar disso, por mais que seja para construir instrumentos para me contestar neste argumento, que faça um teste com câmeras escondidas, binóculos que vêem no escuro e vários instrumentos modernos que existem na área de investigação sofisticada, que saia a campo e registre. Não é recomendável considerar como documento autêntico os depoimentos de ex-maridos, ex-esposas e ex-amantes, porque mais de noventa por cento dos rompimentos das relações deixam mágoas e ódios e quem odeia não tem credibilidade para autenticar coisa alguma. Prejudica a pesquisa. Sugiro atenção especial em relação àqueles que vivem a exigir moralidade dos outros, a apontarem dedo para as falhas dos outros, a viverem estabelecendo cobranças aos outros, àqueles que são os mais rigorosos em reuniões de empresas ou qualquer tipo de instituição para decidirem sobre punição de alguém, (não defendo a impunibilidade, em hipótese alguma, a característica é outra). A inteligência tem que voltar suas vistas para às pessoas que vivem a difamar os outros: Gente! Toda pessoa de destaque no bem sempre recebe, por iniciativa de um canalha qualquer, a fama de “ladrão”, “viado”, “desonesto”, “maconheiro”, “sapatão”, “corrupto”, “trai o marido”, “picareta”, “plageador”,“agitador”, “não paga ninguém”... e todas essas “qualificações” que, no fundo, sempre estão presentes na intimidade de quem acusa. (Vide Freud, Jung, Adler, etc.). Você sabe quando é que vai acabar o tráfico de drogas no mundo? Não tem equipamento policial que dê jeito, não tem proibição que dê jeito, não tem legalização que dê jeito! Só vai acabar o dia em que as pessoas deixarem de ser burras e pararem de consumir. A mesma coisa é a ação dos canalhas fofoqueiros, caluniadores, difamadores e sabotadores. Só vai acabar o dia em que pararmos de dar ouvidos a eles, o dia em que recusarmos a dar crédito ao que eles falam e, principalmente, o dia em que utilizarmos o bom senso e julgarmos as pessoas pelo que elas verdadeiramente são e não pelo que os outros dizem. Se durante uma vida inteira eu conheço uma pessoa, convivendo com ela há anos, observando-a atentamente, testemunhando as suas atitudes e os seus exemplos, não tem canalha nenhum que consegue me convencer que ela é o contrário do que eu constato. Eu não permito que ninguém subestime a minha inteligência, coloque em meus olhos cataratas que eu não tenho, nem que me outorgue diploma de idiota pela Universidade dos Imbecis. Quando Jesus sugeriu-nos o “Ame ao vosso próximo...” ele complementou com o “...como a si mesmo”, deixando-nos muito claro que quem não é capaz de amar a si mesmo não tem competência para amar ninguém. Portanto, meu amigo e minha amiga, saibamos de uma coisa: A Rede Globo, a revista VEJA, a IstoÉ, a CNN, a BBC de Londres, o jornal de maior circulação do seu Estado... qualquer veículo de imprensa, pode dizer o que quiser e que bem entende. Mas não podemos esquecer que tudo o que é veiculado nestes poderosos veículos de comunicações, tem origem na cabeça de algumas pessoas pertencentes a um universo de jornalistas constituído por muita gente íntegra, mas também por muitos canalhas, passíveis de serem manipulados e influenciados por interesses os mais sujos e calhordas possíveis. Enganar os outros, é uma questão de desonestidade; mas enganarmos a nós mesmos, é uma questão de burrice./ Alamar Régis Carvalho

VIDAS PASSADAS - REGRESSÃO

Durante milênios a filosofia e a metafísica tentam responder as perguntas da esfinge: De onde vim?Por que estou aqui?Para onde vou?Sem chegar a conclusão alguma, pois se baseiam em hipóteses, que variam de mente a mente ou, de maneira mais complexa ainda, como seja, emitindo "premissas". Partindo do postulado de que "premissa" é algo que se toma, ou melhor, que se pode admitir como verdade mais que, enquanto "premissa" não pode ser submetida à experimentação, não interessa ao campo da ciência; a ciência estuda realidades, iniciando com fenômeno ou algo de existência real para, depois, então, submeter o fato à análise, principalmente através da experimentação.Quando falamos de regressão a vidas passadas falamos em Palingênese, Regressão a egos anteriores e Retrocognição. Tudo isto são abordagens filosóficas da teoria da reencarnação. Para falarmos de vidas passadas, temos que primeiro pressupor a existência do espírito. Segundo o espiritualismo, a personalidade humana é o resultado da sintese das encarnações passadas, mais a encarnação presente.
Pontilhando como estrela de primeira grandeza nos céus da filosofia antiga, encontramos Platão, procurando provar, além da existência da alma, seu retorno em corpos sucessivos para, como afirmava, novamente se plenificar de sabedoria infinita, que trazia em potencialidade quando, por razões obscuras, foi banido do mundo das idéias, onde o homem era pleniconsciente. Saindo do oceano imenso da filosofia antiga, vemos Descartes, através da negação de tudo que a filosofia afirmava, chegar a conclusão do "EGO SUM QUE SUM", isto é, "EU SOU AQUELE QUE SOU" ou, de maneira mais atual, "EU SOU O PENSADOR". Este pensador seria a transcedência absoluta do ser, ou seja, o espírito humano, aquilo que transcede os próprios pensamentos pois, para Descartes, a caracteristica da alma humana, ou sua transcedência máxima, era caracterizada pelo fato do ser humano poder manejar seus pensamentos. Segundo a filosofia materialista da época, o ser humano nada mais era do que um conglomerado de pensamentos mais ou menos arbitrários, mais ou menos organizados e dependentes do meio. Descartes veio, entretanto, destruir esse conceito através da introspecção, como seja, "EU NÃO SOU SOMENTE MINHAS EMOÇÕES, PORQUE MINHAS EMOÇÕES DEPENDEM OU PODEM SER MUDADAS PELOS MEUS PENSAMENTOS". Com o magistral resultado de seu raciocínio filosófico, chegou a uma verdade considerada irrefutável, isto é, que "EU NÃO SOU APENAS UM CONGLOMERADO DE PENSAMENTOS, MAS, ALGO QUE TRANSCEDE OS PRÓPRIOS PENSAMENTOS", ou seja, algo de ser humano, que diz:"Eu quero mudar de pensamento" ou "Eu quero pensar nisto ou naquilo". A esta transcedência ou área do ser humano que maneja os pensamentos, ele chamou "O PENSADOR", ou melhor, o espírito que tudo transcende.
Somente há poucas décadas, graças ao avanço principalmente da física e da psicologia, a alma ou consciência humana vem sendo submetida ao crivo da ciência e mesmo à

experimentação laboratoriais. Dentro do enfoque da física, sabendo-se que a matéria densa é resultante de adensamentos energéticos de dimensões que vieram, ao se afastrem da fonte inicial, perdendo variáveis e criando "densidade", podemos concluir que tudo que é denso tem harmônicos até o "infinito".
Também com a física na mão, podemos dizer que o plano mais denso onde estamos, que é o plano tridimensional, está sujeito ao tempo, que tudo destroi. Para nós, tudo o que está "acima" do plano denso, cujo limite, atualmente admitido é a velocidade da luz, passa para planos de mais de três variáveis, como seja, a quarta, a quinta e a sexta dimensões. Assim sendo, considerando a estrutura densa do ser humano, ou seja, o corpo físico, denso, tem que ser harmônicos (a mesma expansão) até o infinito. Podemos, assim, considerar a alma humana como o conjunto de harmônicos que permeiam o corpo físico, denso, portanto, perecível. De conformidade com a psicologia, o ser humano tem dois inconsciente: o inconsciente atual e o inconsciente arcaico. O "Inconsciente Atual" é o resultado de tudo o que introjetamos desde o momento do nascimento, e o "Inconsciente Arcaico" é que trás a memória racial, ou seja, os conteúdos de memória dos períodos anteriores por que passou a espécie. Filosoficamente falando;
Inconsciente Atual - Áreas superiores corticais, neocorticais ou isocorticais Inconsciente Arcaico - Áreas subcorticais ou paleocorticais Esta concepção encontra apoio na Reflexologia e no Behaviorismo. A teoria Palingenética procura focalizar os inconscientes anteriores, os clichês astrais ou a memória de vidas passadas, nas células antigas do paleocórtex. Podemos dizer que o neocórtex é a área que vai aos poucos sendo programada em contato com o meio e o paleocórtex é a área que não se programa através do meio, pois já vem programada. Nessa área, estão os instintos ou, segundo a moderna etiologia, os "mecanismos deflagadores de comportamentos", os tipos psicológicos do ser, as quais serão desenvolvidas ou norteadas de conformidade com os meios onde estiverem imersas, na caminhada da vida. A Palingênese procura situar nessa área do "material" ou no contexto herdado, o conjunto das personalidades ou dos egos passados.
Devido a causas que a ciência ainda não pode explicar, entre quatro ou cinco pessoas, uma pode regredir com bastante clareza, à qual damos o nome de portadora de sensibilidade profunda. A grosso modo, 25% das pessoas possui uma sensibilidade que podemos chamar de profunda, pessoas estas que podem com facilidade regredir a passado remoto; 50% que chamamos de sensibilidade média, poderá regredir com certa dificuldade e com clareza pouco satisfatória; os 25% restantes poderemos considerar irregressíveis. As regressões de memórias feitas em pessoas de sensibilidade profunda, podemos regredi-los, dividindo a referida regressão, nas seguintes fases: 1º) Até o nascimento, que é o terreno da psicologia pois, dentro de uma abordagem hipno-analítica (psicanálise) podemos detectar traumas ou situações recalcadoras, até mesmo durante o parto. 2º) Até três meses antes do nascimento, onde muitas vezes vamos encontrar memórias de acontecimentos externos vividos ou presenciados pela mãe, o que existe com relativa frequência na literatura da Psicologia Analítica. 3º) Até a concepção, o que já consideramos terreno da Parapsicologia. 4º) A uma época anterior à sua concepção, onde descrevem uma vida em plano psíquico ou em um plano espacial e , nesta descrição, o que mais espanta o pesquisador, principalmente se o mesmo é psicólogo ou psiquiatra, é o fato de não podermos entender onde ele foi condicionar reflexos para descrição rica e minuciosa em detalhes, que todos falam desse plano psíquico.
