O mundo globalizado valoriza cada vez mais a marca de um produto, de uma empresa ou de uma pessoa. Mas qual é a marca de cada indivíduo? A aparência? O comportamento? A persistência? O poder de convencimento? A honestidade? O conhecimento técnico? A agilidade? O espírito de equipe? A liderança? O gosto por desafios? Qual delas?Os estudiosos publicam livros, ministram palestram - ganham rios de dinheiro com isso - explorando cada vez mais o assunto. E parece que ainda têm muito a explorar. Afinal, todos estão atrás do sucesso, da realização profissional, da empregabilidade. Mas nenhum deles comprovou a eficácia das suas receitas. Pelo menos para eles funciona muito bem.Tornou-se uma obsessão universal a consagração de uma marca. Os experts do marketing, cada vez mais criativos, lançam produtos com apelos que mexem com a imaginação do consumidor. Existe até publicação confirmando que "você é a sua marca". Nada mais convincente, não? Você, e somente você, é o responsável pelo seu sucesso!Especialistas, que não são nada bobos, falam que o bom profissional, aquele fadado ao sucesso, reúne todas as boas qualidades que uma pessoa deve ter. Grande descoberta!!! Como se ninguém soubesse disso. Difícil é conseguir concentrar numa única pessoa toda a essência da receita de garantia de sucesso proposta por eles. Aqui, no ambiente real e cheio de incertezas, os profissionais tentam responder à nova metodologia de avaliação, ao cenário cheio de mudanças, às tendências do mercado. Todos são obrigados a enfrentar desafios cada vez maiores. Surgiu até um novo termo para qualificar o profissional que as empresas procuram: resiliência. Mas... O que é isso?!!! A tecnologia evoluiu mais rápido que as pessoas, as leis e as escolas. A informática e a internet socializaram o conhecimento. Assim, surgiu um novo tipo de oportunista, para o bem e para o mal. Já não é mais novidade crimes via internet, como roubo nas contas bancárias e espionagem industrial, além de outros. Isso também são sinais dos novos tempos. Na verdade, as escolas, os responsáveis pela elaboração e pelo cumprimento das leis e os profissionais mais antigos, estão meio perdidos. Os pais, então, já não são mais a fonte para tirar as dúvidas dos adolescentes. Na maioria das vezes sabem menos que os filhos. O que aconteceu? Simplesmente mudanças. Tão rápidas e radicais que muitos não perceberam. O ser humano sobreviveu e ditou as regras para o mundo porque soube se adaptar às mudanças. Resiliência, no fundo, é isso. Capacidade de adaptação às divergências entre as pessoas no trabalho. Tipo flexibilidade para gerenciar as adversidades pessoais e as de terceiros. Esse é o novo perfil que as empresas estão buscando nos profissionais.No jargão do marketing, revitalizar um produto é apresentá-lo com uma nova embalagem, vesti-lo de outra maneira. O mesmo serve para explicar o que andam tentando vender como inovação, novas palavras com o mesmo significado. Às vezes uma solução simples para um grande problema é vista com desconfiança, algo superficial, sem consistência. Daí os termos difíceis, páginas e mais páginas de pesquisas, tabelas e gráficos explicativos, enfim, uma parafernália digna de um verdadeiro problema. E haja valorização nas palestras, nas conferências, num simples parecer. Realmente, a marca é feita por cada indivíduo, mas só tem valor aquela que o mercado aceita e reconhece como referência. E como ficam as pessoas que trabalham, cumprem suas tarefas com responsabilidade, procuram aprender sempre mais, mas não fazem "aquela" diferença que alavanca o resultado da empresa? Para essas, os especialistas têm um nome: descartáveis. Por isso, todos têm de identificar a sua marca e com ela promover o seu marketing pessoal, senão... /Jose Roberto Takeo Ichihara