Vasculhando a Internet é possível ter uma boa noção do que as pessoas andam dizendo por aí. Existe muita coisa acontecendo na Web, mas muito pouca tem relevância de verdade. Existem muitos blogueiros de aluguel de empresas e politícos que presenteiam blogs. Honestamente? Nada contra desde que isso faça parte de uma estratégia. Quando uma companhia ou um político decidem se comunicar com um blogueiro é importante que eles entendam o porquê. Eles conhecem mesmo o blog com o qual está se comunicando? Analisou os comentários e trackbacks para identificar que tipo de público conversa com aquele blogueiro? Parou para analisar se aquele público é o que eles precisam atingir? Se sim, tá tudo certo. É a mesma coisa que escolher um jornalista por conta do veículo para o qual ele escreve, o setor que ele cobre, o nível de relacionamento que ele já tem com a empresa e seus executivos, etc. E jornalistas ganham presentes, são convidados pra viagens, recebem produtos pra teste…. Ok, muitos vão argumentar que eles seguem regras, lei de imprensa, respondem por uma editoria e têm um nome a zelar. Mas, meus caros, bom caráter é algo que independe de legislação, nota fiscal de autônomo ou registro em carteira. Ou o indivíduo tem ética (falo ética, sim, por mais que essa palavra esteja desgastada ultimamente) ou não tem. Blogueiro, mais do que qualquer um, precisa ter humildade e zelar por transparência e parcimônia. Entender que ele é um meio e não o objetivo principal. Blogueiro não é celebridade. Blogueiro é uma pessoa capaz de influenciar outras por meio de um canal de comunicação. No final, quem realmente interessa é o leitor. Se o lance da empresa e do político é só dar presente pra VIP, então entrega logo de uma vez pra qualquer “global” e faz marketing como se deve. Jabá é uma porcaria e não se sustenta a longo prazo. Não existe nada pior do que um jabazeiro. Isso quase acabou com o jornalismo no passado e vai, sim, acabar com a blogosfera se os blogueiros permitirem que isso se institucionalize entre os blogs. Percebeu que é simplesmente jabá? Diga não. /ROGER LAPAN