5º) Como ponto culminante do processo regressivo, vemos que, durante o período em que vamos levando a memória cada vez mais para trás, num determinado período, em geral entre 70 e 150 anos anteriores ao nascimento, o percipiente toma atitudes estranhas, assumindo uma personalidade diferente e, às vezes, sexo também diferente. A partir daí, passa a descrever uma vida nessa época longínqua, com todas as características de estar descrevendo uma realidade aonde, na grande maioria das vezes, não notamos processos alucinatórios, nem tão pouco interveniência de fantasias do inconsciente. É comum até em grande parte dos casos, o percipiente falar a língua da época, com sotaque da época.
É digno também de estudos, a descrição de semelhança que ocorre no fenômeno morte, assim como o desligamento do espírito, para depois seguir os intricados páramos do que chamaremos plano psíquico, até se apresentar renascendo na vida presente. Nessas revivescências ou representações vivenciais, o percipiente, independente de sua filosofia ou credo religioso, descreve com os mínimos detalhes e com a máxima coerência possível, todos os momentos de sua vida, assim como o processo psicológico de maturação da infância, adolescência e idade adulta, com todos os coloridos dessas fases, na época. Até o timbre vocal acompanha a idade cronológica da pessoa. Neste processo, nota-se um apagamento total dos analisadores atuais, passando a funcionar as características mentais da cultura da época, num ego, como se realmente estivesse revivendo uma outra existência. A cultura e grau de conhecimento do percipiente, durante o transe, geralmente, não coincide com o que ele tem no presente, pois que se apresenta com uma cultura bem maior. Podemos citar alguns exemplos: 1 Um delegado de polícia do Rio de Janeiro, dentro do processo regressivo, apresentou-se como irmã de caridade, diretora de um dos maiores colégios da Bahia, tendo falecido em 1875. Ardendo de curiosidade, partiu para Salvador onde, nos arquivos do referido estabelecimento de ensino, constatou que a citada irmã de caridade tinha sido diretora, aquela época, havendo resquício de sua sepultura. 2 Outro paciente, cujo nome real é Doralício, rapaz culto, trinta e seis anos de idade, ao regredir, tomou personalidade de escravo recém-nascido em angola que, na representação psicológica, exatamente idêntica a um escravo da época, descreveu com minúcia toda sua vida naquela região. Anos após, foi comprovada a existência de quase tudo o que descreveu, por um casal de médicos, que lá passou uns seis meses. Até um rio e uma cidade que, poucos anos mais tarde, mudaram de nome. 3 Uma aluna da Faculdade Gama Filho apresentou-se, morando numa determinada rua de Santa Teresa, tendo morrido em 1937 e dando o nome completo de seus pais; indo com um grupo de colegas à referida casa, reconheceu todos os cômodos, notando apenas a diferença da cor de dois compartimentos nos quais, após ter sido raspada um pouco a parede, apareceu a antiga cor. A constatação mais interessante deste caso foi a certidão de óbito por ela obtida, em cartório, do homem que ela dera como pai e que morrera cinco anos depois da morte da percipiente. 4 Um rapaz de quatorze anos apresentou-se como um sacerdote chinês há mil anos passados, descrevendo todos os processos de iniciação da época e dando uma mensagem em chinês que , depois, no centro chinês, foi constatado ser um chinês antigo, sendo traduzidas, apenas, vinte e poucas palavras. No processo regressivo, parece que atingimos um desses egos anteriores ou clichês astrais, fazendo com que o mesmo entre em funcionamento, com o apagamento do ego atual. Sempre acontecerá, quando houver condições apropriadas indispensáveis, ou seja, um percipiente adequado, que se encontra um, entre quatro pessoas.

A CORAGEM !

De todas as virtudes, a coragem é sem dúvida a mais universalmente admirada. Fato raro, o prestígio que desfruta parece não depender nem das sociedades, nem das épocas, e quase nada dos indivíduos. Em toda parte a covardia é desprezada; em toda parte a bravura é estimada. As formas podem variar, claro, assim como os conteúdos: cada civilização tem seus medos, cada civilização suas coragens. Mas o que não varia, ou quase não varia, é que a coragem, como capacidade de superar o medo, vale mais que a covardia ou a poltronice, que ao medo se entregam. A coragem é a virtude dos heróis; e quem não admira os heróis? Essa universalidade, porém, não prova nada, seria até suspeita. O que é universalmente admirado o é, portanto, também pelos maus e pelos imbecis. São eles tão bons juízes assim? Além do mais, admiramos também a beleza, que não é uma virtude; e muitos desprezam a doçura, que o é. O fato de a moral ser universalizável, em seu princípio, não prova que ela seja universal em seu sucesso. A virtude não é um espetáculo e não lhe importam os aplausos.
Sobretudo, a coragem pode servir para tudo, para o bem como para o mal, e não alteraria a natureza deste ou daquele. Maldade corajosa é maldade. Fanatismo corajoso é fanatismo. Essa coragem – a coragem para o mal, no mal – também é uma virtude? Parece difícil achar que sim. Ainda que se possa admirar em alguma coisa a coragem de um assassino ou de um SS, em que isso os faz virtuosos? Um pouco mais covardes, teriam feito menos mal. O que é essa virtude que pode servir para o pior? O que é esse valor que parece indiferente aos valores? “A coragem não é uma virtude”, dizia Voltaire, “mas uma qualidade comum aos celerados e aos grandes homens.” Uma excelência, pois, mas que não seria, em si, nem moral nem imoral. O mesmo se dá com a inteligência ou a força, também elas admiradas, também elas ambíguas (podem servir tanto ao mal como ao bem) e, por isso, moralmente indiferentes. No entanto, não estou muito certo de que a coragem não signifique mais. Consideremos um patife qualquer: ele ser inteligente ou idiota, robusto ou magricela, não muda em nada, do ponto de vista moral, seu valor. Inclusive, em certo grau, a idiotice poderia desculpá-lo, como também, talvez, alguma deficiência física que tivesse perturbado seu caráter. Circunstâncias atenuantes, dirão: se ele não fosse idiota ou manco, seria tão mau? A inteligência ou a força, longe de atenuarem a ignomínia de um indivíduo, antes a aumentariam, tornando-a ao mesmo tempo mais nefasta e mais condenável. O mesmo se dá com a coragem. Se a covardia às vezes pode servir de desculpa, a coragem, enquanto tal, ainda assim continua eticamente valorizada (o que não prova, veremos, que seja sempre uma virtude) e, parece-me, mesmo no patife. Suponhamos dois SS, em tudo comparáveis mas sendo que um se revela tão covarde quanto o outro corajoso; o segundo talvez seja mais perigoso, mas quem poderá dizer que é mais culpado? Mais desprezível? Mais odiável? Se digo de alguém: “é cruel e covarde”, os dois qualificativos se somam. Se digo: “é cruel e corajoso”, antes se subtrairiam. Como odiar ou desprezar inteiramente um camicase? Mas deixemos a guerra, que nos levaria longe demais. Imaginemos em vez disso dois terroristas, em tempo de paz, que explodem cada um avião de carreira cheio de turistas… Como não desprezar o que faz isso de terra, sem correr pessoalmente nenhum risco, mais do que o que fica no avião e morre, em conhecimento de causa, com os outros passageiros? Detenho-me nesse exemplo. Podemos supor nesses dois indivíduos motivações semelhantes, por exemplo ideológicas, como também que seus atos terão, em relação às vítimas, idênticas conseqüências. E admitiremos que essas conseqüências são demasiado pesadas e essas motivações demasiado discutíveis para que aquelas possam ser justificadas por estas; em outras palavras, os dois atentados são moralmente condenáveis. Mas um de nossos dois terroristas acrescenta a isso a covardia, ao saber que não corre risco nenhum, e o outro, coragem, sabendo que vai morrer. Em que isso altera as coisas? Em nada, repitamos, para as vítimas. Mas e para nossos colocadores de bombas? A coragem contra a covardia? Sem dúvida, mas isso é moral ou psicologia? Virtude ou caráter? Que a psicologia ou o caráter possam influir, e mesmo que influem necessariamente, é inegável. Mas parece que se acrescenta o seguinte, que diz respeito à moral: O terrorista heróico atesta pelo menos, com seu sacrifício, a sinceridade e, talvez, o desinteresse de suas motivações. Aludo como prova que a espécie de estima (mista, sem dúvida) que podemos sentir por ele seria atenuada, ou até desapareceria, se soubéssemos, lendo seu diário íntimo, por exemplo, que só cometeu seu delito na convicção de que ganharia com isso – pensemos em algum fanatismo religioso – muito mais do que perderia, a saber, uma eternidade de vida feliz. Nesta última hipótese, o egoísmo resgataria seus direitos ou, antes, nunca os teria perdido, e a moralidade do ato recuaria na mesma medida. Já não estaríamos lidando com alguém que está pronto a sacrificar vítimas inocentes para sua felicidade própria, em outras palavras, de um patife ordinário, por certo corajoso, em se tratando dessa vida, mas de uma coragem interessada, ainda que post mortem, e portanto, privada de todo e qualquer valor moral? Coragem egoísta é egoísmo. Imaginemos, ao contrário, um terrorista ateu: se ele sacrifica a vida, como lhe atribuir motivações baixas? Coragem desinteressada é heroísmo; e, se isso nada prova quanto ao valor do ato, indica pelo menos algo quanto ao valor do indivíduo. Esse exemplo me esclarece. O que estimamos, na coragem, e que culmina no sacrifício de si, seria, pois, em primeiro lugar, o risco aceito ou corrido sem motivação egoísta, em outras palavras, uma forma, se não sempre de altruísmo, pelo menos de desinteresse, de desprendimento, de distanciamento do eu. É, em todo caso, o que na coragem parece moralmente estimável. Alguém agride você na rua, cortando qualquer possibilidade de retirada. Você vai se defender furiosamente ou, ao contrário, implorar clemência? É um problema principalmente de estratégia ou, digamos, de temperamento. Que se possa achar a primeira atitude mais gloriosa ou mais viril, está bem. Mas a glória não é moral, nem a virilidade, virtude. Supondo-se que por outro lado, sempre na rua, você ouça uma mulher pedir socorro porque um