Filha do casal Teresa Emília de Jesus e Antônio Mariano Franco Júnior, Anália Emília Franco nasceu em fevereiro de 1856 na cidade de Resende, no Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos em casa sob orientação de D. Teresa, que era professora e em 1861, com a transferência da família para São Paulo, foi matriculada numa escola dirigida por sua mãe formando-se professora em 1868 aos 15 anos de idade. Logo no ano seguinte foi aprovada num concurso da Câmara da cidade para exercer o cargo de professora primária e trabalhou durante algum tempo como assistente da mãe. Após a decretação da Lei do Ventre Livre, em 1871, os bebês das escravas estavam sendo abandonados pelas mães porque os senhores de engenho não os queriam nas fazendas visto que não podiam ser mais utilizados para o trabalho. Ao saber disso Anália passou a utilizar o seu grande talento para as letras em defesa dos filhos das escravas. Sendo já reconhecida como literata, jornalista e poetisa e passou a escrever para as mulheres fazendeiras pedindo pelas crianças. Para poder ajudar de forma mais efetiva transferiu-se da capital para o interior de São Paulo, onde alugou uma casa numa fazenda e inaugurou a sua primeira "casa maternal", uma escola primária que recebia todas as crianças (brancas ou negras) que vinham à sua porta. A esposa do proprietário da fazenda achando inaceitável a presença de crianças negras e brancas juntas, expulsou Anália de suas terras. Corajosa e batalhadora, Anáilia foi para a cidade e alugou, pelo valor correspondente a metade do seu salário, uma velha casa para abrigar as crianças. Sem recursos para alimentar aqueles que ela chamava de "meus alunos sem mães" ela saía pedindo esmolas para ajudar as crianças. Este comportamento foi considerado escandaloso por alguns e iniciou-se um movimento para expulsá-la da cidade, mas o grupo abolicionista e republicano da cidade correu em sua defesa e ela pode prosseguir seu trabalho. Após algum tempo, deixou criadas algumas escolas maternais e voltou para a capital onde ingressou no movimento abolicionista e republicano. Entretanto seu objetivo principal era com as crianças carentes e por isso fundou sua própria revista chamada de Álbum das Meninas cuja primeira publicação ocorreu em 30 de abril de 1898 Anália prosseguindo em seu trabalho fundou dois colégios gratuitos para meninos e meninas. Posteriormente, com ajuda de um grupo de 20 senhoras criou, no dia 17 de novembro de 1901, um instituto educacional chamado de Associação Feminina Beneficente e instrutiva. Posteriormente fundou várias "Escolas Maternais" , "Escolas Elementares" e em 25 de janeiro de 1902 criou o "Liceu Feminino" cujo o objetivo era preparar professoras para dirigir essas escolas. Em 1906 casou-se com Francisco Antônio Bastos, mudando seu nome para Anália Franco Bastos, entretanto sempre foi conhecida apenas como Anália Franco. Era uma espírita dedicada e estudiosa. Escreveu três romances: " A Égide Materna", "A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva". Também foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando-se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", "Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros. Ao longo de seus anos de trabalho e dedicação a educação e ao apoio as crianças carentes deixou um legado impressionante, composto de 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital paulista.Desencarnou em janeiro de 1919 vítima da gripe espanhola, pecisamente quando havia decidido viajar para o Rio de Janeiro para abrir mais uma instituição, projeto realizado posteriormente por seu marido sob o nome de Asilo Anália Franco. /www.terraespiritual