¨A CADA DIA QUE VIVO, MAIS ME CONVENÇO DE QUE O DESPERDÍCIO DA VIDA ESTÁ NO AMOR QUE NÃO DAMOS, NAS FORÇAS QUE NÃO USAMOS, NA PRUDÊNCIA EGOÍSTA QUE
NADA ARRISCA, E QUE, ESQUIVANDO-SE DO SOFRIMENTO, PERDEMOS TAMBÉM A FELICIDADE ¨. ( REDAÇÃO rogerlapan@pop.com.br ) ( fone: 11 73519511 )
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO !
O ano de 1968 abriu caminho para a afirmação e consolidação da cultura como expressão de contestação e ruptura de padrões comportamentais ditados pela sociedade de consumo, pela família e pelo Estado, principalmente através de seu sistema de ensino. Foi o ano das manifestações estudantis em defesa da liberdade, da igualdade e, sobretudo, da felicidade. Os exemplos mais significativos da revolta estudantil foram as invasões das universidades de Nanterre e Sorbonne e as barricadas pelas ruas de Paris no paradigmático Maio de 1968. Foi o ano da Primavera de Praga, na Tchecoslováquia, em que vários setores da sociedade passaram a exigir mais abertura democrática e um socialismo com face mais humana. Nos EUA foi assassinado Martin Luther King, marcando profunda crise social e racial na sociedade norte-americana já fragilizada diante dos movimentos juvenis que questionavam os valores da sociedade capitalista, o conservadorismo das relações familiares e a Guerra do Vietnã. No Brasil, 1968 foi o ano da promulgação do Ato institucional n°5, marcando o endurecimento do Regime Militar frente às manifestações de estudantes, operários e artistas partidários da democracia. No plano cultural o lançamento do LP Tropicália, ou Panis et Circensis, marcou a renovação da música popular brasileira. O ano de 1968 não deve ser esquecido porque, com todas limitações, equívocos e erros, foi o ano em que os jovens foram às ruas dizer NÃO ao poder, ao conservadorismo e à repressão militar e dizer SIM à liberdade, à imaginação e a um mundo mais justo e fraterno.