malfeitor a quer estuprar, está claro que a coragem de que você dará ou não prova, sempre devendo algo, por certo, a seu caráter, comprometerá também sua responsabilidade propriamente moral; em outras palavras, sua virtude ou sua indignidade. Em resumo, embora sempre estimada, de um ponto de vista psicológico ou sociológico, a coragem só é verdadeiramente estimável do ponto de vista moral quando se põe, ao menos em parte, a serviço de outrem, quando escapa, pouco ou muito, do interesse egoísta imediato. É por isso que, sem dúvida, e especialmente para um ateu, a coragem diante da morte é a coragem das coragens, pois o eu não pode encontrar nenhuma gratificação concreta ou positiva. Digo “imediata”, “concreta” e “positiva” porque todos sabem muito bem que não nos desvencilhamos sem mais nem menos do ego; até mesmo o herói é suspeito de ter buscado a glória ou fugido do remorso, em outras palavras, de ter buscado na virtude, ainda que indiretamente e a título póstumo, sua própria felicidade ou seu bem-estar. Não se escapa do ego; não se escapa do princípio de prazer. Mas encontrar seu prazer em servir ao outro, encontrar seu bem-estar na ação generosa, longe de contrariar o altruísmo é a própria definição e o princípio da virtude. O amor a si, dizia Kant, sem ser sempre condenável, é a fonte de todo mal. Acrescento de bom grado: e o amor ao outro, de todo bem. Mas seria alargar demais o fosso que os separa. Só se ama a outro, sem dúvida, amando a si (é por isso que as Escrituras nos dizem justamente que é preciso amar ao próximo “como a si mesmo”), e só se ama a si mesmo, talvez, na proporção do amor recebido e interiorizado. Nem por isso deixa de haver uma diferença de ênfase, ou de orientação, entre o que só ama a si e o que também ama, às vezes até de maneira desinteressada, a um outro, entre o que só gosta de receber ou tomar e o que também gosta de dar, em suma, entre um comportamento sordidamente egoísta e o egoísmo sublimado, purificado, libertado (isso mesmo: o egoísmo libertado do ego!), a que chamamos… altruísmo ou generosidade. Mas voltemos à coragem. O que retenho de meus exemplos, e poderíamos encontrar muitos outros, é, pois, que a coragem, de traço psicológico que é a princípio, só se torna uma virtude quando a serviço de outrem ou de uma causa geral e generosa. Como traço de caráter, a coragem é, sobretudo, uma fraca sensibilidade ao medo, seja por ele ser pouco sentido, seja por ser bem suportado, ou até com prazer. É a coragem dos estouvados, dos brigões ou dos impávidos, a coragem dos “durões”, como se diz em nossos filmes policiais, e todos sabem que a virtude pode não ter nada a ver com ela. Isso quer dizer que ela é, do ponto de vista moral, totalmente indiferente? Não é tão simples assim. Mesmo numa situação em que eu agiria apenas por egoísmo, pode-se estimar que a ação corajosa (por exemplo, o combate contra um agressor, em vez da súplica) manifestará maior domínio, maior dignidade, maior liberdade, qualidades moralmente significativas e que darão à coragem, como que por retroação, algo de seu valor: sem ser sempre moral, em sua essência, a coragem é aquilo sem o que, sem dúvida, qualquer moral seria impossível ou sem efeito. Alguém que se entregasse totalmente ao medo que lugar poderia deixar a seus deveres? Donde a espécie de estima humana – eu diria pré-moral ou quase moral – de que a coragem, mesmo que puramente física e mesmo que a serviço de uma ação egoísta, é objeto. A coragem força o respeito. Fascínio perigoso, decerto (pois a coragem, moralmente falando, não prova nada), mas que se explica talvez pelo fato de que a coragem manifesta pelo menos uma disposição para furtar-se ao puro jogo dos instintos ou dos temores, digamos um domínio de si e de seu medo, disposição ou domínio de si que, sem serem sempre morais, são pelo menos a condição – não suficiente, mas necessária – de toda moralidade. O medo é egoísta. A covardia é egoísta. Não obstante essa coragem primeira, física ou psicológica, ainda não é uma virtude, ou essa virtude (essa excelência) ainda não é moral. Os antigos consideravam-na a marca da virilidade (andréia, que significa coragem em grego, vem, como de resto virtus em latim, de uma raiz que designa o homem, anêr ou vir, não como ser genérico, mas por oposição à mulher), e muitos, ainda hoje, concordariam com eles. “Ter ou não ter” (Nota do tradutor: “Em avoir ou pas”, que em francês corresponde a “ter colhões ou não ter”), diz-se vulgarmente, o que indica pelo menos que a fisiologia, mesmo fantasista, nesse caso importa mais que a moralidade. Não nos deixemos enganar muito por essa coragem (coragem física, coragem do guerreiro). É evidente que uma mulher pode dar prova dela. Mas essa prova, moralmente falando, não prova nada. Essa coragem pode pertencer tanto ao patife como ao homem de bem. É apenas uma regulação feliz ou eficaz da agressividade: coragem patológica, diria Kant, ou passional, diria Descartes, por certo útil, na maioria das vezes, mas útil antes de tudo ao que a sente, e por isso privada em si mesma de qualquer valor propriamente moral. Um assalto a banco não acontece sem perigo nem, portanto, sem coragem. Mas nem por isso é moral; em todo caso seriam necessárias circunstâncias bem particulares (relativas, em especial, às motivações do ato) para que pudesse vir a sê-lo. Como virtude, ao contrário, a coragem supõe sempre uma forma de desinteresse, de altruísmo ou de generosidade. Ela não exclui, sem dúvida, uma certa insensibilidade ao medo, até mesmo um gosto por ele. Mas não os supõe necessariamente. Essa coragem não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo, quando ele existe, por uma vontade mais forte e mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de alma, diante do perigo. Já não é uma paixão, é uma virtude, e a condição de todas. Já não é a coragem dos durões, é a coragem dos doces, e dos heróis.
Digo que essa coragem é a condição de qualquer virtude; e eu dizia a mesma coisa, talvez estejam lembrados, da prudência. Por que não? Por que as virtudes seriam condicionadas por uma só dentre elas? As outras virtudes, sem a prudência, seriam cegas ou loucas; mas, sem a coragem, seriam vãs ou pusilânimes. O justo, sem a prudência, não saberia como combater a injustiça; mas, sem a coragem, não ousaria empenhar-se nesse combate. Um não saberia que meios utilizar para alcançar seu fim; outro recuaria diante dos riscos que eles supõem. O imprudente e o covarde não seriam, pois, verdadeiramente justos (de uma justiça em ato, que é a verdadeira justiça), nem um nem outro. Qualquer virtude é coragem; qualquer virtude é prudência. Como o medo poderia substituir esta ou aquela? É o que explica muito bem santo Tomás: tanto quanto a prudência, embora de forma diferente, a fortitudo (a força de alma, a coragem) é “condição de qualquer virtude” ao mesmo tempo em que, diante do perigo, é uma delas. Virtude geral, pois, e cardeal propriamente, pois suporta as outras como um pivô ou um gonzo (cardo), já que se requer para qualquer virtude, dizia Aristóteles, “agir de maneira firme e inabalável” (é o que podemos chamar de força de alma); mas também virtude especial (que chamamos de coragem, estritamente), que permite, como dizia Cícero, “enfrentar os perigos e suportar os labores”. Porque a coragem, notemos de passagem, é o contrário da covardia, decerto, mas também da preguiça ou da frouxidão. É a mesma coragem nos dois casos? Sem dúvida não. O perigo não é o trabalho; o medo não é o cansaço. Mas é preciso superar, nos dois casos, o impulso primeiro ou animal, que preferiria o repouso, o prazer ou a fuga. Na medida em que a virtude é um esforço – sempre o é, fora a graça ou o amor -, toda virtude é coragem, e é por isso que a palavra “covarde”, notava Alain, é “a mais grave das injúrias”. Não porque a covardia seja o pior no homem, mas porque sem coragem não se poderia resistir ao pior em si ou em outrem. Resta saber que relação a coragem mantém com a verdade. Platão interrogou-se muito sobre esse ponto, tentando, sem nunca conseguir de maneira satisfatória, reduzir a coragem ao saber (no Laques e no Protágoras) ou à opinião (na República). A coragem seria “a ciência das coisas temíveis e das que não o são”, explica, ou pelo menos a “salvaguarda constante de uma opinião reta e legitimamente acreditada sobre as coisas que são ou não são temíveis”. Era esquecer que a coragem supõe o medo e se contenta com enfrentá-lo. Podemos mostrar coragem diante de um perigo ilusório; e ela pode nos faltar diante de um perigo comprovado. O medo comanda. O medo basta. Medo justificado ou não, legítimo ou não, razoado ou desarrazoado? Não é esse o problema. Dom Quixote dá prova de coragem contra seus moinhos, ao passo que a ciência, embora muitas vezes tranqüilize, nunca deu coragem a ninguém. Não há virtude que resista mais ao intelectualismo. Quantos ignorantes heróicos? Quantos eruditos covardes? Os sábios? Se o fossem inteiramente, não teriam mais medo de nada (como se vê em Epicuro ou em Spinoza), e qualquer coragem lhes seria inútil. Os filósofos? É indiscutível que precisam de coragem para pensar; mas o pensamento nunca bastou para lhes dar coragem. A ciência ou a filosofia podem, às vezes, dissipar os medos, dissipando seus objetos; mas a coragem, repitamos, não é ausência de medo, é a capacidade de enfrentá-lo, de dominá-lo, de superá-lo, o que supõe que ela existe ou deveria existir. O fato de um eclipse, por exemplo, para um moderno e graças ao saber que temos a seu respeito, já não ser motivo de temor não nos dá, em relação a ele, nenhuma coragem – no máximo, tira-nos uma oportunidade de dar prova de coragem… ou de sua falta. Do mesmo modo, se pudéssemos nos convencer, com Epicuro, de que a morte não é nada para nós (ou, com Platão, de que é desejável!), não precisaríamos mais de coragem para suportar a idéia de morrer. A ciência basta num caso, a sabedoria ou a fé bastariam no outro. Mas só precisamos de coragem justamente quando estas não bastam, ou por estarem ausentes, ou por serem, em relação a nossa angústia, sem pertinência ou sem eficácia. O saber, a sabedoria ou a opinião dão ou tiram ao medo seus objetos. Não dão coragem, dão a oportunidade de servir-se dela ou dispensá-la.
