sábado, 4 de outubro de 2008

O BEM-TE-VI DA SERRA !

Parece um fiscal. Um fiscal da natureza, diria. Pois, todos os dias, o bem-te-vi voa por todos os lados observando o que o bicho-homem está fazendo com sua morada. São roncos ensurdecedores de motosseras, quedas de árvores, queimadas, lixo nas águas, venenos em excesso: uma verdadeira destruição sem remorso e sem reposição. E o bem-te-vi da serra continua a observar a destruição, melancólico, pois nada pode fazer a não ser dizer: te-vi, te-vi. Às vezes desejei ser um bem-te-vi e sair pelo mundo denunciando as coisas erradas que visse e dizer às pessoas: te-vi, te-vi. Mas o que adianta dizer somente te-vi, te-vi, se a irracionalidade, em muitos casos, está impregnada no ser humano que não entende que está destruindo sua própria morada? O tempo foi passando, passando... E a destruição continuando. Chegou o dia em que a humanidade estava sofrendo as conseqüências dos danos que provocou ao meio ambiente e a si mesma. Até não diria meio ambiente, mas o ambiente inteiro estava padecendo com isso. Principalmente, o protagonista da catástrofe. Em assembléia, todos nervosos procuram uma solução.- E agora, o que fazer? Perguntam-se os homens.- Precisamos reverter essa situação.- Como?- Será muito difícil, mas não impossível. Precisamos, primeiramente, nos sensibilizar e também aos outros que não podemos mais sugar o nosso meio ambiente, ou morreremos.- Como vamos fazer essa sensibilização?- Através da educação. Da educação que nossa geração não teve relacionada à preservação da fauna, da flora e da nossa vida.- Então vamos investir agora em educação para podermos melhorar o mundo.- Que pena que descobrimos isso tão tarde! Que pena caro leitor! Os homens precisaram sentir os prejuízos na pele para começarem a pensar sobre suas atitudes. E o bem-te-vi estava lá, sempre atento tentando alertar: te-vi, te-vi, mas ninguém o ouvia... /Carla Cristiane Mergen