domingo, 21 de dezembro de 2008

ATIRE A PRIMEIRA FLOR !

Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo; Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz,traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada; Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso; talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração quecompreenda, de braços que confortem;Se a vida inteira for um imenso não, não pare você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se; Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho,seja o primeiro a ensinar, começando por aprender você mesmo, corrigindo-se a si mesmo; Quando alguém estiver angustiado à procura, consulte bem o que se passa,talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja; Daí, portanto, o seu deve ser o primeiro a aparecer, o primeiro a mostrar-se,primeiro que pode ser o único e, mais sério ainda, talvez o último; Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la;quando a flor se sufocar na urze e no espinho,que sua mão seja a primeira a separar o joio, a arrancar a praga,a afagar a pétala, a acariciar a flor; Se a porta estiver fechada, de você venha a primeira chave; Se o vento sopra frio, que o calor de sua lareira seja a primeira proteçãoe primeiro abrigo. Se o pão for apenas massa e não estiver cozido,seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento. Não atire a primeira pedra em quem erra. De acusadores o mundo está cheio; nem, por outro lado, aplauda o erro;dentro em pouco, a ovação será ensurdecedora; Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu; sua atenção primeiro para aquele que foi esquecido; Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém; Quando tudo for espinho, atire a primeira flor; seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta, compreendendo que o perdão regenera,que a compreensão edifica, que o auxílio possibilita, que o entendimento reconstrói. Atire você, quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor. /Glácia Daibert