Foi o que Jankélévitch bem viu: a coragem não é um saber, mas uma decisão, não é uma opinião, mas um ato. É por isso que a razão aqui não basta: “O raciocínio nos diz o que devemos fazer, se o devemos, mas não nos diz que devemos fazê-lo; e menos ainda ele mesmo faz o que diz.” Se há uma coragem da razão, ela está apenas em que a razão nunca tem medo, quero dizer que nunca é a razão que em nós se atemoriza ou se assusta. Cavaillès sabia disso, como também que a razão não basta para agir ou querer: não há coragem more geometrico, nem ciência corajosa. Vá demonstrar, sob tortura, que não se deve falar! Aliás, se essa demonstração fosse possível, quem poderia acreditar que bastasse? A razão é a mesma, em Cavaillès (que não falou…) e em qualquer outro. Mas a vontade não; mas a coragem não, e a coragem nada mais é que a vontade mais determinada e, diante do perigo ou do sofrimento, mais necessária. Toda razão é universal; toda coragem, singular. Toda razão é anônima; toda coragem, pessoal. É por isso, aliás, que é preciso coragem para pensar, às vezes, como é preciso para sofrer e lutar, porque ninguém pode pensar em nosso lugar – nem sofrer em nosso lugar, nem lutar em nosso lugar -, e porque a razão não basta, porque a verdade não basta, porque é necessário ainda superar em si tudo o que estremece ou resiste, tudo o que preferiria uma ilusão tranqüilizadora ou uma mentira confortável. Daí o que chamamos de coragem intelectual, que é a recusa, no pensamento, de ceder ao medo, a recusa de se submeter a outra coisa que não a verdade, à qual nada assusta e ainda que ela fosse assustadora. É também o que chamamos lucidez, que é a coragem do verdadeiro, mas a que nenhuma verdade basta. Toda verdade é eterna; a coragem só tem sentido na finitude e na temporalidade – na duração. Um deus não precisaria dela. Nem um sábio, talvez, se só vivesse nos bens imortais ou eternos evocados por Epicuro ou Spinoza. Mas isso não é possível, e é por isso que, de novo, precisamos de coragem. Coragem para durar e agüentar, coragem para viver e para morrer, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, para perseverar… Spinoza chama de firmeza de alma (animositas) esse “desejo pelo qual cada um se esforça por conservar seu ser sob o exclusivo ditame da razão”. Mas a coragem está no desejo, não na razão; no esforço, não no ditame. Trata-se sempre de perseverar em seu ser (é o que Éluard chamará de “o duro desejo de durar”), e toda coragem é feita de vontade. Não estou certo de que a coragem seja a virtude do começo, pelo menos que seja apenas isso, ou essencialmente isso: é preciso tanta a mesma coragem, às vezes mais, para continuar ou manter. Mas é verdade que continuar é recomeçar sempre e que a coragem, não podendo ser “nem entesourada nem capitalizada”, só continua sob essa condição, como uma duração sempre incoativa do esforço, como um começo sempre recomeçado, apesar do cansaço, apesar do medo, e por isso sempre necessário e sempre difícil… “É preciso, pois, sair do medo pela coragem”, dizia Alain; “e esse movimento, que começa cada uma de nossas ações, também está, quando é retido, no nascimento de cada um de nossos pensamentos.” O medo paralisa, e toda ação, mesmo de fuga, furta-se um pouco a ele. A coragem triunfa sobre o medo, pelo menos tenta triunfar, e já é corajoso tentar. Qual virtude, de outro modo? Qual vida? Qual felicidade? Um homem de alma forte, lemos em Spinoza, “esforça-se por agir bem e manter-se alegre”; confrontado com os obstáculos, que são muitos, esse esforço é a própria coragem. Como toda virtude, a coragem só existe no presente. Ter tido coragem não prova que se terá, nem mesmo que se tem. É todavia uma indicação positiva e, literalmente, encorajadora. O passado é objeto de conhecimento e, por isso, mais significativo, moralmente falando, que o futuro, que é apenas objeto de fé ou de esperança – apenas de imaginação. Querer dar amanhã ou outro dia não é ser generoso. Querer ser corajoso na semana que vem ou daqui a dez anos não é coragem. Trata-se apenas de projetos de querer, de decisões sonhadas, de virtudes imaginárias. Aristóteles (ou o discípulo que fala em seu nome) evoca com graça, na Grande moral, os que “se fazem de corajosos porque o risco é para ser corrido daqui a dois anos, e morrem de medo quando estão cara a cara e nariz a nariz com o perigo”. Heróis imaginários, poltrões reais. Jankélévitch, que cita essa frase, acrescenta com razão que “a coragem é a intenção do instante em instância”, que o instante corajoso designa nisso “nosso ponto de tangência com o futuro próximo”, em suma, que se trata de ser corajoso, não amanhã ou daqui a pouco, mas “no ato”. Muito bem. Mas o que é esse instante em instância, em contato com o futuro próximo ou imediato, senão o presente que dura? Não precisamos de coragem para enfrentar o que já não é, claro; mas tampouco para superar o que ainda não é. Nem o nazismo nem o fim do mundo, nem meu nascimento nem minha morte são para mim objetos de coragem (a idéia da morte talvez, sendo atual, como também, sob certos aspectos, a idéia do nazismo ou do fim do mundo; mas uma idéia requer muitíssimo menos coragem, nesses domínios, que a própria coisa!). O que há de mais ridículo do que esses heróis por contumácia, que só enfrentam, imaginariamente é claro, perigos excluídos? Todavia, acrescenta Jankélévitch, “também não há ar para a respiração da coragem se a ameaça já foi realizada e se, quebrando o encanto do possível, suspendendo os transes da incerteza, o perigo transformado em infortúnio deixa de ser perigo”. É tão certo assim? Se fosse verdade, a coragem não seria necessária, seria até inútil, contra a dor, física ou moral, contra a enfermidade, contra o luto. Em que situação, porém, precisamos mais dela? Aquele que resiste à tortura, como Cavaillès ou Jean Moulin, quem pode crer que é antes de tudo o futuro, antes de tudo o perigo, que mobilizam sua coragem (que futuro é pior que o presente deles? Que perigo é pior que a tortura?), e não a atroz atualidade do sofrimento? Dirão que a escolha é, então, se é que há escolha, fazer cessar ou continuar esse horror, o que, como toda escolha, só tem sentido com referência ao futuro. Sem dúvida: o presente é uma duração, muito mais que um instante, uma distensão, como dizia santo Agostinho, sempre proveniente do passado, sempre voltada para o futuro. E é necessário coragem, dizia eu, para durar e agüentar, para suportar sem se quebrar essa tensão que nós somos, ou essa divisão entre passado e futuro, entre memória e vontade. É a própria vida, e o esforço de viver (o conatus de Spinoza). Mas esse esforço está sempre presente e, na maioria das vezes, é difícil. Se é o futuro que tememos, é o presente que suportamos (inclusive nosso medo presente do futuro), e a realidade atual do infortúnio, do sofrimento ou da angústia não requer menos coragem, nesse presente que dura, do que a ameaça do perigo ou os transes, como diz Jankélévitch, da incerteza. É verdade para a tortura, e para qualquer tortura. O canceroso, em fase terminal, quem acredita que é apenas diante do futuro, apenas diante da morte, que ele precisa de coragem? E a mãe que perdeu o filho? “Tenha coragem”, dizem-lhe. Se isso se refere ao futuro, como todo conselho, não quero dizer que a coragem seja aqui necessária contra um perigo, ou risco ou uma ameaça, mas sim contra um infortúnio presente, atrozmente presente, e que só está indefinidamente por vir porque é e será, doravante – pois o passado e a morte são irrevogáveis – definitivamente presente. É preciso coragem ainda para suportar uma deficiência, para assumir um fracasso ou um erro, e também essas coragens referem-se antes de tudo ao presente que dura e ao futuro apenas enquanto é, enquanto não pode ser mais que a continuação desse presente. O cego precisa de maior coragem do que aquele que enxerga bem, e não apenas porque a vida para ele é mais perigosa. Irei mais longe até. Na medida em que o sofrimento é pior que o medo, pelo menos sempre que o é, é necessária maior coragem para suportá-lo. Isso depende, é claro, dos sofrimentos e dos medos. Consideremos então um sofrimento extremo: a tortura; e um medo extremo: o medo da morte, o