quinta-feira, 16 de outubro de 2008

BRANCOS, NULOS E INDECISOS !

Foram horas de explicações sobre os programas de governo, soluções, denúncias e promessas, muitas delas, impossíveis de cumprir. Chegamos ao final de mais uma campanha eleitoral. Visitas que cobriram todos os bairros das cidades, debates, acusações, jogo-sujo, enfim, tudo o que já estamos acostumados a ver nessa disputa. Prometeram até o paraíso aqui na Terra!Pesquisas, confiáveis ou sem credibilidade, não param de ser divulgadas. Índices de aprovação e rejeição, tendências, o sobe-e-desce de cada candidato. É tanta informação que o eleitor, cansando, não vê a hora de decidir logo quem ele quer no comando. Muitos acreditam que tudo pode melhorar se votarmos certo. Afinal, 80% da população do país vivem na área urbana.Mas os especialistas, que analisam detalhes e minúcias, chamam a atenção para um nicho a ser explorado. Quase 5% dos eleitores ainda estão indecisos. Outros 5% dizem que votarão em branco ou nulo. Mais uma parcela do total ainda não sabe ou não respondeu. O que ainda falta mostrar? Novas promessas? Mais descasos? Outros escândalos? Locais carentes esquecidos?O fato é que essa minoria pode ser decisiva no resultado final. Indeciso ser fundamental para decidir? É, como costumamos ouvir, em política tudo é possível. Nunca os nulos e indecisos foram tão importantes. Como dizem os experts do marketing: as crises e dificuldades geram oportunidades. Todos agora olham para essa fatia do eleitorado. Um nicho muito interessante.Por ser obrigatório o voto é polêmico. Mas é a única decisão que está livre de desigualdades. As vontades, os pesos e a importância têm o mesmo valor para ricos ou pobres, doutores ou ignorantes, honestos ou corruptos, famosos ou desconhecidos, influentes ou marginalizados. Todos são exatamente iguais. Já os benefícios... Isso, porém, é outra história.Daí a importância do poder de convencimento do candidato. Ali, frente às câmeras, em cadeia para o povo assistir, quem soube mostrar as suas qualidades e anular os concorrentes ganhou alguns votos dos indecisos ou nulos. Aquele que apontou um rumo que o eleitor acredita ser o melhor vai estar mais perto da vitória - a aplicação dos recursos disponíveis corretamente.Quem acompanhou a campanha pela TV observou que por trás das propostas, dos números que não sabemos se estão corretos, das possíveis fórmulas mágicas, das previsões mais otimistas, está o marqueteiro responsável pela venda de imagem. Talvez, por isso, os brancos, nulos e indecisos, se tornem os únicos conscientes no momento. Sua maior dúvida: como realizar o sonho?À parte as desconfianças, uma decisão tem de ser tomada por todos. Não adianta ficar em cima do muro para depois dizer que não tem nada com isso tudo que está aí. Se a decisão foi boa ou ruim é outra questão, mas agora temos de decidir. Ficamos assim ou exercemos o direito que estão nos dando para mudar e correr o risco de melhorar? Mas não é só isso: temos o direito de cobrar!Acontece, porém, que os problemas não desaparecerão somente porque o candidato bem-intencionado e cheio de propostas será eleito. Engana-se, redondamente, quem achar que tudo será resolvido como num passe de mágica. Os desafios são gigantescos, vai exigir muito de todos, não apenas do eleito - e só podem ser vencidos com muita obstinação, seriedade e participação. Omissão já resolveu? Agora... mudança de atitude e de comportamento...quem sabe? Analise cada candidato e suas propostas, dê o devido desconto por causa da euforia de campanha, olhe o passado de cada um, corrija os exageros e vote. Mas escolha uma pessoa porque branco ou nulo não governa nem se responsabiliza por nada. Materialize em alguém as suas esperanças de mudanças e realizações. Não precisa acreditar que alguns terrenos no céu estão à venda... mas participe!!! /Jose Roberto Takeo Ichihara