Quando julgamos ou criticamos outra pessoa, não são os seus defeitos que estamos denunciando, mas o nosso: a nossa necessidade de sermos críticos. Se você costuma ir a encontros e ouvir críticas que normalmente são levantadas em relação ao comportamento de outros, e depois vai para casa e pensa a respeito do bem que essa prática fará para a tentativa de tornarmos este mundo um lugar melhor, provavelmente chegará à mesma conclusão que eu: Zero ! Nenhum bem. E não é só isso. A crítica não só não resolve nada, como contribui para a irritação e a desconfiança em relação ao nosso mundo. Afinal, ninguém de nós gosta de ser criticado. Nossa relação normal à crítica é nos tornarmos defensivos ou desencorajados. Uma pessoa que se sinta atacada, normalmente tem duas reações: ou retrocederá, por medo ou vergonha, ou atacará e irromperá em raiva. Quantas vezes você criticou alguém e ouviu a seguinte resposta: " Muito obrigado por apontar minhas falhas, eu realmente apreciei sua contribuição ? " A crítica, como xingamento, nada mais é que um péssimo hábito. É algo que nos acostumamos a fazer: somos íntimos da sensação. É algo que nos mantém ocupados e nos fornece assunto para conversas. Se, no entanto, você ocupar um minuto observando de como realmente se sente logo após criticar alguém, perceberá que fica um pouco abatido e envergonhado, um pouco como se fosse você a pessoa atacada. O motivo dessa sensação é que ao criticarmos, fazemos uma declaração ao mundo e para nós mesmos: " Preciso ser crítico." Não é algo que tenhamos em orgulho em admitir. A solução é perceber o momento em que estamos sendo críticos. Perceba quantas vezes você costuma ser crítico e como se sente mal. O que eu gosto de fazer é transformar tudo num jogo. Eu ainda me pego no ato de ser crítico, mas quando sinto o sentimento aflorando, tento me lembrar, dizendo " Aí vou eu , de novo ". Por sorte, consigo transformar, na maior parte das vezes, minha crítica em tolerância. / ROGER LAPAN