medo da tortura, ambas iminentes. Quem não percebe que é preciso mais coragem para resistir à tortura do que à sua ameaça, ainda que perfeitamente determinada e crível? E quem não preferiria suicidar-se, apesar do medo, a sofrer a esse ponto? Quantos não o fizeram? Quantos lamentaram não ter meios para fazê-lo? Pode ser que seja preciso ter coragem para se suicidar, e sem dúvida sempre é preciso. Menos, contudo, do que para resistir à tortura. Embora a coragem diante da morte seja a coragem das coragens, quero dizer, o modelo ou o arquétipo de todas, ela não é necessariamente nem sempre a maior. É a mais simples, porque a morte é o mais simples. É a mais absoluta, se quisermos, porque a morte é absoluta. Mas não é a maior, porque a morte não é o pior. O pior é o sofrimento que dura, é o horror que se prolonga, ambos atuais, atrozmente atuais. E no próprio medo, quem não vê que é preciso coragem para superar a atualidade da angústia, tanto quanto e às vezes mais do que para enfrentar a virtualidade do perigo? Em resumo, a coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo, à ameaça; refere-se também ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Os estóicos, que dela fizeram uma filosofia, sabiam disso. Só esperamos o que não depende de nós; só queremos o que depende de nós. É por isso que a esperança só é uma virtude para os crentes, ao passo que a coragem o é para qualquer homem. Ora, o que é necessário para ser corajoso? Basta querê-lo, em outras palavras, sê-lo de fato. Mas não basta esperá-lo, apenas os covardes se contentam com isso. Isso nos leva ao famoso tema da coragem do desespero. “É nos casos mais perigosos e mais desesperados que se empregam mais ousadia e coragem”, escrevia Descartes; e embora isso não exclua a esperança, como ele também diz, exclui que a esperança e a coragem tenham o mesmo objeto ou se confundam. O herói, diante da morte, bem pode esperar a glória ou a vitória póstuma de suas idéias. Mas essa esperança não é o objeto de sua coragem e não poderia fazer as vezes dela. Os covardes esperam a vitória, tanto quanto os heróis; e, sem dúvida, só se foge tendo esperança da salvação. Essas esperanças não são coragem, nem bastam, infelizmente, para dá-la. Isso não quer dizer, é claro, que a esperança sempre seja uma quantidade desprezível! Ela pode reforçar a coragem ou sustentá-la, isso é ponto pacífico, e Aristóteles já o havia ressaltado: é mais fácil ser bravo no combate quando se espera vencê-lo. Mas isso é ser mais corajoso? Pode-se pensar o contrário: já que, de fato, a esperança fortalece a coragem, é necessário ser corajoso, sobretudo, quando falta esperança; e o verdadeiro herói será aquele que for capaz de enfrentar não apenas o risco, que risco sempre há, mas, se preciso, a certeza da morte ou, mesmo, pode acontecer, da derrota final. É a coragem dos vencidos, que não é menor, quando estes a têm, nem menos meritória, longe disso, do que a dos vencedores. Que podiam esperar os insurretos do gueto de Varsóvia? Nada para eles mesmos, pelo menos, e por isso mesmo sua coragem foi ainda mais patente e heróica. Por que combater então? Porque é preciso. Porque o contrário seria indigno. Ou pela beleza do gesto, como se diz, estando entendido que essa beleza é de ordem ética e não estética. “As pessoas verdadeiramente corajosas só agem pela beleza do gesto corajoso”, escrevia Aristóteles, só “pelo amor ao bem”, como também se pode traduzir, ou “impelidas pelo sentimento da honra”. As paixões, sejam elas cólera, ódio ou esperança, também podem intervir e prestar seu concurso. Mas a coragem, sem elas, ainda é possível, e mais necessária, e mais virtuosa. Lê-se, inclusive, em Aristóteles que a coragem, em sua forma mais elevada, é “sem esperança”, ou até “antinômica da esperança; pelo simples fato de não ter mais nenhuma esperança, o homem corajoso diante de uma doença mortal o é mais do que o marinheiro na tempestade; daí ‘os que a esperança sustenta já não serem, por isso, bravos verdadeiros’, assim como aqueles que têm a convicção de serem mais fortes, de poderem triunfar no combate”. Não estou certo de que se possa ir tão longe, ou pelo menos que isso não seja, a partir de uma interpretação um tanto unilateral, levar Aristóteles até onde eu aceitaria chegar, por minha parte e pelo menos no abstrato, porém mais longe, temo, do que ele queria chegar ou do que consentiria em nos acompanhar. Não tem importância, é só história da filosofia. A vida nos ensina que é preciso coragem para suportar o desespero, e também que o desespero, às vezes, pode dar coragem. Quando não há mais nada a esperar, não há mais nada a temer: eis toda coragem disponível, e contra toda esperança, para um combate presente, para um sofrimento presente, para uma ação presente! É por isso que, explicava Rabelais, “de acordo com a verdadeira disciplina militar, nunca se deve pôr o inimigo em situação de desespero, porque essa necessidade multiplica sua força e aumenta sua coragem”. Pode-se temer tudo de quem nada teme. E o que temeriam, se nada mais têm a esperar? Os militares sabem disso e tratam de evitá-lo, do mesmo modo que os diplomatas ou os estadistas. Toda esperança dá margem a outra; todo desespero, a si. Para se suicidar? Muitas vezes há coisa melhor a ser feita: a morte nada mais é que uma esperança como outra. Alain, que foi soldado, e soldado corajoso, encontrou na guerra alguns heróis de verdade. Eis o que diz deles: “Sem dúvida, é preciso não esperar mais nada para ser totalmente bravo; e vi tenentes e subtenentes de infantaria que pareciam ter posto um ponto final em sua vida; sua alegria me dava medo. Nisso, eu estava na retaguarda; sempre estamos na retaguarda de alguém.” É verdade, e não só na guerra. Alain evoca em outra página a coragem de Lagneau, não mais no combate mas numa sala de aula, seu “desespero absoluto”, graças ao qual ele pensava “com alegria, sem nenhum temor e sem nenhuma esperança”. Mas o que prova nosso medo, a não ser que precisamos de coragem? É igualmente conhecida a fórmula de Guilherme de Orange: “Não é necessário esperar para empreender, nem ter êxito para perseverar.” Diziam-no taciturno, o que não o impediu nem de agir, nem de ousar. Onde se viu que só os otimistas sabem o que é coragem? Sem dúvida é mais fácil empreender ou perseverar quando a esperança ou o êxito estão à vista. Mas, quando é mais fácil, tem-se menos necessidade de coragem. O que Aristóteles mostrou claramente, em todo caso, e com o que cumpre concluir, é que a coragem é inseparável da medida. Não quer dizer, é claro, que não se possa ser extremamente corajoso, ou enfrentar um perigo extremo. Mas que é necessário proporcionar os riscos que se correm ao fim que se tem em vista: é bonito arriscar a vida por uma causa nobre, mas insensato fazê-lo por bagatelas ou por puro fascínio pelo perigo. É o que distingue o corajoso do temerário e graças ao que a coragem – como toda virtude, segundo Aristóteles – se mantém no cume, entre esses dois abismos (ou no meio-termo, entre esses dois excessos) que são a covardia e a temeridade: o covarde é submisso demais a seu medo, o temerário despreocupado demais com sua vida ou com o perigo, para poderem ser, um ou outro, verdadeiramente (isto é, virtuosamente) corajosos. A ousadia, ainda que extrema, só é assim virtuosa se temperada pela prudência – o medo contribui para ela, a razão a provê. “A virtude de um homem livre se revela tão grande quanto ele evita os perigos”, escreve Spinoza, “como quando os supera; ele escolhe com a mesma firmeza de alma, ou presença de espírito, a fuga ou o combate.”
Quanto ao resto, é bom lembrar que a coragem não é o mais forte, mas sim o destino ou, é a mesma coisa, o acaso. A própria coragem está ligada a ele (basta querer, mas quem escolhe sua vontade?) e a ele permanece submetida. Para todo homem, há o que ele pode e o que ele não pode suportar. O fato de encontrar ou não, antes de morrer, o que o vai abater é uma questão de sorte, pelo menos tanto quanto de mérito. Os heróis sabem disso, quando são lúcidos: é o que os torna humildes diante de si mesmos e misericordiosos diante dos outros. Todas as virtudes se relacionam, e todas se relacionam com a coragem.



