quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DISTÂNCIA DE SI MESMO !

Talvez o pior sentimento seja o de estar distante de si mesmo. Viver sem saber quem é e o que quer é algo que desmotiva qualquer um, e às vezes, leva até a depressão ou mesmo ao suicídio. O ser humano sempre precisou de explicações, sempre buscou sentido para a existência. Desde os primórdios, quando os povos eram, em sua maioria, politeístas e se regravam sob a égide de seus deuses, até hoje: onde a lei da atração – o segredo – se alastra pelas casas tentando dar maior sentido a vida, uma vez, que a idéia de certo e errado, céu e inferno, pregada pelo cristianismo está muito maçada diante do avanço do conhecimento e também do cansaço de esperar pelo tal messias que prometeu voltar e não volta nunca (e de promessas de políticos, cá entre nós, já estamos fartos!). Tenho a impressão de que vivemos os nossos modelos de vida, apenas para camuflar as nossas várias, se não eternas, dúvidas, nossas intensas incógnitas. Ao longo da vida, vamos nos adaptando aos dogmas sociais já prontos e estereotipados: estudar, trabalhar, casar, ter filhos... O fato é que alguns escolhem esse ou aquele caminho, outros quebram alguns dos dogmas, aceitam outros, criam suas próprias idéias e as aceitam como verdade. Quando um ser humano se depara com essa realidade, quando percebe que tem sido apenas mais um em meio à multidão, percebe também que está longe de si. Afinal, qual seria a sua realidade se não vivesse na realidade coletiva? Isso me faz pensar na alegoria da caverna, de Platão... Mas afinal, é assim que tenho me sentido: tão longe da minha realidade... Casar, ter filhos? Bolas! Pra quê? Vejo e ouço muito disso: “você está namorando”? Porra! Por que deveria? Por que tenho que correr atrás do que todos correm? Tem gente morrendo de fome! Por que preciso me preocupar com meu próprio umbigo? Distancio-me assim de mim... Talvez por não querer enfrentar a dura realidade de não ter respostas pra me dar. Por não aceitar aquelas prontas, por serem tão superficiais. “Cada um por si, Deus por todos”. Nota-se! Pos pensarem assim os tolos, é que o mudo está esse caos sem fim! /Ellen Vieira