Renan continua mandando uma barbaridade Enquanto estamos todos preocupados com os novos prefeitos a serem eleitos no próximo domingo, duas notícias me chamaram a atenção. Ambas sobre o mesmo personagem. Ele mesmo, o senador Renan Calheiros. Não satisfeito em invadir a privacidade das pessoas de bem com suas peripécias sexuais, extraconjugais, financeiras, pecuárias e radiofônicas. Não satisfeito em arrastar o Senado Federal na lama durante todo o ano passado, não satisfeito em chantagear senadores, intimidar colegas, usar funcionários do Senado como se fossem peões de suas fazendas. Hoje, Ilimar Franco, da coluna “Panorama Político”, publicada no GLOBO, relata que o senador Renan Calheiros já informou aos líderes do PMDB que não aceita a candidatura de Tião Viana (PT) para a presidência do Senado. E mais: mandou recado para o PT apresentar outro nome. Como dizem os jovens, sua Excelência “está podendo”, né não? A segunda notícia, de autoria de Rosa Costa, do Estadão, nos revela que o senador Renan Calheiros recontratou, para ocupar um cargo estratégico no seu gabinete no Senado, o cidadão Carlos Ricardo Santa Ritta, apontado como um dos vários “laranjas” de Renan, neste caso, na compra de uma rede de emissoras de rádio em Alagoas. Lembram-se? Pois é. O novo (velho) funcionário foi (re)contratado por um “modesto” salário de R$ 9.700 reais. Crise? Que crise? Depois de ser absolvido no plenário do Senado (por voto secreto, não podemos esquecer), Renan Calheiros licenciou-se da presidência da Casa e renunciou definitivamente em dezembro do ano passado. Mas continua muito atuante, atuantíssimo. E continua senhor de segredos cabeludíssimos a respeito de seus colegas senadores. Caso contrário, não estaria tão desenvolto assim. A próxima jogada de Renan é substituir o senador Valdir Raupp como líder do PMDB no Senado. Para isso, conta com o apoio decidido do presidente Lula, que está convencido de que Renan foi acusado injustamente e merece ser líder do PMDB. Quanto a isso, o presidente tem razão: Renan e a maioria do PMDB do Senado realmente se merecem. Nós é que não merecemos. /Lucia Hippolito