( A REVOLUÇÃO DO CÉREBRO )

A máquina mais complexa do Universo está na sua cabeça. Agora que começamos a entender como ela funciona, descobrimos capacidades que nem imaginávamos. Saiba quais são esses superpoderes - e o que fazer para adquiri-los O seu cérebro é capaz de quase qualquer coisa. Ele consegue parar o tempo, ficar vários dias numa boa sem dormir, ler pensamentos, mover objetos a distância e se reconstruir de acordo com a necessidade. Parecem superpoderes de histórias em quadrinhos, mas são apenas algumas das descobertas que os neurocientistas fizeram ao longo da última década. Algumas dessas façanhas sempre fizeram parte do seu cérebro e só agora conseguimos perceber. Outras são fruto da ciência: ao decifrar alguns mecanismos da nossa mente, os pesquisadores estão encontrando maneiras de realizar coisas que antes pareciam impossíveis. O resultado é uma revolução como nenhuma outra, capaz de mudar não só a maneira como entendemos o cérebro, mas também a imagem que fazemos do mundo, da realidade e de quem somos nós. Siga adiante e entenda o que está acontecendo (e aproveite que, segundo uma das mais recentes descobertas, nenhum exercício para o seu cérebro é tão bom quanto a leitura). Superpoder 1 - Mudar a própria forma Os dedos da mão esquerda de um violinista fazem todo tipo de movimentos. Já os da mão direita fazem só um: segurar o arco, algo importante, mas simples. Todas essas ações são coordenadas pelo córtex motor, uma fatia acima da orelha que possui um mapa de todo o corpo: um pedaço coordena o pé, outro, a perna, e assim vai até a cabeça. Quando os cientistas analisaram esse mapa em violinistas, repararam em algo curioso: a região que comanda os dedos da mão esquerda é maior do que a da direita. O cérebro se adapta ao estilo de vida do seu dono. O mesmo acontece com todo mundo. Quem lê textos em braile desde pequeno utiliza para o tato uma parte do cérebro normalmente ocupada pela visão. Em pessoas que perdem um braço, a área que recebia sensações desse membro se liga a outras partes do corpo, como o rosto, o que às vezes gera "dores fantasmas": um toque na bochecha é interpretado como uma lesão no braço. Aliás, não se assuste, mas, agora mesmo, este texto e tudo o mais a sua volta estão deixando marcas físicas no seu cérebro. Está aí a revolução: segundo os cientistas, o seu cérebro é muito elástico. Há menos de 20 anos, imaginava-se que ele era como um computador, uma máquina com circuitos fixos, em que tudo o que se podia fazer era acrescentar informações. Agora se sabe que não. "O hardware também é aprendido. Caminhar, falar, mover partes do corpo envolve experiência e memória", diz Iván Izquierdo, neurocientista da PUC gaúcha. O cérebro se reiventa, cria novos neurônios, novas conexões e novas funções para áreas pouco utilizadas. Não é de espantar que os cientistas tenham demorado a perceber isso. Até 3 décadas atrás, tudo o que se podia fazer para estudar o cérebro humano era abrir a cabeça e olhar dentro. Alguns chegaram a fazer isso com pacientes vivos, mas o normal era esperar as pessoas morrerem e depois olhar o que sobrava. Na época, as principais descobertas vinham de pesquisas com animais ou com pessoas com lesões no cérebro - por exemplo, se alguém perdia o hipocampo e, junto com ele, a memória recente, é porque os dois deviam estar ligados. Agora os cientistas conseguem desde entender como os genes dão origem às moléculas do cérebro até simular em computador conjuntos de neurônios. E surgiram maneiras de observar o cérebro em atividade, graças, principalmente, à ressonância magnética funcional (RMF), uma espécie de telescópio Hubble para os neurocientistas. O princípio é colocar o paciente em um campo magnético tão forte que, pendurado em um guindaste, seria capaz de levantar dois carros juntos (o que mostra por que não é uma boa idéia aproximar objetos metálicos de aparelhos como esse). Essas circunstâncias possibilitam detectar, por ondas de rádio, o fluxo de sangue oxigenado para diferentes partes do cérebro, o que indica as regiões mais ativas em cada situação. A técnica permitiu, pela primeira vez, mapear o cérebro em funcionamento. Também enterrou aquela idéia de que só usamos 10% da nossa mente: todo o cérebro trabalha o tempo inteiro. Mas, de acordo com o que fazemos, algumas partes são mais ativadas que outras (veja quadro na página 54). Nos últimos anos, as pesquisas mostraram os sistemas que acendem em situações como se apaixonar, tomar uma decisão, sentir sono, medo, desejo de uma comida ou até schadenfreunde, palavra alemã para o prazer de ver alguém se dando mal (que, percebeu-se, é mais intenso em homens). "Estamos decifrando a linguagem com que as áreas do cérebro conversam. É possível que os sistemas que conseguimos ver sejam como um arquipélago: parecem ilhas isoladas, mas, por baixo, são parte de uma mesma montanha", diz o radiologista do Hospital das Clínicas Edson Amaro, membro do projeto internacional Mapeamento do Cérebro Humano. O que complica as pesquisas é que, assim como não existe pessoa igual a outra, cada cérebro é diferente. Além disso, a aparência dos neurônios não é um indicador fiel do que acontece na cabeça. "Existe quem morra com problemas de memória e, na autópsia, se percebe que o cérebro estava perfeito. E também os que não apresentaram problemas até o fim da vida, mas têm um cérebro danificado", diz Lea Grinberg, uma das coordenadoras do banco de cérebros da USP, que reúne e tenta comparar 3 600 amostras para resolver problemas como esse. Mesmo ainda misterioso, é provável que seja esse o ponto em que o modo como você utiliza o cérebro faça a diferença. "É como um músculo: se você exercita, você está mais protegido contra problemas", diz Lea. Em caso de danos ao cérebro - seja causado por doenças como Alzheimer ou por pauladas na cabeça -, pessoas com bom nível educacional ou QI alto sofrem perdas menores da capacidade cerebral. Ao que tudo indica, exercitar o cérebro cria uma espécie de reserva. É possível que, quando necessário, os atletas mentais consigam recrutar outras áreas do cérebro mais facilmente, ou talvez compensem a perda por usarem cada área de forma mais eficiente. Aliás, uma boa notícia: só o fato de você estar lendo este texto já é um começo. "Leitura é um exercício fantástico. Quem não lê está fadado a uma memória mais lenta", diz Izquierdo. Enfrentar desafios e sair da frente da TV também ajuda, assim como fazer exercícios físicos. Eles não só permitem que o seu cérebro funcione melhor como, provavelmente, fazem nascer novos neurônios. Superpoder 2 - Regenerar suas partes A história do seu cérebro começa pouco depois da concepção, quando o embrião humano ainda é chato como uma panqueca. Até que, com uns 17 dias, uma parte da superfície começa a dobrar até se fechar em um tubo. Esse tubo acabará se transformando no sistema nervoso inteiro. De 5 a 6 meses depois, seu crescimento cerebral atinge a velocidade máxima, espantosos 250 mil novos neurônios por minuto. Antes mesmo de você nascer, o cérebro está praticamente formado. Daí em diante, segundo o que se acreditava até há pouco tempo, ele poderia aprender coisas novas, mas não ganharia novos neurônios. Só nos restava cuidar bem dos que já temos. Tudo isso mudou em 1998, quando os cientistas provaram que o cérebro produz, sim, novas células ao longo da vida - num processo batizado de neurogênese. Caía um dos mais arraigados mitos da ciência. Desde então, descobrir como surgem novos neurônios e para que eles servem se tornou um dos temas mais quentes da neurociência. É possível que dessas pesquisas saiam formas de curar doenças como depressão e Alzheimer, retardar o envelhecimento e até garantir um melhor funcionamento do cérebro para pessoas saudáveis. Apesar de os cientistas terem visto sinais de novos neurônios em várias partes do cérebro, a produção está restrita a duas regiões. "É possível que ela exista em outras áreas de forma bem reduzida, que não conseguimos detectar com os métodos atuais", diz neurobiólogo Alysson Muotri, do Instituto Salk, EUA. O primeiro ponto é uma zona logo abaixo dos ventrículos (um bolsão de líquidos no meio do cérebro), que produz neurônios relacionados aos sentidos. O segundo é o hipocampo, o que é intrigante porque ele é uma área essencial para a formação de memórias, embora ninguém saiba dizer qual a função dos novos neurônios ali. "A neurogênese é um processo muito lento e fraco para dar conta da memória", diz Izquierdo. Ou seja, ele descarta que os novos neurônios surjam a cada nova memória que gravamos - afinal temos muitas memórias e poucos neurônios nascendo. O mais provável é que eles tenham um papel mais limitado. Mas não há dúvidas de que a neurogênese é um processo importante. Sabe-se, por exemplo, que alguns tipos de derrames aumentam a produção de neurônios. A maioria deles morre, mas alguns conseguem chegar ao local da lesão e formar um remendo que não resolve os casos mais graves, mas corrige microderrames que acabam passando despercebidos. E um grande número de doenças, de uma forma ou de outra, está ligado à neurogênese. A depressão é uma delas. O mal de Alzheimer é outra: ratos modificados geneticamente para desenvolver a doença apresentam também problemas na neurogênese, prova de que alguma conexão há. E remédios capazes de estimular o nascimento de neurônios em cobaias conseguiram atenuar os sintomas de mal de Parkinson - uma abordagem que pode se revelar promissora para humanos. O grande sonho dos cientistas agora é controlar o processo para fazer o cérebro tapar os próprios buracos - mais ou menos como uma lagartixa regenera uma perna cortada. E, possivelmente, estimular o cérebro de pessoas saudáveis a fabricar neurônios - afinal, células novinhas em folha podem dar uma bela mão na hora de raciocinar. Ainda estamos distantes desse sonho, mas