Apesar de redundante, já que não se tem falado de outro assunto senão do Aquecimento Global e todas as mudanças climáticas ocorridas ao redor do mundo, ele volta a nos preocupar e afetar nosso bem-estar no que tange a produção de alimentos. Sim, quando se fala em clima a agricultura é quem sofre diretamente as mais despercebidas alterações e responde sua repulsa ou aceitação na qualidade e quantidade do que nos ofertará. Assim, temos vivido em constantes altos e baixos das variações de oferta de produtos, com conseqüentes fases de queda e elevação dos preços dos mesmos. Mas, enquanto tais sobressaltos se davam de forma harmônica e, até certo ponto, esperada não lamentávamos grandes preocupações. O fato é que desde o último século as transformações se acirraram de tal maneira a haver falta, desaparecimento em muitos casos, de diversos itens de nossa dieta. A disponibilidade de áreas agricultáveis nunca se deu de modo homogêneo sobre a superfície do planeta e sempre alguns tiveram que produzir para si e para os desafortunados ambientais. Agora, além da restrição geográfica, é o clima quem dita os caminhos do que iremos ou não consumir. Tempos difíceis, comparados aos martírios das guerras, quando nem sempre ter o dinheiro para aplacar as necessidades significa êxito.
De frutas e verduras a leites, cereais e ovos temos perdido o direito de escolha para satisfazer nossa alimentação. Os exigentes e intransigentes consumidores têm sido obrigados a aprender com severidade a lição da humildade. Desperdícios, então, tornaram-se sacrilégios absolutos e fizeram surgir à criatividade na cozinha. Cascas, talos, folhas que antes iam parar no lixo, hoje dão origem a pratos ricamente nutritivos e saborosos. Especialmente para as futuras gerações, essas mudanças de paradigma vêm construindo uma sociedade mais consciente, mais alerta quanto a eventual escassez de alimentos tradicionalmente conhecidos. Com tantas alterações, essa não poderia ser diferente e acontecer na velocidade das necessidades; ela, ainda, é lenta e gradual. Por isso, há quem feche os olhos, os ouvidos e a boca e se dê ao direito de substituir tudo por vitaminas, suplementos e outros produtos industrializados, uma verdadeira enxurrada de conservantes, corantes, acidulantes e afins, tal qual se nada fosse lhes perturbar a tranqüilidade. Enquanto isso vai se formando legiões de pessoas com diversos problemas de saúde – diabetes, hipertensão, colesterol elevado, obesidade mórbida etc. - porque ao invés de lutarem a favor de alimentos naturais e saudáveis, ou seja, de buscar novas técnicas de produção agrícola capazes de contornar os impactos sofridos pela Natureza, eles centraram foco nas farmácias, lojas e supermercados. Mesmo diante de tantos desafios na agricultura é preciso unir forças, espaços, tecnologias para continuar produzindo alimentos que são à base de nossa sobrevivência real. Não importa se a diversidade distar das expectativas ou se a quantidade per capita vier a ser reduzida, o importante é que todos possam desfrutar dos benefícios que só a Natureza pode oferecer. Não foi por acaso que em diferentes alimentos podemos encontrar os mesmos nutrientes. Enquanto uns e outros reclamam à ausência de um determinado vegetal à mesa, lembremos que independente das intempéries a assolar a produção, há ainda seres humanos que não tem nada para comer por meras questões políticas e sociais. Então, refletir e agradecer a cada refeição dá a cada um de nós a devida dimensão do que envolve a expressão “o pão nosso de cada dia”. /Alessandra Leles Rocha
De frutas e verduras a leites, cereais e ovos temos perdido o direito de escolha para satisfazer nossa alimentação. Os exigentes e intransigentes consumidores têm sido obrigados a aprender com severidade a lição da humildade. Desperdícios, então, tornaram-se sacrilégios absolutos e fizeram surgir à criatividade na cozinha. Cascas, talos, folhas que antes iam parar no lixo, hoje dão origem a pratos ricamente nutritivos e saborosos. Especialmente para as futuras gerações, essas mudanças de paradigma vêm construindo uma sociedade mais consciente, mais alerta quanto a eventual escassez de alimentos tradicionalmente conhecidos. Com tantas alterações, essa não poderia ser diferente e acontecer na velocidade das necessidades; ela, ainda, é lenta e gradual. Por isso, há quem feche os olhos, os ouvidos e a boca e se dê ao direito de substituir tudo por vitaminas, suplementos e outros produtos industrializados, uma verdadeira enxurrada de conservantes, corantes, acidulantes e afins, tal qual se nada fosse lhes perturbar a tranqüilidade. Enquanto isso vai se formando legiões de pessoas com diversos problemas de saúde – diabetes, hipertensão, colesterol elevado, obesidade mórbida etc. - porque ao invés de lutarem a favor de alimentos naturais e saudáveis, ou seja, de buscar novas técnicas de produção agrícola capazes de contornar os impactos sofridos pela Natureza, eles centraram foco nas farmácias, lojas e supermercados. Mesmo diante de tantos desafios na agricultura é preciso unir forças, espaços, tecnologias para continuar produzindo alimentos que são à base de nossa sobrevivência real. Não importa se a diversidade distar das expectativas ou se a quantidade per capita vier a ser reduzida, o importante é que todos possam desfrutar dos benefícios que só a Natureza pode oferecer. Não foi por acaso que em diferentes alimentos podemos encontrar os mesmos nutrientes. Enquanto uns e outros reclamam à ausência de um determinado vegetal à mesa, lembremos que independente das intempéries a assolar a produção, há ainda seres humanos que não tem nada para comer por meras questões políticas e sociais. Então, refletir e agradecer a cada refeição dá a cada um de nós a devida dimensão do que envolve a expressão “o pão nosso de cada dia”. /Alessandra Leles Rocha