terça-feira, 4 de novembro de 2008

FUSÃO ITAU/UNIBANCO CONFIRMA QUE BANCOS BRASILEIROS TAMBÉM FORAM AFETADOS PELA MAROLA GLOBAL !

A tal "marolinha" do chefão Lula sobre o tamanho da crise financeira, antes de provocar a quebra de um grande banco brasileiro, gerou uma megafusão que cria o nono maior banco das Américas. O Itaú e o Unibanco, segundo e quarto maiores bancos do País, anunciaram hoje a fusão de suas operações. O Itaú Unibanco Holding surge maior que o Bradesco e o Banco do Brasil. O negócio foi fechado no domingo, e o chefão Lula foi informado na hora. A fusão do Itaú com o Unibanco desagrada ao Bradesco – que quatro anos atrás tentou comprar o Unibanco. A operação chegou a ser aceita pelas autoridades monetárias. Mas a notícia vazou antes de tudo ser sacramentado, e a fusão não aconteceu. Na operação fechada agora, o Itaú assumiu o controle do Unibanco (em crise por causa de investimentos especulativos – e não pelo que se alegou no mercado, os problemas da parceira AIG seguradora nos EUA). Os controladores da Itaúsa e do Unibanco informaram hoje constituirão uma holding compartilhada. A presidência do conselho de administração ficará a cargo de Pedro Moreira Salles, atualmente à frente do Unibanco, e o presidente executivo será Roberto Egydio Setúbal, do Itaú. O novo conglomerado nasce com ativos de R$ 575 bilhões, o maior do hemisfério sul. São 14,5 milhões de contas correntes, o que equivale a 18% do mercado nacional. A carteira de crédito representará 19% do total do mercado e a soma de depósitos, fundos e carteiras administradas atingirá 21%. A nova Itaú Unibanco Holding terá 107 mil funcionários. Os dois grupos não falam ainda em demissões – o que geraria pânico no mercado. Em número de agências, o grupo 4.500 pontos de vendas. Juntos, os dois bancos atendem cerca de 2 mil empresas, movimentando recursos da ordem de R$ 65 bilhões. Não será surpresa se o Santander, que pretende expandir suas atividades no País, anunciar a aquisição de outros bancos menores e financeiras. Quem deve fazer movimento idêntico é o Bradesco. Para os bancos sólidos, a crise financeira internacional se transforma em pura wi-ji (crise e oportunidade, na expressão chinesa). Muitos sairão como credores líquidos em meio ao inferno financeiro global. /Jorge Serrão