já existe um caminho. "Muitos fatores que incentivam o crescimento de novos neurônios já são conhecidos", diz o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo. Um deles é evitar estresse, que sabidamente bloqueia o crescimento de neurônios. Outro é viver em um ambiente rico, com estímulos mentais e físicos variados: basta colocar ratos em jaulas agradáveis e cheias de brinquedos divertidos para que a neurogênese triplique. O mesmo para banhos de sol - que fazem o corpo produzir vitamina D, essencial para o crescimento das novas células - e para uma dieta rica em colina, substância presente em gema de ovos e ingrediente-chave dos neurônios. Junte tudo isso e a sua mente, literalmente, começará a crescer. Superpoder 3 - Mover objetos O seu corpo, ao que parece, é muito pequeno para conter uma máquina tão poderosa quanto o cérebro. Prova disso veio em julho, quando foram divulgadas as aventuras de Matthew Nagle, um americano que ficou paralítico em uma briga em 2001. Três anos depois, cientistas da Universidade Brown, EUA, e de 4 outras instituições implantaram eletrodos na parte do cérebro dele responsável pelos movimentos dos braços e registraram os disparos de mais de 100 neurônios. Enviados a um computador, esses sinais permitiram que ele controlasse um cursor em uma tela, abrisse e-mails, jogasse videogames e comandasse um braço robótico. Somente com o pensamento, Nagle conseguiu mover objetos. Mas não espere virar logo um personagem de Matrix e se plugar a computadores. Além de ser meio incômodo viver com fios saindo de dentro da cabeça, os movimentos de Nagle eram desajeitados, o sistema precisava ser recalibrado todo dia e, depois de alguns meses, os eletrodos perderam a sensibilidade. Foi, entretanto, uma prova de que o nosso cérebro é capaz de comandar objetos fora do corpo - uma idéia que pode mudar nossa relação com o mundo. Um dos pioneiros nesse tipo de experiência é o neurobiólogo brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, EUA, que desde 1999 vem tornando primatas capazes de comandar computadores com a mente. Ele chegou a fazer experiências em que sinais cerebrais de um macaco eram transmitidos pela internet e reproduzidos por um braço robótico a mais de 1 000 quilômetros de distância. No ano passado, ele e sua equipe demonstraram um fato curioso: depois de um tempo ligado ao aparelho, o cérebro do macaco começou a assimilar a nova extensão como parte do próprio corpo. A grande promessa da descoberta é abrir caminho para que pessoas que perderam um membro operem membros robóticos como se fossem naturais. Mas tem mais: apesar de os eletrodos terem sido colocados na área do córtex que comanda o braço, o macaco havia se adaptado à prótese: era possível fazer uma coisa com o braço natural, e outra diferente com o mecânico. Ou seja, não é absurdo imaginar que esse novo conhecimento permita não apenas criarmos próteses para deficientes, mas também membros novos para pessoas perfeitamente saudáveis - que tal um terceiro braço? Tudo isso parece ficção, mas é possível que todos nós façamos algo parecido no dia-a-dia. Pense na quantidade de instrumentos que você usa e na facilidade com que faz coisas difíceis como dirigir automóveis, ler, tocar instrumentos, usar talheres. O que a pesquisa de Nicolelis sugere é que tanta destreza pode existir porque, para os nossos neurônios, é como se todos esses objetos fizessem parte do nosso corpo. "Macacos e humanos têm a habilidade de incorporar ferramentas na estrutura do cérebro. Na verdade, achamos que o próprio conceito de identidade se estende às nossas ferramentas", diz Nicolelis. Ou seja, para o cérebro, o lápis, o violão ou a bicicleta são literalmente partes de nós. Já é uma idéia impressionante, mas fica mais incrível ainda com outra descoberta: a de que não fazemos isso apenas com objetos, mas também com seres humanos. Superpoder 4 - Ler pensamentos Um macaco em um laboratório da Universidade de Parma, na Itália, jamais imaginaria que faria parte de uma das maiores descobertas da ciência quando, 15 anos atrás, descansava com eletrodos implantados no cérebro. Os fios estavam conectados a neurônios que disparavam quando ele fazia movimentos. Por exemplo, se o macaco levantava um objeto, um neurônio começava a funcionar. Até que, despretensiosamente, um cientista levantou um objeto perto do simpático primata. E, para surpresa de todos, exatamente o mesmo neurônio que disparava quando o próprio macaco fazia a ação começou a funcionar. Em alguns casos, bastava o som dessa ação para acionar a célula. Ou seja, era como se a mente do macaquinho simulasse tudo o que os outros fizessem ao redor. Essa tendência para imitar tudo fez com que, em 1996, ao publicarem a descoberta, os cientistas italianos batizassem essas células de "neurônios-espelho". Nos anos seguintes, os cientistas descobriram que não só temos o mesmo sistema dos macacos, como em humanos ele é muito mais desenvolvido. Em humanos, os neurônios-espelho envolvem muito mais áreas e são acionados com mais freqüência. Tanto que, apesar de recém-descobertos, eles já estão sendo propostos para responder por que os bocejos são contagiosos, por que apreciamos a arte, como surgiu a cultura, a sociedade, a linguagem e a civilização e até mesmo para definir quem somos nós. Os neurônios-espelho estão ativos desde o momento em que nascemos. Faça o teste: mostre sua língua para um recém-nascido e, provavelmente, ele tentará copiá-lo. "Parece que o único modo de perceber as coisas é usando o nosso sistema motor e o nosso corpo para imitá-las", diz o neurologista Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Com o tempo, conseguimos até prever as intenções dos outros: o sistema pode disparar mesmo que as pessoas apenas dêem sinais de que farão alguma coisa. O mesmo vale para as emoções. Cientistas em Marselha, França, mostraram que sentir um cheiro nojento ou ver pessoas fazendo cara de nojo dispara o mesmo grupo de neurônios-espelho. "Esses neurônios, ao que parece, dissolvem a barreira entre a pessoa e os outros", diz o neurologista indiano Vilayanur Ramachandran, da Universidade da Califórnia em San Diego, EUA. Ele faz parte de um grupo de cientistas que acredita que essa tendência para imitar emoções esteja na base da empatia, das habilidades sociais e da própria cultura. Um argumento a favor dessa teoria é a importância dos neurônios-espelho na linguagem: basta ler um texto com a descrição de uma ação para que você dispare essas células cerebrais da mesma forma que faria se a estivesse executando. Ramachandran e outros acreditam que a imitação de movimentos tenha funcionado como uma espécie de linguagem primitiva, que foi se sofisticando até dar origem a sinais abstratos, palavras, línguas complexas e Prêmios Nobel de Literatura. Os neurônios-espelho podem mudar até mesmo a idéia de quem é você: afinal, para eles, tanto faz se uma ação foi feita por você ou por qualquer outro. "Isso mostra que você 'compartilha' sua mente com outras pessoas, que você e os outros não são duas entidades totalmente independentes, mas, sim, dois lados da mesma moeda", diz Iacoboni. É um ponto em que as mais avançadas pesquisas médicas ganham ar de filosofia oriental: a idéia de que você e os outros são partes de um mesmo todo. "Culturas onde a ênfase é menos no indivíduo e mais no grupo devem ter pessoas com um sistema de neurônios-espelho mais robusto", diz ele. Ou seja, para o seu cérebro, talvez você seja uma soma do seu organismo, de vários objetos que você usa e de pessoas que estão à sua volta. Pense nisso da próxima vez que alguém disser que você precisa ser você mesmo. Superpoder 5 - Ampliar seus poderes Já que o nosso cérebro muda tanto, imagine só se você pudesse fazer isso na marra. Aperte um botão e a depressão vai embora. Mude a configuração e um viciado deixa de sentir a fissura. Ajuste mais um pouco e você consegue aprender mais rápido, ficar mais atento, mais acordado ou ter mais memória. Interessante, não? Não admira que muitos laboratórios estejam buscando máquinas e remédios capazes de algo parecido. Um dos avanços tem um nome estiloso: estimulação magnética transcraniana de repetição (EMTr). É uma técnica que permite estimular, inibir e modelar circuitos específicos do cérebro. Trata-se de um ímã fortíssimo - tão forte quando o de um aparelho de ressonância magnética - focado em partes específicas do córtex e aplicado em flashes de apenas 0,2 milésimos de segundo. Emitir menos de um pulso por segundo inibe a região do cérebro sobre a qual ele é direcionado. Dois ou 3 por segundo estimulam. E centenas por segundo fazem a pessoa entrar em convulsão. Mas, dentro dos parâmetros seguros, a máquina faz proezas. "Nós conseguimos usar a EMTr para estimular uma parte do córtex e aliviar a depressão. Também usamos para acelerar o efeito de antidepressivos: em vez de um mês, o remédio apresenta resultados em apenas uma semana", diz o psiquiatra Marco Antonio Marcolin, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ele é um dos pioneiros da técnica: seu laboratório também conseguiu o feito de puxar o freio de áreas do cérebro que fazem alguns pacientes sentir dor crônica ou ter alucinações auditivas. Entre as possibilidades da EMTr também está estimular a recuperação em derrames, fazer pessoas parar de fumar, atenuar transtorno de déficit de atenção ou até regular o apetite. A grande vantagem é que a técnica não requer cirurgias nem anestesias e traz resultados que podem se prolongar por meses. Além disso, tem poucos efeitos colaterais - e o mais interessante é que, entre eles, pode estar um aumento da memória. Uma técnica que aumente a capacidade de aprendizado do cérebro é algo que nunca existiu e que muitos pesquisadores tomam como impossível. Mas a EMTr tem a chance de fazer esse milagre, apesar de ninguém ter provado isso com