Em certos momentos palavras são desnecessárias e inúteis. Faleceu um bom amigo que conheci aqui na rede. Com tanta gente ruim que merecia estar morta e bem morta, morrem os bons. De interessante mesmo (me vem à lembrança) é que sou desapegado às formalidades e convenções sociais. Hoje fiz os outros exames médicos. Bem, não preciso ler jornais, pois sou capaz de mentir sozinho e, confesso, se os leio fico mais ansioso. Raramente oferecem algo de agradável. É política, economia, polícia, fofoca e futebol. Bons textos são difíceis de encontrar. Agradável mesmo só os cadernos especiais e, às vezes, uns e outros jornalistas ou escritores que não produzam suas crônicas em série por obrigação contratual. O cara que todo dia escreve em uma dúzia de periódicos, fala no rádio e na tevê, acaba sendo repetitivo e dizendo asneiras, ou o que é pior, defendendo interesses alheios mediante remuneração. Os famosos formadores de opinião. A internet está ficando parecida, mas ainda oferece a possibilidade de escolha, ou seja, eu decido onde navegar e posso escapar das distorcidas crises reais ou imaginárias amplamente noticiadas, assim como de jornalistas e escritores chatos em portais e blogues da moda. A verdade é que me sinto frustrado com a qualidade das informações dos jornais, revistas, televisão, rádio, internet, institutos de pesquisas e por aí afora. Dizer coisa ruim é um passo certeiro para quem quer ter sucesso e ver seu nome e suas opiniões na mídia. Não é preciso ser especialista e nem precisa escrever bem para ter sucesso, bastando ser apologeta do caos, pouco importando se real ou fantasioso. A overdose de denúncias e acusações, acaba desqualificando as informações que a gente recebe. A ler (e ver) o noticiário, parece que toda a realidade se limita à roubalheira, à corrupção, ao desemprego, à fome, às invasões, à existência de miseráveis, à fome. Tá bom, é uma parte da realidade, mas não o todo. Não que as coisas sejam maravilhosas e eu não digo isso. É apenas diferente do que a mídia diz. Afinal de contas, será o mundo real aquele descrito no que leio, vejo e ouço ou é aquele em que vivo todos os dias? Mas não penso que o quadro de desgraças seja inventado. Quando se divulga a violência no Rio; tráfico de drogas; crianças esfarrapadas cheirando cola, ou uma fila de miseráveis esperando a cesta básica, não são invenções. Tudo existe. O problema é sistematicamente só divulgarem coisas assim e ignorar uma infinidade de outras, igualmente reais, mas positivas ou neutras. A impressão que fica é de que só existe esse tipo de sacanagem patológica. Por isso tantas conclusões falsas de pessoas que só captam coisas ruins, incapazes que são de apego ao que é agradável e alegre. Acabou a minha capacidade de absorver só coisas negativas. O lugar comum e a unanimidade não me atraem. Eu quero a boa notícia, o texto interessante e que excita a minha imaginação. Mesmo ele sendo sofisticado, projetado para rodar softwares pesados, acaba necessitando de ajustes, com tantas mudanças e instalações que faço nessa minha fase de aprendizado informático. Porém, continua ótimo. Ótimo que hoje é Domingo e amanhã bem cedinho vamos começar outra semana, abração / ROGER LAPAN