domingo, 5 de outubro de 2008

O TEMPO . . .

Uma vez pensei estar certo, Outro dia, tive certeza, Uma noite eu andei sobre as nuvens Em outra, eu cai, Um dia procurei a verdade No outro, eu errei, Em um tempo eu ganhei um presente Em outro, eu perdi, E o mundo dá voltas e voltas sem parar, o relógio impulsiona o ser a andar, caminhar, como uma corrida qualquer, e nós, sempre obedecendo a todas as regras, sempre querendo ver o tempo voar, pra ver se o amanhã será melhor ou diferente talvez... Mas, quando o sol nasce novamente, vemos que tudo não passa de demagogia, pois o dia é sempre o mesmo, o sol, a chuva, tudo é igual, ai paramos um segundo, e vemos que algo mudou, claro, isso sempre acontece, nós mudamos, nos transformamos, crescemos e damos a vida, e sempre é assim, o ser humano “troteia” em passos largos adiante, como se lá mais a frente existisse o tão sonhado dia perfeito, e então sobre nós passa-se as horas, os dias, os meses e os anos, e de repente, num dia qualquer de primavera, olhando os pássaros e as lindas flores enfeitando o jardim, vemos as crianças correndo e brincando, pensando gostar do que estão fazendo, mas quando na verdade querem é ver o tempo passar, querem crescer. E nos deparamos com a verdade, olhamos para trás pela primeira vez em tantos anos, e a partir dali, naquele momento, naquele jardim, com aquelas crianças, e com os pássaros, nos deparamos com a mágica do passado, com o esplendor dos dias, com as chuvas e os raios de sol que naquele tempo atrás marcaram por um segundo o resto dos dias, e intacto sem se importar com a hora, nos despedimos do esplendor da terra, e podemos nos arrepender pela única e última vez, de naquele dia, há muito tempo atrás, não ter feito com que a felicidade entrasse de vez por todas, de não ter dado a oportunidade ao verdadeiro sentimento brotar e crescer como nós, de não ter regado a plantinha frágil que apenas queria um tempo, um tempo pra se fortalecer e mostrar que a vida não depende do tempo, que o tempo sim, depende da vida, do fazer, do tentar, quebrar a cara, isso acontece, agora morrer sabendo que podia, com meras palavras, ter vencido e não ter morrido com a frustração de não ter tentado... /Pedro Lazzarini