testes em larga escala. Uma das maiores evidências nesse sentido veio da Universidade de Göttingen, na Alemanha, em uma pesquisa que assusta à primeira vista: os voluntários não só receberam os fortíssimos pulsos magnéticos da EMTr como ainda levaram pequenos choques em áreas relacionadas ao controle de movimentos. O surpreendente resultado foi uma melhora de 10% em testes de aprendizado de tarefas motoras. "Não conseguimos ainda provar que um baterista poderia usar a técnica para aprimorar seu treinamento, mas é provável que ela poderia ajudá-lo a chegar mais rapidamente ao auge da performance", diz o neurofisiologista alemão Walter Paulus, um dos autores do estudo. Pesquisas patrocinadas pelo Exército dos EUA também tentam reduzir as máquinas que geram magnetismo a algo que se possa colocar no capacete de um piloto de caça para melhorar seu desempenho. E até já se imaginou um aparelho parecido com um tocador de mp3 que usasse pequenos choques para estimular o cérebro ao toque de um botão. Mas ninguém tem prometido tanto um caminho para uma mente turbinada quanto a indústria farmacêutica. Existe mais de uma dezena de remédios em estudo para aprimorar funções do cérebro como memória, atenção e resistência ao sono. Alguns agem sobre uma proteína chamada CREB, capaz de aumentar ou diminuir a produção de moléculas essenciais nas ligações que os neurônios fazem entre si ao gravarem novas informações - e, assim, turbinar a memória. Ao menos em laboratório, ratos e moscas lembram mais rapidamente dos objetos em seu ambiente ao receber um remédio que estimula a CREB. Outras pesquisas buscam agir sobre neurotransmissores - substâncias que os neurônios usam para se comunicar -, uma abordagem que já rendeu remédios em fase de testes para pacientes com o mal de Alzheimer. Mas, assim como com a EMTr, pouco se chegou a provar sobre a eficácia desses estimulantes em pessoas saudáveis. Por enquanto, a grande sensação nesse tipo de pesquisa é o modafinil, uma droga disponível nos EUA e na Europa que permite descansar 4 horas por noite ou ficar dois dias sem dormir e sem sentir sono. Desde que foi lançada há 7 anos para curar narcolepsia (um sono súbito e incontrolável), o remédio vem se tornando popular, com vendas chegando a 575 milhões de dólares só no ano passado. A grande vantagem sobre outras drogas até então usadas para se ficar acordado - como café ou anfetaminas - é a quase ausência de efeitos colaterais. A pessoa continua atenta e com boa capacidade de julgamento mesmo com até 72 horas sem dormir. Para alguns, ela fará para o sono o que o anticoncepcional fez para o sexo: separar o ato das suas conseqüências biológicas. Para outros, pode não ser tão bom negócio: sabe-se lá o que pode acontecer a longo prazo com a vida, a criatividade e os hábitos de uma pessoa - ou de uma sociedade - que nunca dorme. É que mudar o funcionamento do cérebro pode trazer problemas. Aumentar a memória, por exemplo, tem riscos. "Milhões de anos de evolução otimizaram o equilíbrio entre a informação necessária e a não necessária. Desregular esse sistema talvez encha a sua cabeça de informações inúteis - e de problemas", diz Paulus. Para o bem ou para o mal, o nosso conhecimento sobre a mente aumentará daqui em diante. Mas, mesmo com novas máquinas e remédios, nenhuma tecnologia será capaz de fazer você saber o que nunca aprendeu. A capacidade do seu cérebro depende, antes de mais nada, de tudo o que leu, viu, experimentou e viveu. E isso depende apenas de você. Depressão não é tristeza? A teoria tradicional diz que a depressão é uma deficiência de serotonina - um neurotransmissor relacionado a funções como o humor, o sono e o apetite - e, para combatê-la, tudo o que os antidepressivos fazem é aumentar a quantidade dessa substância no cérebro. Mas duas questões nessa teoria intrigam os cientistas há algum tempo. A primeira é que, pouco depois de tomar esses remédios, o cérebro já está cheio de serotonina e, no entanto, nada acontece. O segundo é que os efeitos esperados só vão aparecer um mês depois. Um mês é exatamente o tempo que o cérebro leva para produzir novos neurônios e fazê-los funcionar. Foi daí que se suspeitou que existe uma relação entre a depressão e a queda na produção de novas células no cérebro. Outros indícios reforçaram a hipótese: o estresse - um dos principais fatores que desencadeiam a depressão - também inibe a neurogênese, como se o cérebro estivesse mais preocupado em sobreviver ao fator estressante que em produzir neurônios para o futuro. Mas a primeira evidência concreta veio em 2000, quando cientistas americanos mostraram que os principais tratamentos antidepressivos aumentam a neurogênese em ratos adultos. No ano seguinte, percebeu-se também que bloquear o nascimento de neurônios em ratos tornava ineficazes os antidepressivos. Agora a esperança é encontrar uma forma de estimular a neurogênese e, com isso, aliviar a depressão. Ao que indicam esses estudos, essa doença pode não ser só um estado de tristeza, mas, sim, o efeito da falta de neurônios novos e da conseqüente perda da habilidade de se adaptar a mudanças. Este é o seu cérebro em... Paixão Muita coisa muda, mas poucas relacionadas ao desejo sexual. Os sistemas mais acionados são os de motivação e recompensa, também usado quando um viciado consome drogas ou quando um apostador ganha um prêmio. Para os pesquisadores, é uma resposta parecida com a que os demais mamíferos apresentam ao buscar um parceiro adequado. Susto O sentimento de uma possível ameaça faz dois caminhos no cérebro. Um é direto para um estrutura chamada amígdala, responsável por lidar com fortes estímulos emocionais e capaz de dar respostas rápidas, como aumentar os batimentos cardíacos. O segundo passa pelo córtex e é mais lento, mas é onde percebemos se aquilo é mesmo algo perigoso ou apenas um susto. Humor Ver cartuns aciona sistemas relacionados à linguagem e ao processamento de imagens para que você entenda a graça. Mas, uma vez que você pegou a piada, muda tudo lá no cérebro. Aí acendem sistemas de recompensa, que estão ligados a vários tipos de prazer. Curiosamente, isso acontece mais em mulheres que em homens - ninguém ainda sabe explicar bem por quê. Concentração Segundo cientistas israelenses, em tarefas que exigem muita atenção (como identificar uma imagem em uma série rápida de figuras), o cérebro concentra os esforços em áreas sensoriais e silencia uma região associada ao sentimento de introspecção. O que significa que, diante de uma tarefa difícil, você literalmente esquece que a vida existe. A máquina de ler mentes Cuidado com o que você pensa. Alguns laboratórios já criaram técnicas para ler a mente. Em 2005, pesquisadores japoneses mostraram para voluntários padrões de linhas em várias direções enquanto escaneavam o cérebro com aparelhos de ressonância magnética funcional (RMF). Em seguida, analisaram as áreas acionadas durante a experiência e conseguiram deduzir qual padrão os voluntários estavam vendo. A brincadeira deve esquentar até o final do ano. É quando duas empresas americanas - a Cephos e a No Lie MRI - devem levar ao mercado os primeiros detectores de mentiras baseados em RMF. A diferença em relação aos detectores tradicionais é a precisão: não dá para enganar uma máquina que está olhando dentro da sua cabeça. A técnica parte do princípio de que, para o cérebro, contar uma mentira é difícil - envolve as mesmas áreas de falar a verdade e algumas outras mais -, como se a sua mente precisasse primeiro ocultar o impulso de dizer a verdade e depois inventar uma mentira. Ou seja, se alguém perguntar o seu nome, ele automaticamente aparece na sua cabeça. Se quiser mentir, você terá que primeiro esquecê-lo e depois inventar um outro. Ainda é bastante complicado usar essas máquinas - a pessoa precisa ficar completamente imóvel dentro de um enorme tubo - e por isso se acredita que, a princípio, ela será usada apenas por voluntários dispostos a confirmar sua versão da história. Mas, com o tempo, é possível que ela se torne disponível em todo tipo de julgamento e até em salas de embarque de aeroportos ou em entrevistas de emprego. Fascinante. E assustador. Colocando um freio no tempo Não é muito difícil fazer minutos e segundos durar mais. Algumas drogas ilegais bastante disponíveis fazem isso. Monges em meditação, atletas no auge de sua atividade e pessoas muito concentradas em sua atividade têm a mesma impressão. E pesquisas científicas podem encontrar outras formas de fazer isso, à medida que os cientistas comecem a decifrar os mecanismos com os quais percebemos a passagem do tempo. O nosso cérebro tem 3 relógios. O primeiro determina o ritmo dos dias, os momentos de sono ou de alerta. Outro controla atividades que duram milésimos de segundo, como as que se passam no controle de atividades motoras finas. Já o terceiro fica no meio do caminho, no ritmo dos minutos e segundos, e é em grande parte aí que está nossa consciência da passagem do tempo. No ano passado, pesquisas com técnicas de imagem feitas na Universidade Duke, EUA, levaram a um modelo de como ele funciona. O segredo pode estar no corpo estriado, uma região bem na base do cérebro que monitora as ondas que os demais neurônios emitem ao produzir suas atividades. Assim como um maestro dá o ritmo de uma orquestra, essa região integra todas essas ondas em uma estimativa da passagem do tempo. No futuro, talvez seja possível manipular neurotransmissores nessa região e, dessa forma, fazer o tempo passar mais devagar sem sofrer outros efeitos colaterais. Até lá, a única forma é tentar formas mais naturais de esticar os minutos e segundos, como exercícios de meditação e concentração, ou simplesmente ficando parado: afinal, sempre que você está sem fazer nada, o tempo passa mais devagar. /.mizerave.blogspo
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